domingo, 25 de setembro de 2016

Trégua ou trégua


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A dinâmica que rege a explosão de ódio não parece ter fim. A vingança é a força motriz da continua violência. Todos contra todos, todos contra um, um contra todos, Contudo, existe uma lógica, uma cronologia de erros sucessivos que levam à região um banho de sangue.

O tênue equilibrio que dava estabilidade às nações árabes, sendo esta lastreada na força e na imposição, foi desfeito pela ingerência de poderosas forças que pouco comprendiam as consequencia de seus atos.

No Iraque, a derrubada do cruel Saddam Hussein, trouxe o caos àquela terra. Reascendeu ódios religiosos, promveu separações étnicas, recriou um nacionalismo adormecido e fracionado. Hoje, não mais existem iraquianos, mas sim xiitas, sunitas e curdos, todos hostis entre si.

A Síria teve sua integridade rasgada a partir de uma primavera árabe que tornou-se inverno. A oposição ao regime Assad lançou-se ao combate, parte incentivada e apoiada diretamente pelos Estados Unidos. A outra parte, onde despontam os terroristas da antes Al Qaeda, hoje Al Nousra, se vê apoiada pelos aliados de Washington, a Arábia Saudita, e os estados do Golfo Pérsico e a Jordânia. Em revide, o Irã e seu preposto, o Hezbollah, buscam estancar e reverter as fortunas do exército Sírio.

E entre os fogos fogem os civís, morrem os civís, enquanto os combatentes, como que presos em imensa e cruel armadilha, são condenados a um conflito que não mais tem fim.

A Rússia, chegando tarde ao morticínio, busca na vitória do regime de Damasco as condições para uma saída política que preserve seus interesses na região. A seu ver, e parece lógico seu argumento, a derrubada de Assad levaria a Síria ao caos, tornando inviável qualquer solução politica. Neste desmoronamento mais ainda sofreriam os civis, dentre os quais as populações cristãs protegidas pelo governo Sírio. Contudo, se a intervenção russa interrompeu a visível degradação das forças pró-regime de Damasco, dificilmente as levará à vitória.

Sem um acordo Washington–Moscou que leve o conflito à um término, não parece existir uma só faísca de esperança. O cessar fogo celebrado já sofreu terrível desgaste, a começar pelo bombardeio norte americano contra o exército sírio, seguido pelos bombardeios da parte rebelde de Alepo.


Face ao iminente fracasso que se escancara, incia-se o jogo da culpa quando, na realidade a culpa é de ambas as potencias por não saberem, ainda, substituir por palavras as bombas que se sucedem.

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