Novamente Israel tenta
impor sua vontade, atropelando o comportamento que se espera de países respeitáveis. Conhece, perfeitamente, as regras da diplomacia, que
determina que o pedido de agrément seja feito em sigilo assim
permitindo a ambas as partes melhor sintonizarem o processo sem que
resulte em embaraço publico entre os países envolvidos.
Contudo,
Tel Aviv insiste no erro ao deixar vazar o nome do novo candidato a
embaixador no Brasil, Sr. Yosi Sheli, cujo currículo parece não recomendá-lo por não possuir ficha limpa. No episódio vislumbra-se em Bibi
Netanyahu uma obsessão, refletida em outras esferas, em ter sua
vontade cumprida.
Age certo o Itamaraty
ao hesitar na concessão do”aprovo” por ser a atitude israelense
propositalmente desrespeitosa aos nossos já consagrados costumes
diplomáticos.
Porém, este episódio
é uma gota d'água quando comparado às continuas provocações e
atropelos que seu governo comete no campo interno e internacional.
Num quadro de flagrante violação dos Direitos Humanos e da Lei
Internacional, esta outrora terra heroica mantêm uma continua
expansão dos assentamentos judaicos em terras reconhecidamente
palestinas assim inviabilizando a criação dos dois estados
determinada quando do reconhecimento de Israel pelas Nações Unidas.
Contudo, qualquer
tentativa de exercer influência internacional para que Israel adote
comportamento concetaneo com as leis internacionais e decisões das
Nações Unidas, é jogada por terra face ao incondicional apoio que
recebe de Washington. A recente concessão de 38 bilhões de dólares
ao Estado Judeu (como Israel prefere ser chamado) pelo governo
norte-americano bem espelha a dissintonia que prevalece entre
discurso e realidade.
Ora, semelhante aumento de poderio bélico merece questionamento. Israel é militarmente inexpugnável. Nenhum país no seu entorno geopolítico oferece o menor perigo às suas fronteiras. O maior perigo é composto por um grupo de guerrilheiros, o Hezbollah, cujo poderio bélico não lhe permite a ofensiva. Alem da proteção nuclear que possui, o exército Sabra tem demonstrado, inequivocamente, sua superioridade nos conflitos passados. Nem o Egito, nem a Arábia Saudita, separados ou em conjunto, sequer se comparam com o poderio de seu vizinho.
Já, o Irã, bem mais
afastado, carece de qualquer capacidade de projetar sua modesta força
militar. Se força tiver, esta limita-se a sua capacidade defensiva
graças à sua demografia. A Turquia, não compartilhando da solidariedade árabe, está distante do contencioso
israelense, distância esta acentuada por ser membro da OTAN, inibidora de aventuras autônomas.
O upgrade do equipamento financiado por este novos bilhões terá
por objetivo potencialisar a capacidade de Israel projetar, bem além
de suas fronteiras, seu poder militar. Amplia-se, assim, o
espectro da guerra no Grande Oriente Médio que, hoje, tem o Irã
por principal objetivo.
No ocaso de sua
administração, o presidente Obama curva-se perante o inevitável.
Paga o alto preço que a vitória politica lhe exige. Apesar do
inegável risco de manter acesa a fogueira da discórdia armada na
região mais conflagrada do planeta, oferece à Israel, leia-se ao
voto judeu, as escusas por reticências passadas na esperança de
assegurar os votos que coloquem Hilary Clinton, fiel aliada de Tel
Aviv, na Casa Branca.
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