sábado, 21 de julho de 2018

A história se repete

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Netanyahu e Trump

"O Knesset, órgão governante, acaba de promulgar lei que estabelece Israel como Estado Judeu, onde os cidadãos de confissão judaica terão supremacia e prioridade na república. Somente o hebraico será o idioma oficial, relegando o árabe à status inferior. Jerusalém é proclamada capital da nação.  Ainda,lei estabelece prioridade para a criação de assentamentos judaicos na Palestina."


A oposição à esta lei por forças importantes no cenário Israelense, dentre os quais o Presidente de Israel e perto da metade do senado israelense, não impediu sua adoção.  Constitui-se importante passo no distanciamento do Estado Judeu das outras nações democráticas ao redor do planeta.

O conteúdo religioso nesta lei magna, dá à Israel  a feição de teocracia, elevando o Judaísmo à religião de Estado, subordinando as minorias religiosas. Desta forma, rui o formato moderno estado democrático, tornando inevitável a redução e a insignificância dos cidadãos não judeus.

A lei sob questão acentua a clivagem entre o povo Judeu e as minorias Muçulmanas e Cristãs dentro de suas fronteiras e no entorno palestino. Ainda, a priorização da construção de novos assentamentos constante da lei recém promulgada terá por efeito acelerar e completar a absorção oficial do território  Palestino, hoje militarmente subjugado.  

O apoio intransigente  de Trump à Netanyahu deu a este último  as condições políticas para a passagem desta lei, tão ambiciosa e necessária à sua política expansionista. O reconhecimento de Jerusalem como capital do Estado Judeu foi o "coup de grâce" no frágil diálogo pro-paz até então defendido de forma anêmica por Washington.

Com o efeito duplo da retirada do apoio pacificador norte americano e da nova lei Judaica, os dias da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estão contados, seu controle sobre a Cisjordânia e seus cidadãos esgarçado. Valoriza-se, assim,  a intransigência da facção Hamas e sua visão violenta, onde sua aposta nas armas substituí a opção do diálogo, até hoje defendido pela OLP.  Pergunta-se, qual será a reação do povo subjugado quando confrontado com a impossibilidade de sua independência? 

Ascende-se, assim novo estopim no Oriente Médio, berço do terrorismo moderno, onde os conflitos se sucedem, onde o radicalismo religioso impera. Com base nesta nova lei, a expansão de Israel terá por consequência, além do aborto da esperada nação Palestina, ter-se-a a intranquilidade das demais nações em seu entorno, uma vez que o "animus dominandi" de Jerusalem trará insegurança aos regimes vizinhos. Egito, Jordânia, Síria e Líbano estarão sob permanente tensão ou submissão. Os demais países da região, como a Turquia e o Irã, relevantes pela sua dimensão física e demográfica, buscarão reforçar alianças externas à região para garantir sua integridade.

Um Israel eugenizado, possuidor de arsenal nuclear, sob a proteção dos Estados Unidos, e tendo por ânimo a expansão territorial, dificilmente será contido.

Faz  83 anos, uma ditadura implacável promulgou uma lei dando aos cidadãos germânicos o poder  sobre as demais etnias, relegando Negros, Ciganos e Judeus à categoria secundária para, depois, encarcerá-los.  Pouco depois, este mesmo país buscou o lebensraum(¹), expandindo seu território e suas fronteiras.

(1) Espaço Vital

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