Melhorando
o Brasil
São
muitas as razões para o cidadão brasileiro orgulhar-se de seu país. A índole
tolerante e pacífica de seu povo, o progresso de sua economia, a melhoria na
inserção dos pobres no ciclo econômico, a notável qualidade de sua produção agrícola, a evolução de seu comércio exterior, são motivos de admiração.
Contudo,
nenhuma sociedade poderá prosperar e fortalecer-se, de forma sustentável, sem os pilares da Política e
da Justiça. Para que uma nação torne-se
viável é essencial a construção do edifício Público, onde a percepção de
equidade assegure a solidariedade e a oportunidade de ascensão dentre
os diversos segmentos da sociedade.
Assim,
quanto à Justiça, torna-se essencial a reforma do Código Processual Penal que,
na sua atual forma protege o criminoso poderoso, política ou financeiramente,
transformando a exegese do Direito em impunidade efetiva. A prorrogação infindável decorrente das instâncias
sucessivas, leva à prescrição ou ao esquecimento da atenção pública,
desonerando o criminoso de sua dívida para com a sociedade. A correção de rumo
é imperativa, buscando a redução
drástica do tempo que leva da denúncia à sentença. Assim, apagar-se-á a perene
constatação de impunidade, que hoje contamina o respeito pela democracia
brasileira.
Já,
no que tange a Política, a cada vitória eleitoral presenciamos o assalto que transfere aos vitoriosos, não tão somente
o poder político, mas o domínio das finanças públicas, através da rapinagem dos
órgãos governamentais. A aliança de parcelas relevantes dos poderes Legislativo
e Executivo revela a captura do âmago do
Estado, cuja missão de servir a Nação transforma-se, com algumas admiráveis exceções,
em esquemas de compra e venda de poder. Vemos os cargos da administração pública, que clamam
por competência e honestidade, distribuídos de forma a transformar o que deveria ser Gestão eficaz em
exercício de perpetuação de poder e de enriquecimento pessoal e partidárioconspurcando
a moral, destruindo o amálgama necessário para a consolidação do Estado, que,
por definição, tem o dever de prover Justiça.
O papel do dinheiro no cenário eleitoral transforma a eleição popular numa equação
financeira, onde o crescente custo da eleição torna provável a busca da
compensação imoral ou criminal. Esta
assume a forma do trafico de influência, em cumplicidade com segmentos relevante do empresariado,
transformando o exercício cívico em prática de enriquecimento ilícito e
assimétrico. O peso do capital como instrumento preferencial na escolha dos
políticos fragiliza a democracia, transformando o outrora “curral
eleitoral” em atual “curral financeiro”.
Assim
cria-se uma espessa neblina que afasta quem elege de quem é eleito.
Impõem-se,
pois, às elites dirigentes, políticos, e
magistrados, empresários e sindicatos, bem como aos eleitores, a conscientização de
que a anomia vigente é contrária aos interesses da Nação. A reforma da lei Eleitoral, e de seus aspectos
constitucionais, torna-se essencial, limitando a criação de partidos, impondo a
fidelidade partidária, exigindo a transparência de suas finanças, revendo e
impondo a proporcionalidade dos parlamentares de acordo a realidade demográfica.
Quanto ao financiamento das Campanhas
Eleitorais , deve-se limitá-lo à contribuição do cidadão, impondo-lhe montante
máximo, sendo, ainda, reforçado por um equitativo Fundo Eleitoral a ser
gerido pelo Superior Tribunal Eleitoral. Vedar-se-ia, assim, as
contribuições das corporações nas campanhas eleitorais, fonte de ininterruptos
escândalos e de pressões espúrias. Purificado o processo devolve-se ao cidadão a primazia da
vontade eleitoral.
Subjacente
à fragilidade destes pilares essenciais à Nação, sofre ela a praga ubíqua da
Corrupção. Vinda dos píncaros do poder, derrama-se ladeira abaixo contaminando a
sociedade, embaralhando os princípios éticos,
Estes
seriam os primeiros passos de uma longa jornada, em busca da redenção de uma democracia que se vê ameaçada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário