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Quem diria, há sete anos, que a vitória de Lula ao conseguir a indicação do Brasil como sede da Copa, tornar-se-ia um fardo político? No afã de conquistar mais este galardão, descuidou-se de ler as pequenas letras do contrato, onde as obrigações ultrapassavam sua imaginação e o bolso da Nação. No jargão futebolístico, o ex-presidente achou que “tirava de letra”, não tinha tempo para detalhes. O prestígio decorrente da indicação em pouco tempo esvaiu-se, substituído por falhas que hoje abalam a reputação do país.
Estas, revelam
insuspeita fragilidade gerencial onde prazos do cronograma foram ignorados,
onde limites orçamentários foram atropelados, não só pelo poder público, já
dono de duvidosa reputação administrativa, mas, também, pelas melhores empresas
brasileiras do ramo. Mais uma vez, o edital de concorrência torna-se farsa,
documento de fachada, onde benefícios são concedidos sem que as obrigações
sejam respeitadas, levadas a sério. Estas são fictícias, pois aos subscreverem
o documento, os executores vitoriosos já sabem do reajuste por vir. É um jogo
de espelhos quebrados, pois a mais ninguém engana. Pelo contrário, a artimanha
é por todos conhecida.
Até o
momento, são 35 bilhões de reais, que prometem chegar a 50 bilhões. A FIFA
impôs, não a adaptação dos estádios, mas, na prática, a sua substituição. Num
ambiente severamente inflacionário, onde a ordem do dia é a contenção de
despesas, constata-se o caminha inverso. A prioridade de tamanho gasto é
contestada nas ruas. O dinheiro que se esvai, de forma aparentemente
descontrolada, fere a opinião pública e fere, sobretudo, as classes menos
favorecidas, carente de serviços públicos essenciais.
Como golpe
de misericórdia, como estocada fatal no pretenso dividendo político desta desastrada operação, vê-se o “povão”, a base
eleitoral do atual poder, excluído do Pão e Circo. Rejeita o Planalto a
sabedoria dos Romanos. A inflação esta acabando com o Pão; a FIFA com o Circo.
Alijado dos jogos pelo elitismo de Mr. Blatter, tendo por cúmplice o Executivo,
a equação financeira exigida para a Copa exclui a grande massa, tanto pela
redução drástica na lotação dos estádios como pelo acréscimo orbital no preço
dos ingressos.
Assim, a
mensagem que a Presidenta e seu partido oferecem aos eleitores é contraditória,
pois exclui aqueles que professa ver incluídos. Às vésperas das eleições, torna-se
a Copa evento de enorme risco político, já evidenciado por manifestações de rua,
cuja violência ainda é uma incógnita. A oposição, ao sair de sua atual letargia,
constatará ter no seu colo um valioso e inesperado presente. Agregando-se ao
tema do futebol os temas de corrupção e inflação, se vigorosamente combatidos,
podem inverter as últimas previsões eleitorais que privilegiam o PT.
Um comentário:
Se o Brasil ganhar e ir vencendo as partidas e aí o Brasil vencer a copa eu acredito que as manifestações irão perdendo a força; mas se o Brasil perder e ainda nas oitavas, olha eu não sei não, mas aí sim o bicho vai pegar.
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