domingo, 1 de julho de 2018

Futuro a venda


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Com relação ao Brasil, pouca tem sido a atenção dedicada pelos arautos da política externa norte-americana. Esta frieza diplomática já vem de longe, mas parece agravar-se com o governo Trump. Poucos, a não ser os experts, conhecem nem o visual nem o nome do embaixador dos Estados Unidos que ora vive em Brasilia. Já, no seu périplo pela America Latina, o ex Secretário de Estado, Mr. Rex Tillerson, teve o cuidado de evitar as fronteiras brasileiras após visitar diversos países da região. Em suma, não existem indícios de calor diplomático entre as duas nações.

Mas o que vai acima é a boa notícia. Os problemas começam quando a atenção de Washington se centra em Brasilia. Enquanto o intercâmbio com o setor privado americano é de indiscutível interesse para o Brasil, onde a soma dos benefícios é altamente positiva para os dois parceiros, o mesmo não acontece quando a atenção emana do establishment estatal.

O  fortalecimento político, econômico e tecnológico de um Brasil continental de 200 milhões de habitantes, situado  na sua próxima vizinhança, pouco convêm aos objetivos hegemônicos de Washington. Uma política robusta do Itamaraty no âmbito latino americano nem sempre será coincidente com os planos de Foggy Bottom e o mesmo por vezes ocorre com a política diversificada que Brasilia adota junto às grandes capitais mundiais. É razoável estimar-se que Washington prefere um interlocutor dócil e débil, evitando qualquer desgarramento de seus interesses geo-políticos.

Assim verificamos a interferência norte americana ao vedar o desenvolvimento da tecnologia pacífica  de foguetes para lançamento de satélites, e o desenvolvimento de tecnologia para a propulsão nuclear.

Constrangido e limitado por este cenário e pela sua aguda anemia política, o presidente Michel Temer recebe o Vice Presidente norte americano, Mike Pense. A imprensa informa que o emissário de Donald Trump tem por objetivo arrendar a base de foguetes de Alcântara. Ora, o assunto versa sobre foguetes, aqueles que Washington, a socapa, tem neutralizado o desenvolvimento  pela Agencia Espacial Brasileira, mesmo quando associada à tecnologia estrangeira.(¹). Ao oferecer a base de Alcântara, o Brasil assumiria alto custo estratégico.

Por dinheiro o enfraquecido presidente não parece hesitar em abrir mão  de uma base, ainda que não operacional hoje, de relevante valor estratégico para o futuro desenvolvimento tecnológico do país.(²) Ainda, Temer ignora um regra milenar, "não traga à sua casa  quem não possa ser despejado". Neste caso, o imenso poder de pressão do arrendatário inviabilizará qualquer tentativa de despejo. O quisto estará inserido no organismo nacional por prazo determinado por Washington.

(1) Tratado com a Ucrânia desfeito por pressão norte americana.
(2) Vide a plethora de bens de capital e consumo derivados da tecnologia espacial

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