Uma tarde no jardim do Luxemburgo
Existe no
francês uma tara Cartesiana. Nem os jardins dela escapam. Estes, concebidos com lógica e disciplina, ou,
talvez, com a disciplina da lógica, embelezam os grandes espaços porém sempre
lembrando aos visitantes que a liberdade tem limites.
Arvores erguem-se na busca da ainda tênue luz primaveril, exibindo a alegria de jovens e verdes folhas; crescem em grupos aparentemente libertos da burocracia jardineira. Já,
passos adiante, depara-se o simpático e peripatético observador com as
fronteiras delimitadas pelos companheiros de Le Nôtre. Estas, com flores que
desafiam o inverno que se vai, arregimentadas em sua beleza variada, parecem
flâmulas celebrando sua liberdade colorida.. Mais além, arbustos esculpidos e,
acolá, longas fileiras de arvores podadas em rígida formação, protegem as
largas alamedas.
Já,
chegando à altura do grande terraço do palácio de Maria de Médici, compreende o nosso visitanter, a belíssima visão
do conjunto, do equilíbrio estético, buscando na arte e no artifício o
aperfeiçoamento, talvez arrogante, da natureza libertária. Um conjunto de verdes
distintos, de ímpetos multicolores, de
espelhos d’água e de nobres caminhos nos faz compreender melhor o que é a
França. Um país entregue à constante tentativa de tudo transformar à luz de sua
intima percepção intelectual.
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