terça-feira, 12 de dezembro de 2017

O retorno do PSDB


Depois de longa decadência fisiológica sob o comando de Aécio Neves, o PSDB se depara com a janela da redenção face à opinião pública. Graças à disseminação do movimento anti-corrupção no país as lideranças partidárias sofrem revisão, ajustando-se à nova realidade moralizadora. Assim foi na convenção partidária, onde Geraldo Alckmin empolgou a presidência do partido, com a missão implícita de tornar-se o candidato do Centro nas próximas eleições.

Até aí, caminha-se na boa direção. Mas não basta. Ao partido é essencial ampliar sua base política, na arena popular e pela cooptação dos demais partidos refratários aos desmandos passados e às promessas populistas irrealizáveis. Não será tarefa fácil.
Mas para que isto aconteça, será necessário assumir a liderança não apenas política mas, também moral. Isto abrange não tão somente habilidade negociadora mas, sobretudo, a conquista de uma imagem diferenciada, onde, no trato politico das questões parlamentares, a prioridade deixe de ser os interesses eleitoreiros e pontuais na manobra de plenário, para instaurar, de forma visível, a primazia do interesse nacional.

Resultado de imagem para fotos psdbA votação pela reforma da Previdência é um destes momentos onde se coloca na urna os destinos da Nação. Ainda que longe da perfeição, o texto a ser votado terá o benefício de, senão estancar, de reduzir a irreversível sangria do erário. Cumpre ao PSDB fechar questão ao determinar seu apoio ao projeto. Ainda, deve o partido afastar-se do ambiente de barganha que avilta a reputação do Congresso. Deverá postar-se como intransigente e transparente defensor do interesse público; no tempo, seu ganho eleitoral será bem superior às vantagens e migalhas recebidas nos cochichos de bastidores.

Pari-passu, torna-se essencial que Geraldo Alckmin transforme seu discurso para que atinja, não apenas as classes economicamente confortáveis, mas, também, a classe trabalhadora. Traduzir benefícios de suas propostas mediante estatísticas econômicas esbarra na incompreensão da maioria composta pelos menos versados em tais matérias. Os benefícios de suas propostas devem igualmente  ser traduzidos em fatos e exemplos que demonstrem melhorar a vida diuturna daqueles que compõem a maioria do eleitorado.

Às portas da eleição presidencial, confrontado com o retorno do populismo empobrecedor, ao PSDB cabe colocar o país na direção da prosperidade e da justiça social. Sem ambos, não haverá a argamassa necessária à construção do edifício.



Nenhum comentário: