O mundo, de novo, de pernas para o ar. O presidente Prêmio Nobel da Paz se prepara para a Guerra.
Parece jogada de altíssimo risco, posto que:
1. Fragiliza o atual governo, ditatorial e laico, que denfende a liberdade de culto, abrindo o caminho para futuros massacres sectários e religiosos.
2. Apoia os interesses do segmento majoritário Sunita, facção propensa à radicalização Islãmica.
3. Atende aos interesses da Al Quaeda, segmento relevante na luta contra Bashar Al-Hassad.
4. Permite a vitória de grupos heterogêneos que hoje lutam contra o ditador, e que amanhã lutarão entre si (vide Líbia e Tunísia).
5. Atenta frontalmente contra interesses militares russos na Síria (vide base naval em Tertus), possibilitando agravamento das tensões Russo-Americanas. As duas maiores potencias nucleares em rota de colisão?
6. Despreza o constrangimento orçamentário Norte Americano, onde nova autorização para o aumento da sua dívida pública deverá ser solicitado ao Congresso em outubro próximo.
7. Dará início a um conflito sem vislumbrar como dêle se retirar.
Ao simpático presidente Obama, Prêmio Nobel da Paz, uma palavra de cautéla: cuidado com os máus conselheiros, internos e externos.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Aula Jurídica
Ministro Joaquim Barbosa
Parece oportuno tecer-se
alguns comentários sobre a sessão de
ontem no Supremo Tribunal, quando o Embargo Declaratório do bispo Rodrigues mereceu o julgamento da Corte.
Importante observar a atuação do Ministro Luis Roberto
Barroso. Homem complexo, sutil, cujas primeiras palavras foram de critica à “severidade” das penas impostas aos
malfeitores do Mensalão. Arguiu que,
tivesse ele participado do julgamento desde seu início, não apoiaria a
severidade imposta aos réus. Ainda, votaria, diz ele, com o Ministro
Levandowski no caso do trêfego evangélico, reduzindo-lhe a pena.
O Ministro Teori Zavascki, por outro lado, revelou-se atento
aos parâmetros da Lei. Em curto, porém denso, parecer, deu pleno apoio ao
Relator, o Ministro Joaquim Barbosa. Promete, este novo integrante do Tribunal,
uma atuação proba e imparcial.
Já, o Ministro Lewandowski demonstra uma fluência admirável.
Argumenta bem, reforçando seus pontos de vista com elegância e polidez, ainda
que tendendo para a loquacidade excessiva. Será
tática? Seu partidarismo, neste caso em prol do duvidoso Pastor, no
entanto, reduz o valor de sua participação. Seguiu-lhe os passos o Ministro
Dias Toffoli, procurando a luz que lhe vinha do alto.
Mais uma vez, o Ministro Marco Aurélio surpreende, tomando
rumo inesperado ao apoiar a tese do Ministro Lewandowski. Muitos são os que o
acusam, talvez injustamente, de buscar sempre no contraditório maior
visibilidade.
As Senhoras Ministras Carmem Lucia e Rosa Weber se houveram
bem, para aqueles que desejam a pena mais severa, tendo em vista a gravidade do
crime, não só de corrupção, mas pelo conteúdo, a ela inerente, visando desvirtuar
o processo democrático e o ideal Republicano.
A aula do Ministro Celso Mello foi admirável. Sob os mais
diversos ângulos em que avaliou a justeza do Acórdão punitivo, tornou insofismável a rejeição do Embargo
Declaratório. Acentuou, assim, a angustia que a todos assalta face à sua
decisão de aposentadoria precoce.
Os Ministros Fux e Mendes, o primeiro com mais brilho, o
segundo mais conciso derrubaram a manobra, por muitos visto como protelatória.
Ambos revelaram-se guardiães do bom Direito.
Finalmente chegamos ao inconteste Homem Digno, o Ministro
Joaquim Barbosa. Num momento de indecisão, quando a poderosa argumentação do
Ministro Lewandowski parecia semear dúvidas no plenário, o presidente do Tribunal
optou por intervenção decisiva, delineando os elementos que tornavam inconteste
a validade do Acórdão contrário ao Réu.
O julgamento que o Brasil assistiu ontem renova a esperança de um Brasil melhor.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Arrogância Britânica, resposta Brasileira.
