sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Hollywood na Palestina


Scarlett Johansson stands by SodaStream


É sempre um prazer aos olhos contemplar a beleza de Scarlett Johansson. Loura, bonita, sofisticada  e rica, tem sua vida cercada de confortos, aninhada em sua elegante e confortável residência. Lá tem de tudo; ao usar o aparelho da Sodastream não lhe passaria pela cabeça que sua água, se vivesse na Palestina, seria racionada. Isto se habitasse no lado ocupado pelos invasores, pois do lado dos ocupantes a água é farta. Suficiente para indústrias e piscinas.

Assim, seu apoio à empresa  Israelense Sodastream, instalada em assentamento ilegal (vide Lei Internacional),  surpreendeu, pois a bela Scarlett era, até ontem, a Embaixadora Global da Oxfam International, uma ONG dedicada à ajuda dos necessitados mundo afora , incluindo os Palestinos.

Retruca Miss Johansson que a indústria que doravante promove internacionalmente, merece seu apoio por prover , além de agradável “jeton”, emprego a 500 Palestinos. Não chega a explicar quais as condições de trabalho, qual a ascensão possível na empresa, que cargos gerenciais ocupam, a que salários, benefícios e direitos fazem jus. Não explica, e talvez não saiba, que estes 500 trabalhadores, ao sair da fábrica, retornam a condição de subjugados, sem os direitos à democracia que seus empregadores preservam.

No entanto, declara a estrela ao New York Times ...“que a companhia que ora representa está, não tão somente engajada na defesa do meio ambiente,  como é, também, uma ponte para a Paz, ligando Israel à Palestina, apoiando seus vizinhos, trabalhando lado a lado, recebendo o mesmo salário, os mesmos benefícios e os mesmos direitos.” 

Talvez não perceba que o terreno em que se instala a Sodastream foi confiscado às famílias Palestinas, que a estrada que leva sua produção ao mundo exterior é de exclusivo uso dos Israelenses, que a água que utiliza é escassa e não lhe  pertence e que a força de trabalho que emprega é constituída de pessoas que não gozam de liberdade, o que as tornam facilmente manipuladas e intimidadas. Difícil será encontrar equação econômica tão favorável e tão  distanciada das condições de mercado. É razoável prever-se retumbante sucesso para esta incipiente empresa.

Já uma visão mais ampla sugere que a industrialização Israelense nos territórios subtraídos tornará impossível sua devolução aos legítimos donos, potencializando os efeitos nocivos já gerados pelos assentamentos. Inviabiliza-se, assim, a Paz entre as partes. Assegura-se  aos invasores a gradual e inexorável absorção das terras bíblicas onde os ancestrais dos Palestinos, por infortúnio, se estabeleceram ha 2000 anos. Penoso é observar-se, com o passar do tempo, a gradual perda de imagem que mortifica Israel.

Um comentário:

Samuel Benoliel disse...

Não tenho conhecimento suficiente sobre a empresa em pauta. O que me estranha é que todos os artigos relativos a palestinos se negam a comentar a questão do reconhecimento e o direito de existir do estado de Israel.
Este sim é o ponto crucial para a possibilidade de paz ha região.
Samuel Benoliel