David Cameron, PM, Reino Unido
A Inglaterra e a Europa
Quem não conhece esta expressão tão inglesa: “Terrível tempestade na Mancha. O Continente está isolado?" Desde que os Plantagenets abandonaram a França e se apoderaram da Inglaterra, o distanciamento Inglês do continente Europeu só fez se acentuar. E a cobiça também. Não conseguindo conquistar a França depois de cem anos de guerras, recolheram-se os Ingleses para tratar de seus assuntos internos, e assim conquistaram o Mundo.
Defendidos pelo fosso da Mancha, a fortaleza Inglaterra tornou-se invulnerável e dedicou-se a duas tarefas principais, ambas concomitantes e de igual importância. Uma foi a conquista do império Colonial que lhe trouxe a riqueza incalculável que lhe facilitou a segunda. Esta procurou o permanente enfraquecimento das nações Européias através de sua política de mutáveis alianças, sempre visando o enfraquecimento do rival mais poderoso, assim mantendo sua supremacia militar e política.
Teve notável êxito, atingindo os píncaros do Hubris. Sucedeu-lhe Nemesis na forma do Século XX, quando duas guerras mundiais sugaram-lhe, primeiro a riqueza, e depois as colônias. Tornou-se mais um país Europeu submisso ao novo Império norte-americano e aterrorizado pelo agora extinto Império Soviético.
Mas nem por isso, cessa a visão Inglesa de manter, impávida, sua soberania, rejeitando qualquer submissão seja à outra nação (que não seja os Estados Unidos) seja a um concerto de nações. Temos, assim, a recaída Inglesa face à União Européia. Pérfida Albion manifesta crescente recusa a acompanhar a União Européia, onde a cessão parcial das autonomias nacionais visam o benefício geral, pela criação de enorme mercado, liberdade de ir e vir, disseminação dos valores civilizatórios básicos dentre todas as nações do Continente. Por impor o dialogo, oferece a Paz às gerações futuras., tornando inviáveis as guerras no continente Europeu, a região mais conflagrada do planeta.
Mr. Nigel Farage, líder do UK Independence Party se vangloria de notável e crescente prestigio ao conquistar recente vitória numa eleição parcial Britânica. Sua plataforma: a rejeição à União Européia. Mas não é só ele, um neófito político de embrionário partido. Mr. Cameron, Primeiro Ministro do Partido Conservador, defende a revisão dos tratados Europeus, na busca de maiores vantagens, ameaçando Bruxelas com um próximo Plebiscito onde se decidirá a permanência Britânica na União Européia. Resvala, assim, o governo Britânico, ao distanciar-se do mais notável projeto político da história do Ocidente. Resvala na direção do passado, dos contenciosos e dos casus belli.
Bem que Charles de Gaulle e Margaret Thatcher concordavam. O primeiro achava que não se deveria convidar a Grã Bretanha para a União Européia. A segunda acreditava não ter a Grã Bretanha o que fazer na União Européia.
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