David Miranda e Glenn Greenwald (foto do O Globo)
David Miranda,
brasileiro, companheiro de Glenn Greenwald, britânico, foi detido, por nove
horas, no aeroporto de Heathrow, na Inglaterra. Foi submetido a interrogatório,
teve todos seus pertences detidamente examinados e tudo que era eletrônico,
computador, pen drive, e telefone celular, confiscados. A detenção teve por
base o combate ao terrorismo! Nada mais remoto da verdade.
Por mais que
façamos uso da imaginação, não há como ligar o Sr. Miranda a qualquer atividade
terrorista. Nem sua relação afetiva com o Sr. Greenwald, jornalista do diário
inglês The Guardian nem seu
comportamento privado e público o liga a qualquer fato que remotamente possa
ser ligado a terrorismo. Quando muito, a única atividade fora do comum é sua
amizade com o jornalista que divulgou os segredos de Mr. Snowden, que, por sua
vez, em nenhum momento manifestou apoio nem
conivência com o terrorismo.
Conclui-se,
pois, que a detenção, embasada tão sómente em lei anti-terrorista, foi injustificada. Um cidadão brasileiro
foi submetido a intenso, impiedoso e
profundamente estressante interrogatório, tornando a intervenção britânica em
nítida crueldade psicológica. Para quem duvidar, coloque-se sob interrogatório
ininterrupto de sua mulher por uma hora, multiplique por nove e substitua a
irada esposa por seis interrogadores profissionais que dispõem de pouco tempo para
arrancar-lhe tudo que sabe, e que não sabe.
Hoje, David
Miranda já estará no Brasil, este querido país que, apesar dos desmandos e
trapalhadas, livrou-se desta neurose que acomete os países de consciência
pesada. Sim, pesada por terem, mediante suas políticas externas agressivas, por
um histórico de colonialismo para uns, e neo-colonialismo para outros, engendrado
ódios e incompreensões que se
transformaram em perene ameaça. A outrora majestosa Grã Bretanha curva-se à
vontade de sua ex-colônia, fazendo-lhe as vontades que vão desde às guerras ao
atropelo da própria lei. Sim, porque a prisão do Sr. Miranda, solicitada pelos
canais de inteligência Yankee, foi
nitidamente ilegal.
E como fica o
Brasil? Presumo que,
respeitando a secular prática diplomática, exercerá seu direito, não de
retaliação mas de reciprocidade. Não é de nosso feitio imitar a detenção, por
nove horas, de um cidadão britânico que chegue às nossas praias. Certamente não.
Mas seria apropriado convocar o embaixador de Sua Majestade Britânica para
esclarecimento e promessa de respeitar suas próprias leis quando tratando com
os brasileiros que por lá aportarem.
O senhores David Miranda e Jean Charles de Menezes, ambos vítimas de desrespeito das leis Britânicas pelos Britânicos, agradeceriam.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Sangue no Cairo
Não se pode brincar de Democracia quando o resultado
eleitoral é ignorado. Barack Obama ajudou a plantar as sementes da Primavera
Árabe cujas flores murcharam cêdo.
A visão de um Norte da África Islâmico causa arrepios e
insônia no mundo Judaico e Cristão. Os Europeus temerosos da influência que
chega a seus imigrantes árabes; os Estados Unidos apavorados com o terrorismo;
Israel, temeroso pelo cerco de suas fronteiras. Assim, as potencias Ocidentais
e Israel foram unânimes em rejeitar,
ainda que in pecto, a vitória Islâmica no Egito.
Preocupação legítima, dada a hostilidade que as massas
Muçulmanas devotam aos Estados Unidos, por elegeram Israel como seu aliado incondicional,
abandonando qualquer pretensão de tratamento equitativo entre nações e povos da região. Ainda, apesar de apelos à moderação,
os Estados Unidos não conseguem se desvencilhar do apoio obrigatório que dedica
às ditaduras do Oriente Médio. É difícil conquistar a simpatia de povos
oprimidos.
Faltava, no entanto, o pretexto para invalidar a eleição
cuja legitimidade não foi contestada. Este chegou graças à inabilidade do presidente
Mursi, demonstrando autoritarismo sem, contudo, desrespeitar a Constituição,
aprovada em plebiscito. Teve por oposição as classes abastadas e a minoria
Cristã, aliados à ditadura deposta e os chamados liberais laicos, hoje
arrependidos.
