sábado, 11 de maio de 2013






Duas prioridades

A inflexão de qualidade do Governo Dilma deu-se, há poucas semanas,  ao colocar-se a reeleição como o objetivo prioritário de seu governo. Pelo menos, até o presente tudo indica que assim se passou.

O Brasil exige de seus governantes a capacidade de identificar as prioridades para que seja o país transformado em nação próspera, de crescimento sustentável em benefício de todas as camadas de sua população, sejam eles trabalhadores, sejam eles empresários. Dentre tantas que saltam aos olhos, vejo duas que merecem especial atenção.

A primeira é o combate implacável à inflação. Sem a estabilidade da moeda tudo mais cai por terra. A necessária abolição da Correção Monetária nos trouxe ao realismo implacável, onde não mais se refugia a inflação, quando trazia  benefícios para as classes mais preparadas e abastadas, porém, causando miséria à imensa maioria do povo brasileiro, incapaz de defender-se da perda de seu poder de compra. A inflação, por ironia, se permitida vicejar sob o governo PT, trará no seu bojo o desmonte do que foi o singular mérito de seu governo, a ascensão dos pobres e a redução da calamitosa diferença na distribuição de renda brasileira. A desestruturação da economia nacional, uma vez envenenada pela inflação, levará o Brasil ao atraso, dificultando não apenas o desenvolvimento empresarial mas, também, condenando, mais uma vez,  todo o segmento de média e baixa renda à marginalização econômica.

Pior será, ainda, se o governo buscar em medidas artificiais o controle dos efeitos inflacionários (vide Sra Kirchner) em vez de suas causas, numa tentativa de esconder à nação a real diluição de sua moeda.

A segunda prioridade aqui proposta seria a otimização, a prazo curto, do  transporte de sua produção agrícola e industrial. Torna-se evidente a incapacidade que tem o Brasil de distribuir sua produção e colocá-la em seus mercados, a tempo e hora, e a custo competitivo, O abandono (desde Juscelino Kubischek) das ferrovias e da navegação costeira em favor do caminhão, de altíssimo custo operacional, inviabiliza qualquer equação que vise eficiência e baixo custo. As já tradicionais e intermináveis filas de carretas que buscam os portos brasileiros não encontram explicação racional, a não ser no atendimento de interesses empresariais específicos, de mãos dadas a governantes (i)responsáveis.

Face à esta situação calamitosa, planeja-se a construção de um Trem Bala para São Paulo!  De acordo com publicação especializada, o custo por quilometro de uma ferrovia de carga é, aproximadamente, 10 vezes menor do que o quilometro para assentar os trilhos  do trem ultra-rápido. A grosso modo, em vez de 450 quilômetros ligando o Rio de Janeiro à Guarulhos(!),  4,500 quilômetros de ferrovias de carga poderiam ser construídas,  para reduzir o Custo Brasil interna e externamente. Ainda, a conexão com os portos, reestruturados conforme as exigências técnicas, e não como pretende o corporativismo sindical, é parte integrante, e urgente, do projeto de modernização e competitividade intra e extra fronteiras.

Senhora Presidente, estamos na encruzilhada, onde a modernização do país se contrapõe à prevalência das práticas arcaicas de perpetuação no poder.

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