Correio Popular
Ninguém disse que o trabalho seria fácil, mas também, assim
é demais. O Secretario de Estado norte americano,
John Kerry tenta, neste momento, apagar os mais diversos incêndios espalhados mundo
afora..
Mais próximo de nós, seus dias em Brasília não foram fáceis.
Confrontado pela presidente Dilma e o
Ministro Patriota, face às denúncias do jovem Snowden, Mr. Kerry nenhuma explicação teve a dar, a
não ser argumentar que a espionagem obedecia às leis Norte Americanas. Contudo,
não encontrou e nem tentou justificar a evidente violação das Leis Internacionais. Falou de terrorismo,
ainda que o Brasil em nada ameace nossa nação irmã, por estar alheio às
circunstâncias específicas que o gerou. Mas não se escusou dos objetivos
diversos destas bisbilhotices, por exemplo, a de escutar o que nossa delegação
nas Nações Unidas estaria debatendo no recluso escritório em Nova Iorque.
Mas Kerry enfrenta outros problemas, destacando-se a relação
com a Rússia. O asilo, e mais uma vez surge o jovem Snowden, concedido ao
“traidor” leva os Estados Unidos a cancelar a reunião Obama-Putin. Mais uma dor
de cabeça para Mr. Kerry, uma vez que Washington depende da boa vontade de
Moscou em vários temas; a logística militar que flui através da Rússia para
alimentar os soldados yankis no Afeganistão; a convergência de Moscou na
contenção do projeto nuclear Iraniano; a necessidade de não jogar os Russos no
colo dos Chineses; a contenção dos foguetes nucleares, etc...
Porém ainda há mais no cardápio do simpático Secretary of
State. O re-re-re-re lançamento das negociações de paz entre Israel e os
Palestinos. Vale observar que trata-se
de um “país” negociando com um povo, e não com outro país. Pelo
contrário o povo quer tornar-se país , mas ou outro país não deixa. Singular base
para negociações entre os interlocutores; o primeiro, uma poderosíssima nação; o segundo não passa de
um mendigo político. Para facilitar o diálogo e criar um clima de concórdia
antes dos trabalhos, o Premiê Netanyahu
anuncia a construção de um novo milhar de assentamentos em território de seu
interlocutor. Os Palestinos não gostaram. Mr. Perry terá, certamente, muito que
fazer para levar este projeto a bom termo.
O simpático John tem outra “batata quente” num país que,
seguindo o discurso de Obama no Cairo, derrubou o ditador e conquistou o
direito de eleger seu presidente. O transcurso do primeiro ano do novo governo
poderia comparar-se com o período de adolescência
democrática, com todo seus conflitos hormonais, nesta primeira tentativa na história do Egito.
Porém não chegou à maturidade, nem perto. Derrubado o presidente, restaurado o
Exército no supremo comando, que se revela sanguinário. O chefe de Mr. Kerry
ainda não decidiu se houve, ou não, golpe de estado (!) e o Secretary of State
ainda não engendrou formula que tirasse seu país de situação tão embaraçosa.
Irã, Afeganistão, Paquistão, Coréia do Norte, Yemen, Somália
e outros menos votados completam a angustiante tarefa que tem pela frente. Não é
fácil a vida de Mr. Kerry, que há de
pensar com seus botões, como pode seu país colecionar tamanha coleção de
problemas? Terá por causa uma incompetente política externa? Apesar de
liberal, instruído e cosmopolita, este respeitável e respeitado cidadão vê-se
tolhido pelas políticas impositivas de um país que quer demais, por preço
excessivo.
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