Foi o bastante para o General Sissi, premido por incontida saudade
do poder militar, estimulado indiretamente por um Israel inquieto com a
vizinhança da Irmandade Muçulmana, e por um desviar de olhar distraído de
Washington (apesar de seu inigualável serviço de espionagem), para trair seu
criador. Quem acredita que o General não recebeu sutil aprovação?
Daí ao massacre dos últimos dois dias foi um passo. Hoje
chega a mais de 600 mortos e milhares de feridos. Mortos desarmados em
manifestação pacífica. O novo governo, sai fortalecido pelas declarações
Européias e Americanas, que recomendam diálogo com a oposição, porém sem
condenar o Golpe de Estado, sem condenar a prisão e defender a recondução do presidente
deposto, sem criticar o encarceramento dos dirigentes do seu partido, sem se
opor ao fechamento das estações de rádio e televisão, ou seja um atentado à
imprensa livre.
Com os civis executados morreu também a esperança de democracia na
região, pois uma nova regra de vitória seletiva foi estabelecida: ganha só quem convier. Qual o valor do voto, perguntar-se-á o futuro eleitor Egípcio? Cria-se nova zona de
instabilidade, valorizando o discurso radical néo-Salafista e condições para a
proliferação terrorista. A solução encontrada pelos perpetrantes diretos e
indiretos deste Golpe de Estado não parece boa.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
O périplo de John Kerry
Correio Popular
Ninguém disse que o trabalho seria fácil, mas também, assim
é demais. O Secretario de Estado norte americano,
John Kerry tenta, neste momento, apagar os mais diversos incêndios espalhados mundo
afora..
Mais próximo de nós, seus dias em Brasília não foram fáceis.
Confrontado pela presidente Dilma e o
Ministro Patriota, face às denúncias do jovem Snowden, Mr. Kerry nenhuma explicação teve a dar, a
não ser argumentar que a espionagem obedecia às leis Norte Americanas. Contudo,
não encontrou e nem tentou justificar a evidente violação das Leis Internacionais. Falou de terrorismo,
ainda que o Brasil em nada ameace nossa nação irmã, por estar alheio às
circunstâncias específicas que o gerou. Mas não se escusou dos objetivos
diversos destas bisbilhotices, por exemplo, a de escutar o que nossa delegação
nas Nações Unidas estaria debatendo no recluso escritório em Nova Iorque.
Mas Kerry enfrenta outros problemas, destacando-se a relação
com a Rússia. O asilo, e mais uma vez surge o jovem Snowden, concedido ao
“traidor” leva os Estados Unidos a cancelar a reunião Obama-Putin. Mais uma dor
de cabeça para Mr. Kerry, uma vez que Washington depende da boa vontade de
Moscou em vários temas; a logística militar que flui através da Rússia para
alimentar os soldados yankis no Afeganistão; a convergência de Moscou na
contenção do projeto nuclear Iraniano; a necessidade de não jogar os Russos no
colo dos Chineses; a contenção dos foguetes nucleares, etc...
Porém ainda há mais no cardápio do simpático Secretary of
State. O re-re-re-re lançamento das negociações de paz entre Israel e os
Palestinos. Vale observar que trata-se
de um “país” negociando com um povo, e não com outro país. Pelo
contrário o povo quer tornar-se país , mas ou outro país não deixa. Singular base
para negociações entre os interlocutores; o primeiro, uma poderosíssima nação; o segundo não passa de
um mendigo político. Para facilitar o diálogo e criar um clima de concórdia
antes dos trabalhos, o Premiê Netanyahu
anuncia a construção de um novo milhar de assentamentos em território de seu
interlocutor. Os Palestinos não gostaram. Mr. Perry terá, certamente, muito que
fazer para levar este projeto a bom termo.
O simpático John tem outra “batata quente” num país que,
seguindo o discurso de Obama no Cairo, derrubou o ditador e conquistou o
direito de eleger seu presidente. O transcurso do primeiro ano do novo governo
poderia comparar-se com o período de adolescência
democrática, com todo seus conflitos hormonais, nesta primeira tentativa na história do Egito.
Porém não chegou à maturidade, nem perto. Derrubado o presidente, restaurado o
Exército no supremo comando, que se revela sanguinário. O chefe de Mr. Kerry
ainda não decidiu se houve, ou não, golpe de estado (!) e o Secretary of State
ainda não engendrou formula que tirasse seu país de situação tão embaraçosa.
