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Ainda a Passeata
É novo, aquilo que agora ocorre no Brasil. Mais de milhão
nas ruas, simultaneamente, com o intuito cívico (apesar da presença minoritária
de baderneiros) de constitui-se em novo
fator político em nosso país, fator de imensa importância, fator que pode
regenerar a Nação.
Sem o Face Book, esta rebelião contra o atual descalabro nos
corredores do poder, não teria acontecido, não existiria sem a sua condição congregadora e difusora. Para que
ocorresse foi necessário o continuo acumulo de fatos frustrantes e degradantes trazidos à atenção atônita da juventude brasileira.
O desnudar da corrupção que conspurca o país foi o
julgamento do Mensalão. Os detalhes sórdidos revelados na intimidade de
políticos ligados ao poder, retiraram do povo a venda que lhe impedia ver, com
clareza, a cruel injustiça social que decorre da corrupção, aquela que favorece
uma casta em detrimento dos que trabalham para o seu sustento. Aquela que
subtrai a riqueza de todos em benefício de impune quadrilha.
A inflação crescente agulhou o ânimo dos protestos, que teve
por catalisador o aumento das passagens de ônibus. Mas houve outras tais como a
perda do poder de compra e o conseqüente empobrecimento que contradiz o discurso do Executivo, aquele que
promete crescente prosperidade às classes menos favorecidas.
E, ainda, o descalabro administrativo e moral que fragiliza
a Educação e a Saúde, divida ainda não paga pelo governo que promete mas não
cumpre.
Esta rebelião está sendo feita pelos jovens, que identificam,
nos atos do Governo, a destruição do
ideal Republicano, que reconhecem a
perda de rumo da Democracia.
A presidente Dilma se manifestou, apoiando as manifestações
(como deixar de fazê-lo?), tentando co-optála. Prometeu reforma política, impossível enquanto
na eleição o dinheiro pesa mais do que o voto. Prometeu reformar a educação,
com os longínquos recursos do Pré-Sal,
ainda adormecido a sete mil metros sob o mar. Quanto à Saúde, pouco falou...Quanto
aos estádios, os contratos firmados não parecem validar suas palavras.
Sua sinceridade será constantemente aferida, medida pela
neutralização da PEC 37/11, pelo apoio à conclusão do julgamento do Mensalão,
pelas medidas eficazes para reverter a inflação, pela reforma eleitoral
proibindo doações milionárias às campanhas eleitorais a troco de benefícios solertes.
Aí, sim, o país começa a mudar, a melhorar. Tudo mais é conversa fiada.
Talvez seja essa é a hora de cessar as manifestações que
prejudicam o andamento da economia bem como os jovens que delas participam
porém sem que descurem da Vigilância. Certamente não cabe o vandalismo nem o
extremismo, que desagregam a união que deve reinar no seio desta força
inigualável que é a esperança determinada da juventude brasileira.
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