quarta-feira, 22 de maio de 2013


Uma tarde no jardim do Luxemburgo

Existe no francês uma tara Cartesiana. Nem os jardins  dela escapam. Estes,  concebidos com lógica e disciplina, ou, talvez, com a disciplina da lógica, embelezam os grandes espaços porém sempre lembrando aos visitantes que a liberdade tem limites.

Arvores erguem-se na busca da ainda tênue luz primaveril, exibindo a alegria de jovens e verdes folhas; crescem  em grupos aparentemente  libertos da burocracia jardineira.  Já, passos adiante, depara-se o simpático e peripatético observador com as fronteiras delimitadas pelos companheiros de Le Nôtre. Estas, com flores que desafiam o inverno que se vai, arregimentadas em sua beleza variada, parecem flâmulas celebrando sua liberdade colorida.. Mais além, arbustos esculpidos e,  acolá, longas fileiras de arvores podadas em rígida formação, protegem as largas alamedas. 

Já, chegando à altura do grande terraço do palácio de Maria de Médici,  compreende o nosso visitanter, a belíssima visão do conjunto, do equilíbrio estético,   buscando na arte e no artifício o aperfeiçoamento, talvez arrogante,  da  natureza libertária. Um conjunto de verdes distintos, de ímpetos  multicolores, de espelhos d’água e de nobres caminhos nos faz compreender melhor o que é a França. Um país entregue à constante tentativa de tudo transformar à luz de sua intima percepção intelectual.

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