Irã, Afeganistão, Paquistão, Coréia do Norte, Yemen, Somália
e outros menos votados completam a angustiante tarefa que tem pela frente. Não é
fácil a vida de Mr. Kerry, que há de
pensar com seus botões, como pode seu país colecionar tamanha coleção de
problemas? Terá por causa uma incompetente política externa? Apesar de
liberal, instruído e cosmopolita, este respeitável e respeitado cidadão vê-se
tolhido pelas políticas impositivas de um país que quer demais, por preço
excessivo.
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
O longo protesto
Já escrevi criticando nosso Governador pelos excessos
cometidos, pelas impropriedades verificadas. O cidadão deve protestar e fazer-se
ouvir. Ainda deve manter-se vigilante, para que o malfeito não se repita.
Creio, no entanto, que o prolongamento de manifestações
contra Sergio Cabral, atropelando a privacidade de sua família e de seus
vizinhos não se justifica. Ainda, levando o protesto a níveis de difícil
compreensão, até em São
Paulo chegaram os seus opositores, com palavras de ordem e
slogans. Esta persistência e fôlego desafia
o bom senso, a ponto de gerar suspeitas.
O que haverá por trás desta longuíssima vigília frente à casa
do Sérgio Cabral? Estranho... A fase do protesto político já parece ter sido
cumprida; porque continua? A quem interessa?
Quem tem raiva da UPP, e da sua polícia, carro chefe do
governo Cabral? Quem pretende assumir o próximo governo do nosso Rio de Janeiro?
Em conversa, hoje, com dois manifestantes, uma moça e um
rapaz, ambos de classe média, observei o ressurgimento da argumentação marxista! Indaguei sobre a
violência, porque mascarados, que a seus projetos era nocivo? Perguntei-lhes o porque dos panos que tinham
ao pescoço, porque esconder-se?
_É
para nos proteger do gás lacrimogênio, e não para nos esconder.
_Mas
Vocês foram violentos, quebraram lojas, arguí
_Somos
contra este capitalismo. Destruímos a agência do
Itaú porque representa a exploração do homem pelo homem.
_Mas quando jovem participei de passeatas sem nada destruir,
retorqui
_No seu tempo não havia grandes lojas, esmagou-me a moça
cheia de sabedoria no olhar
Achei prudente encerrar o diálogo.
Mau caminho, e revela algo suspeito. Ora, se estes
manifestantes seguem a radicalização marxista, à eles pouco se lhes interessa o
aperfeiçoamento do Governador, a correção ética do seu governo, o término da
corrupção burguesa. Não têm compromisso com a democracia capitalista, e lá estão
para derrubar, seja o Sergio, o Antonio ou o Joaquim.
Sabem, também, não ter a força para derrubá-lo, projeto improvável
e longo, que os mantêm longe do trabalho e do sustento. Porque e como lá
permanecem, bem alimentados e bem humorados? Há quem afirme haver dinheiro para
a rapaziada acampada, o que parece fazer sentido.
E de onde viriam os pagamentos? Do tráfico, que vê na baderna
a maneira de ocupar e desmoralizar a polícia? Do Sr. Garotinho, já envelhecido
pelas suas práticas tortuosas?
A verificar...
sábado, 10 de agosto de 2013
A tortura telefônica
Não há dúvida que o sistema telefônico Brasileiro melhorou
enormemente depois da privatização destes serviços. Todos os cidadãos, ou quase
todos têm telefones fixo ou celular. Todos se falam, se agitam, e, por
vezes, em vez de conversar ficam hipnotizados pelos seus
aparelhos milagrosos, que tudo põem a fazer. É o progresso, e é bem vindo.
Mas passemos ao lado escuro desta estória. A privatização fez-se,
em boa parte, com o dinheiro da nossa querida Viúva. A Concessionária, que aqui
terá o codinome de Olá, deve ao Estado Brasileiro, isto é, nós todos, 37,64% de seu capital, sem contar os
empréstimos que porventura receberam deste mesmo governo. Assim, empresas estatais,
bancos governamentais, fundos de pensão oficiais somam-se à esta aparência privatizante,
onde as manifestações de “livre mercado” adquirem tons desviados, onde o “livre” invocado perde sua essência
para tornar-se “privilegiado” e, por vezes, “impune”.
