É sempre um prazer aos olhos contemplar a beleza de
Scarlett Johansson. Loura, bonita, sofisticada e rica, tem sua vida cercada de confortos,
aninhada em sua elegante e confortável residência. Lá tem de tudo; ao usar o
aparelho da Sodastream não lhe passaria pela cabeça que sua água, se vivesse na
Palestina, seria racionada. Isto se habitasse no lado ocupado pelos invasores,
pois do lado dos ocupantes a água é farta. Suficiente para indústrias e
piscinas.
Assim, seu apoio à empresa
Israelense Sodastream, instalada em assentamento ilegal (vide Lei
Internacional), surpreendeu, pois a bela
Scarlett era, até ontem, a Embaixadora Global da Oxfam International, uma ONG dedicada
à ajuda dos necessitados mundo afora , incluindo os Palestinos.
Retruca Miss Johansson que a indústria que doravante promove
internacionalmente, merece seu apoio por prover , além de agradável “jeton”, emprego
a 500 Palestinos. Não chega a explicar quais as condições de trabalho, qual a ascensão
possível na empresa, que cargos gerenciais ocupam, a que salários, benefícios e
direitos fazem jus. Não explica, e talvez não saiba, que estes 500
trabalhadores, ao sair da fábrica, retornam a condição de subjugados, sem os
direitos à democracia que seus empregadores preservam.
No entanto, declara a estrela ao New York Times ...“que a
companhia que ora representa está, não tão somente engajada na defesa do meio
ambiente, como é, também, uma ponte para
a Paz, ligando Israel à Palestina, apoiando seus vizinhos, trabalhando lado a
lado, recebendo o mesmo salário, os
mesmos benefícios e os mesmos direitos.”
Talvez não perceba que o terreno em que se instala a
Sodastream foi confiscado às famílias Palestinas, que a estrada que leva sua
produção ao mundo exterior é de exclusivo uso dos Israelenses, que a água que
utiliza é escassa e não lhe pertence e
que a força de trabalho que emprega é constituída de pessoas que não gozam de
liberdade, o que as tornam facilmente manipuladas e intimidadas. Difícil será
encontrar equação econômica tão favorável e tão
distanciada das condições de mercado. É razoável prever-se retumbante
sucesso para esta incipiente empresa.
Já uma visão mais ampla sugere que a industrialização
Israelense nos territórios subtraídos tornará impossível sua devolução aos legítimos
donos, potencializando os efeitos nocivos já gerados pelos assentamentos. Inviabiliza-se,
assim, a Paz entre as partes. Assegura-se aos invasores a gradual e inexorável absorção das
terras bíblicas onde os ancestrais dos Palestinos, por infortúnio, se
estabeleceram ha 2000 anos. Penoso é observar-se, com o passar do tempo, a gradual
perda de imagem que mortifica Israel.
Um comentário:
Não tenho conhecimento suficiente sobre a empresa em pauta. O que me estranha é que todos os artigos relativos a palestinos se negam a comentar a questão do reconhecimento e o direito de existir do estado de Israel.
Este sim é o ponto crucial para a possibilidade de paz ha região.
Samuel Benoliel
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