segunda-feira, 13 de junho de 2016

BREXIT


Resultado de imagem para foto da inglaterra na europa
UK contra EU?

O respeitado jornal britânico, The Guardian, recém publicou o comentário abaixo:

The campaign has not unfolded as Cameron anticipated when he fired the starting pistol. He didn’t foresee Boris Johnson and Michael Gove leading the Brexiters, he did not reckon with it being so poisonous between Tories and he didn’t think it would be so tough. By the final stretch, he expected to be sitting on a confident lead for In, not locked in a fight so tight that Remain campaigners talk of this being “squeaky bum time”.”

revela quão difícil é prever, a partir de 24 de junho próximo, se o Reino Unido permanecerá na União Europeia.

Não são poucos os comentaristas que veem na saída britânica o início do desmoronamento da União Europeia. Preveem a saída de países do Leste Europeu tais como a Hungria e a Polônia, já às turras com Bruxelas devido ao crescente distanciamento de seus governos dos princípios democráticos exigidos pela União. Fala-se também da saída da Grécia e Espanha, em voltas com suas dificuldades econômicas e substancial desemprego. Até a França é mencionada, com base na ascensão da Euro-fóbica Martine Le Pen.

Possível, mas pouco provável. O entrelaçado político e econômico dos países componentes da Europa é tal que seu desmembramento seria extremamente nocivo às suas economias tendo em visto o livre comercio e a migração intra europeia. Sofreria, também, a voz política das nações menores que hoje lhes permite um diálogo que d'outra forma seria comprometido.

O esgarçamento Europeu, caso concretizadas estas visões pessimistas, traria de volta uma Europa dividida bem como as práticas passadas de alianças competitivas gerando instabilidade econômica, política e, quiçá, militar. Este espectro retrógrado dificilmente será aceito pelos governos da região.

Porém, a Zona do Euro talvez venha a sofrer. O engessamento trazido pela moeda única dos países participantes revela sérios inconvenientes em tempos de crise, especialmente para as nações economicamente frágeis. A perda de instrumentos anti-recessivos, tais como as políticas monetária e cambial, tem adiado, excessivamente, o tempo de recuperação de determinadas economias.

O açodamento da França e Alemanha, pais da União Européia, ao empreender a cooptação acelerada de participantes da Zona do Euro priorizou objetivos políticos, num élan reconhecidamente imprudente. Atropelou-se a conveniência de similaridade de cultura financeira e de consistência econômica; buscou-se criar uma afinada orquestra formada por díspares instrumentistas.

De qualquer forma, nota-se, neste momento, considerável nervosismo nos mercados financeiros. Dentre os melhores analistas políticos e financeiros observa-se convergente opiniões sobre prováveis perdas nas economias regionais.

Seguindo secular hábito, tece Albion os fios que hão de enredar as engrenagens europeias. Desta vez, coube ao Primeiro Ministro britânico, David Cameron, a responsabilidade por engendrar tão imprudente cenário sem atentar para os substanciais prejuízos que seu próprio país poderá sofrer.


N.R. Para outras observações sobre a matéria, ver publicação de 4 de junho p.p. nesta coluna, entitulado “Tiro pela Culatra”



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