Tudo são rosas no momento da captura do cliente, onde só a
inebriante fragrância do glamour digital se observa. Falar um com o outro é
mera conveniência, pois falar com o mundo potencializa a imaginação. A
armadilha está pronta. O contrato é assinado, e viveremos felizes para
sempre...
Até o momento em que os espinhos aparecem. Qualquer alteração desejada do contrato
assinado, que reduza o beneficio da interlocutora, torna-se um novo tipo de tortura, comparável às
mais sádicas dos idos medievais. O diálogo com o “Call Center”, onde habitam misteriosos seres com sotaque estranho (dizem
que é paulistês), transforma-se em processo Kafkiano. As palavras que emanam do
cliente que busca, digamos, encerrar
sua conta, sofrem misteriosa transformação, causando no interlocutor respostas
que nada tem a ver com o que é solicitado, ou, ainda pior, provocando perguntas
as mais íntimas.
_ Quero cancelar minha conta.
_ Mas nós podemos lhe oferecer o pacote YTRWQ, que reduz
substancialmente sua conta mensal.
_ Porque já não me ofereceram estas vantagens, no passado?
Porque tive que pagar, durante anos, além
do que precisaria?
_ (pergunta ignorada) Porque o Sr deseja cancelar sua conta?Ah,
sim..compreeendo. Vou transferi-lo para o departamento de Solicitações Especiais.
Aí começa o sofrimento...
Exasperado, o usuario é transferido para inúmeros e misteriosos
departamentos que repetem, incessantemente, as mesmas perguntas, consumindo-lhe
horas, esgarçando seu sistema nervoso. Exausto, cede. Cancela o pedido. Passados alguns dias, o assinante, já se
recuperando da sofrida experiência, recebe telefonema da Concessionária.
_Alô, gostaria de fala com o Sr Fulano?
_ Sim, é ele falando
_Estamos fazendo uma pesquisa dentre nossos clientes. Qual
nota que o Sr daria, de 0 a 10, aos serviços prestados por nossa empresa?
_ Zero! Zero!
_ Não estou entendeeeendo. Pode repetir?
-Zero!
_Não enteeeeendi. – Desliga
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Hora de negociar
Em recente eleição presidencial, o Irã elegeu Hassan Rohani.
Substitui o radical Ahmadinejad, de triste memória. As chancelarias
internacionais parecem concordar que a ascenssão
deste moderado clérigo/político poderá
abrir o caminho para o arrefecimento do
contencioso nuclear que prevalece faz anos.
Interessa, tanto ao
Irã como aos Estados Unidos encontrar formula conciliatória, porém posições
anteriormente assumidas tornam difícil o êxito da missão. Rohani já manifestou
desejo de negociar apesar de Teerã defender seu direito de enriquecer urânio.
Tem por base o Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual é contratante e que
lhe veda, tão somente, a fabricação de
armas nucleares. O governo Barack Obama
também já manifestou interesse em
re-encetar negociações, porém exige o término do enriquecimento, de acordo com
Resolução das Nações Unidas.
No entanto ambas as partes vêem seu caminho tolhido por feroz
resistência de Israel, que alega ser intenção do Irã enriquecer seu urânio a 90%, e
não os 20% declarados, permitindo assim, a construção da bomba nuclear. Como
medida visando o colapso de qualquer negociação, foi mobilizada a mais relevante
associação de interesses israelenses nos Estados Unidos, a AIPAC. Esta,
desprezando a significativa mudança na cúpula Iraniana, agiu diretamente junto à Câmara de Deputados
obtendo resolução (400 votos a favor contra 20) postulando o aumento de sanções
a Teerã, o que equivaleria ao estrangulamento econômico daquele país.
A se perder esta oportunidade, onde negociações diplomáticas
possam explorar as varias formulas para um entendimento permanente, em ambiente
de respeito mútuo, resvalaremos, novamente para as relações pautadas pela
hostilidade e preconceitos, onde o círculo vicioso de ação e retaliação levará
a região a novo conflito.
Em exercício hipotético sugiro algumas alternativas possíveis:
1.
A capitulação de Teerã, abandonando o
enriquecimento do urânio. Provavelmente outras exigências seriam impostas, tais
como que tipo de armamento convencional seria permitido ao arsenal Iraniano e,
ainda, a manutenção de certas sanções. Pode-se prever inconformidade em setores
relevantes.
