Depois de um início bélico, Barack Obama chega ao seu
segundo mandato com nítido viés pacificador. Neste momento Washington engaja-se
em três frentes no conturbado Oriente Médio, buscando a pacificação dos ânimos,
o abandono das armas.
No Irã, graças a um Aiatolá mais contido e um presidente
aparentemente bem intencionado, abre-se uma janela para a concórdia. Barack Obama, ignorando os apelos Cassândricos
de Israel, seu “aliado incondicional”,
abandonou a intransigência de governos anteriores, aceitando sentar-se à mesa
de negociação, sem pré-condições. Qual a probabilidade de chegar-se a bom
termo? O próprio Obama sugere 50/50.
Quanto a Síria,
Washington finalmente entendeu que dos males o governo Assad ainda é o menor.
Não que se sustente por muito tempo, mas o suficiente para buscar terreno comum
entre o governo Baath e o Exercito Livre
Sírio, ambos laicos. Tanto um como o
outro rejeitam o Islamismo como forma de governo. Simultaneamente, impõe-se a neutralização das facções guerrilheiras religiosas
dentre as quais desponta a Al Qaeda, tarefa dificultada pelo apoio Saudita, em
dinheiro e armas. Probabilidade de sucesso? Talvez 60/40 (Aceitamos apostas)
Já, o contencioso Israelo-Palestino é bicho de outra
espécie. Enfrentando os “12 trabalhos de Hercules”, que Hollywood hoje chamaria
de “Missão Impossível”, o dedicado Secretário de Estado, John Kerry, tenta
extrair água de pedra. Maltratado e confrontado com discurso variável,
engendrado para confundir o interlocutor, o Premiê Netanyahu, provavelmente
apoiado na esmagadora maioria de seus compatriotas, camufla a inabalável
intenção de incorporar, pouco a pouco, assentamento a assentamento, as Terras Bíblicas
que os ingênuos hoje chamam de Palestina.
Probabilidade de sucesso: sugiro 1%.
São todas tarefas que demandam imensa habilidade
diplomática, judicioso uso da ameaça de força e sanções econômicas, perseverança
e sorte, muita sorte. Dentre estas três tarefas, a última parece ser
inatingível, a não ser que o povo Palestino aceite, e continue aceitando, um grau
de submissão sem precedentes na história moderna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário