Parece difícil
encontrar algo de bom nesta tempestade iniciada pela Inglaterra.
Sim, Inglaterra, mas não o Reino Unido, pois a Escócia dele se
distancia.
Se houvessem dúvidas
quanto às consequências politicas e econômicas do Brexit, se os
debates intermináveis sobre vantagens e perdas deixassem as
respostas em aberto, tal não mais ocorre. A
reconquista do espírito de Rule Britannia, aliado
às avaliações econômicas incompletas se apossaram dos 16
milhões de Britânicos vitoriosos em seu canhestro projeto. E
com ele veio a desilusão confirmada pela reação dos
mercados.
Por resultado imediato
de tão impensada decisão tivemos a queda precipitosa da Libra ,
desorganizando a economia, prometendo pressões inflacionarias. As
Bolsas seguiram a mesma direção, ignorando fronteiras, afetando o
Ocidente. À este debâcle assistem os asiáticos, perguntando-se em
que pensariam aqueles dos “olhos redondos”.
A City, esteio e motor
propulsor da economia britânica, acordou em pesadelo, vendo, não
apenas a precipitosa queda dos ativos mas, também, a imperiosa
necessidade de rever a viabilidade das instituições bancárias que
lhe da substância. Para onde ir, perguntam-se os banqueiros, em
busca de resposta fugidia.
Constatando a queda dos
índices fundamentais, as agências de risco apressaram-se a reduzir
a nota de risco, antes inexpugnável Agora, a Grã Bretanha perdeu o
“Triple A” e começou uma descendente cuja intensidade ainda é
desconhecida.
O ouro, sempre à
espreita das loucuras humanas, sentiu-se cortejado, adulado e
comprado. Montado nas angustias alheias, sobe continuamente,
desprezando títulos e ações que perdem favor.
Porém,
mesmo assim, existe o “silver lining”, o raio de luz que
por vezes surge nos momentos de nuvens escuras. Pois, de
dois quadrantes chega a luz:
- As agruras que enfrenta a Grã Bretanha servirão de alerta para aqueles países que hoje contemplam deixar a União Européia. Não passarão desapercebidas à Marine Le Pen e aos seus companheiros as dificuldades que acompanharão o abandono.
- Que o episodio sirva à União Europeia como potente estímulo para seu aperfeiçoamento, revisão de de sua crescente burocracia e os privilégios que a acompanha, redução de seus altíssimos custos e transparência de seu processo decisório.
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