2.
Manutenção e, possivelmente, aceleração velada do
programa nuclear. Tal decisão visaria assegurar a segurança e soberania do
país, ameaçadas pelo violento constrangimento econômico decorrente das sanções.
Opção de altíssimo risco, prevendo-se
ataques pontuais por forças Israelenses e Norte Americanas, às quais Teerã oporia
ação hostil indireta junto às populações
xiitas do Oriente Médio, vide Iraque, Síria, Bahrein e outros. Ainda, como
retaliação e manobra para futura negociação, exerceria influência adversária no Afeganistão.
3.
Substituição de estratégia, mantendo o programa
nuclear dentro dos limites atuais, buscando segurança através de concessões
especiais à Rússia e à China, na tentativa de atrair países cujo contencioso
com os Estados Unidos tende a crescer.
Certamente outras opções existem, porém nenhuma parece tranqüilizadora.
A tendência impositiva da diplomacia de Washington, atiçada, e por vezes
controlada, pelos interesses de Tel Aviv, parece dificultar o início de diálogo. Vale, também, lembrar a natureza autoritária e inflexível do Aiatolá Khamenei, líder supremo do Irã, cuja intervenção poderá inviabilizar qualquer acordo.
O jogo é de altíssimas apostas, pois um conflito no Irã
poderá transbordar, insuflando, ainda mais, o mar revolto do Oriente Médio. Nem
Beijing nem Moscou estarão alheios às alterações géo-políticas que advirão de conflagração
naquela região, sendo o Irã de direto interesse Russo, e o Golfo Pérsico,
importante para a China.
sábado, 3 de agosto de 2013
O exemplo que vem de longe
No caso, o exemplo não é bom. Num episódio que lembra as agruras do Mensalão e nossas dúvidas sobre as conseqüências finais que recairão sobre os condenados, recebemos da Eterna Roma um exemplo edificante de como é julgado um político que saiu dos trilhos da decência.
Trata-se do Commendatore Berlusconi, nosso conhecido de
outros carnavais. Pelas estrepolias financeiras e sexuais, sem dúvida o homem
mais importante da Itália, acaba de ser condenado à 4 anos de prisão por evasão fiscal explicita.
Bem, não é bem assim... De fato a Côrte Italiana condenou o
agitado magnata/político, porém a severidade da condenação sofreu gradual e incontida
atenuação nos dias que se seguiram ao veredíto. De prisão carcerária, passou-se
a prisão domiciliar, e de domiciliar para trabalhos comunitários. Sabe-se lá
que abrandamento adicional poder-se-á esperar? Tem mais! Parece que o Senador
Berlusconi poderá manter o seu mandato, revelando que lá, como aqui,
parlamentares condenados continuam mandando no país. Sim, nosso trêfego show-man,
empresário e político, demonstra ter pelo menos três vidas, uma para cada uma
de suas vocações acumuladas.
O partido “Povo da Liberdade”, do qual o ex Premiê é o
expoente, promete encetar profunda reforma do Judiciário, evidentemente
despreparado para julgar. Esta singular agremiação defende que só uma revisão
profunda do Léxico Jurídico, em prol dos
condenados, poderá salvar a democracia Italiana. Caso não tenha sucesso,
promete jogar tudo para o alto, retirando-se da coalizão que governa uma Itália
aflita e combalida.
Em que difere o
grasnar destes corvos Romanos dos uivos dos lobos em terra nostra, no plenário democrático que deveria ser o nosso Parlamento? Em nada. O que comprova que certas
coisas são Universais, e a corrupção é uma delas. Os que a defendem, seja qual
for a cultura que os impele, acabam por seguir os mesmos sombrios corredores
que visam perpetuar o estrangulamento da Ética.
Resta agora, a conclusão do julgamento dos acusados do
Mensalão. Dois possíveis efeitos opostos advirão da experiência Italiana. O
primeiro será o de demonstração, onde, afinal, o crime no topo do monte
político (pirâmide seria palavra por demais nobre) não merece severidade. O
segundo efeito seria o de alertar “as Ruas” caso leniência indevida se instale no seio do Supremo
Tribunal Federal.
Agosto, mês de desgosto. O será para o povo Brasileiro, ou para
os réus?
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