sábado, 14 de julho de 2018

The Art of the Deal


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Ao pousar o Air force 1, dele salta um homem corpulento e de expressão agressiva. Chega coroado por um topete dourado,  feições brutas, queixo empinado e olhar arrogante. A expressão corporal ameaçadora, prometendo  exigências e imposições.

Precedido por uma barragem de críticas deselegantes, contrariando os centenários hábitos da diplomacia, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, o homem da nova America, chega à velha Europa. La têm poucos amigos, mas não importa. É o homem mais poderoso do planeta e saberá impôr suas idéias, sua vontade.

Apesar do aviso prévio, a reunião com os principais mandatários da Europa superou as expectativas. Admoestando seus pares, mas não tão pares assim, o Donald não hesitou em criticar a  timidez financeira dos membros da OTAN, cuja contribuição mantêm-se, segundo ele, muito aquém da compromissada. O fez de forma brutal, usando palavras grosseiras, chegando a criticar a  chanceler Angela Merkel por sua política energética, naturalmente infensa à intromissão de outra nação.

Finda a reunião, após o tratamento de choque, os dignatários europeus sentaram-se à mesa e apuseram docilmente suas assinaturas em texto que não ousava distanciar-se daquele determinado por Trump. Depreende-se desta singular experiência diplomática que as prioridades da Europa ainda estão vulneráveis aos ditâmes dos Estados Unidos. Se ignorados, ter-se-ia por consequência a perda gradativa dos benefícios decorrentes de sua dependência econômica e, ainda mais importante, do guarda-chuva  militar que a protege? Ou seria o momento da União Européia, sem comprometer as melhores relações com os Estados Unidos, iniciar o processo de liberação em busca de sua plena autonomia?

Já, em sua visita à Grã-Bretanha, o presidente norte-americano não conteve sua agressividade so criticar a forma pela qual a Primeira Ministra Britânica tratava do Brexit. Disse-lhe que o divórcio europeu deveria, ser duro, radical, sem o que Washington não aceitaria firmar acordo comercial e bilateral com Londres. Em outras palavras, Donald Trump revelou cabal e explícita interferência em assuntos internos de seu aliado. Para completar o quadro, Trump revelou, em artigo publicado pelo jornal Sun,  sua preferência pela substituição de Theresa May, sua anfitriã,  por seu rival Boris Johnson !.

De tal ordem foi ao descalabro diplomático que, à noite, o staff americano fez ver ao presidente a necessidade de retratação, por embaraçosa que fosse. Foi feito. Porém, qual a política que de fato prevalecerá, a que precedeu, o a posterior ao desmentido?

Apesar da forma atabalhoada escolhida, observa-se por parte de Washington a execução de uma política eficaz de desestabilização e enfraquecimento da União Europeia, favorecendo o Hard Brexit,, a aplicação de novas e maiores tarifas no comércio exterior, o cancelamento do fluxo de energia barata para a Alemanha e o aumento de seus gastos militares. Tudo isto em menos de um mês!

Ainda, a programada visita a Wladimir Putin teria, dentre seus objetivos, manter a União Européia intranquila quanto à sua segurança, estimulando-a à maiores gastos militares?

Face a tão mercurial e impositivo presidente, prudente será a leitura de seu livro, The Art of the Deal, para melhor entender os meandros de tão complexa mente. Já no passado, outro líderes revelaram em seus livros o que estava por vir.

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