terça-feira, 4 de outubro de 2016

O ocaso do PT

Resultado de imagem para fotos de urnasFoi uma derrota, ou mais que isso, foi uma catástrofe política. Ao término das eleições municipais, ao baixar a poeira do conflito eleitoral, o país constata que o PT não mais existe. Este debâcle teve dois atores principais, Lula, no seu afã pelo poder, procurou no dinheiro ilícito o suporte para a sua ascensão, e Sergio Moro, o juiz probo, desprezando ameaças, enfrentando o mastodonte político, julgou.

A repulsa ao PT demonstrou quão tênue se tornou a imagem do partido que se dizia do povo. Revelou que a ele não cabia a presunção de inocência. Pelo contrário, a rejeição foi clara. Caiu por terra a repetida afirmação que o povo não sabe votar; soube muito bem que a corrupção lhe fere a moral e lhe esvazia o bolso.

Ainda, a rejeição ao PT legitimou o impeachment de Dilma. Os milhões de eleitores que se negaram a votar na estrela vermelha validaram a decisão do parlamento. Os três maiores colégios eleitorais do Brasil dificilmente darão seu apoio a um retorno de Lula, se livre estiver em 2018. Já, aqueles que bradam ter sido um golpe perdem sustentação.

Mas nem tudo são flores. A abstenção, votos nulos e brancos superaram 20%, revelando um eleitorado descrente da classe política. São perto de 30 milhões de brasileiros que perdem confiança no processo democrático. Tornam-se vulneráveis ao messianismo e às aventuras políticas.

Difícil saber até que ponto a restrição às contribuições milionárias até então concedidas pelas empresas serviram para arrefecer  o ânimo dos eleitores. Até que ponto o dinheiro curto inibiu a eficácia dos currais eleitorais? Interessante entender como  PT perdeu sua sustentação no Nordeste brasileiro, enquanto o PSDB conquistava de roldão o voto paulistano.

Já, o Rio enfrenta, novamente, o neo-brizolismo de Marcello Freixo e o desarranjo que o acompanha. Herdeiro do sucumbido PT, o PSOL emerge como seu sucessor, oferecendo as mesmas receitas que levaram o Rio de Janeiro e o Brasil à bancarrota financeira e cívica.

Resta, assim, como duvidosa tábua de salvação, o bispo Marcello Crivella. Ainda que envolto o eleitor na insegurança de quais suas prioridades face a proximidade de uma organização trilionária alimentada pela fé religiosa, resta ao Carioca tão somente e encomendar seu alma e seu voto à proteção divina.



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