A dinâmica que rege a explosão de ódio não parece ter fim. A vingança é a força motriz da continua violência. Todos contra todos, todos contra um, um contra todos, Contudo, existe uma lógica, uma cronologia de erros sucessivos que levam à região um banho de sangue.
O tênue equilibrio que
dava estabilidade às nações árabes, sendo esta lastreada na força
e na imposição, foi desfeito pela ingerência de poderosas forças
que pouco comprendiam as consequencia de seus atos.
No Iraque, a derrubada
do cruel Saddam Hussein, trouxe o caos àquela terra. Reascendeu
ódios religiosos, promveu separações étnicas, recriou um nacionalismo adormecido e fracionado. Hoje, não mais existem
iraquianos, mas sim xiitas, sunitas e curdos, todos hostis entre si.
A Síria teve sua
integridade rasgada a partir de uma primavera árabe que tornou-se
inverno. A oposição ao regime Assad lançou-se ao combate, parte
incentivada e apoiada diretamente pelos Estados Unidos. A outra parte, onde despontam os terroristas da antes
Al Qaeda, hoje Al Nousra, se vê apoiada pelos aliados de Washington,
a Arábia Saudita, e os estados do Golfo Pérsico e a Jordânia. Em
revide, o Irã e seu preposto, o Hezbollah, buscam estancar
e reverter as fortunas do exército Sírio.
E entre os fogos fogem
os civís, morrem os civís, enquanto os combatentes, como que presos
em imensa e cruel armadilha, são condenados a um conflito que não
mais tem fim.
A Rússia, chegando
tarde ao morticínio, busca na vitória do regime de Damasco as
condições para uma saída política que preserve seus interesses na região. A seu ver, e parece lógico seu argumento, a derrubada de Assad levaria a Síria ao caos, tornando
inviável qualquer solução politica. Neste desmoronamento mais
ainda sofreriam os civis, dentre os quais as populações cristãs
protegidas pelo governo Sírio. Contudo, se a intervenção russa interrompeu
a visível degradação das forças pró-regime de Damasco, dificilmente as levará à vitória.
Sem um acordo
Washington–Moscou que leve o conflito à um término, não parece
existir uma só faísca de esperança. O cessar fogo celebrado já
sofreu terrível desgaste, a começar pelo bombardeio norte americano
contra o exército sírio, seguido pelos bombardeios da parte
rebelde de Alepo.
Face ao iminente
fracasso que se escancara, incia-se o jogo da culpa quando, na realidade a culpa é de
ambas as potencias por não saberem, ainda, substituir por palavras as bombas que se sucedem.
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