UK contra EU? |
O
respeitado jornal britânico, The Guardian, recém publicou o
comentário abaixo:
“The
campaign has not unfolded as Cameron anticipated when he fired the
starting pistol. He didn’t foresee Boris
Johnson and
Michael Gove leading the Brexiters, he did not reckon with it being
so poisonous between Tories and he didn’t think it would be so
tough. By the final stretch, he expected to be sitting on a confident
lead for In, not locked in a fight so tight that Remain campaigners
talk of this being “squeaky bum time”.”
revela
quão difícil é prever, a partir de 24 de junho próximo, se o
Reino Unido permanecerá na União Europeia.
Não
são poucos os comentaristas que veem na saída britânica o início
do desmoronamento da União Europeia. Preveem a saída de países do
Leste Europeu tais como a Hungria e a Polônia, já às turras com
Bruxelas devido ao crescente distanciamento de seus governos dos
princípios democráticos exigidos pela União. Fala-se também da
saída da Grécia e Espanha, em voltas com suas dificuldades
econômicas e substancial desemprego. Até a França é mencionada,
com base na ascensão da Euro-fóbica Martine Le Pen.
Possível,
mas pouco provável. O entrelaçado político e econômico dos países
componentes da Europa é tal que seu desmembramento seria
extremamente nocivo às suas economias tendo em visto o livre
comercio e a migração intra europeia. Sofreria, também, a voz
política das nações menores que hoje lhes permite um diálogo que
d'outra forma seria comprometido.
O
esgarçamento Europeu, caso concretizadas estas visões pessimistas,
traria de volta uma Europa dividida bem como as práticas passadas de
alianças competitivas gerando instabilidade econômica, política e,
quiçá, militar. Este espectro retrógrado dificilmente será
aceito pelos governos da região.
Porém,
a Zona do Euro talvez venha a sofrer. O engessamento trazido pela
moeda única dos países participantes revela sérios inconvenientes
em tempos de crise, especialmente para as nações economicamente
frágeis. A perda de instrumentos anti-recessivos, tais como as
políticas monetária e cambial, tem adiado, excessivamente, o tempo
de recuperação de determinadas economias.
O
açodamento da França e Alemanha, pais da União Européia, ao
empreender a cooptação acelerada de participantes da Zona do Euro
priorizou objetivos políticos, num élan reconhecidamente
imprudente. Atropelou-se a conveniência de similaridade de
cultura financeira e de consistência econômica; buscou-se criar
uma afinada orquestra formada por díspares instrumentistas.
De
qualquer forma, nota-se, neste momento, considerável nervosismo nos
mercados financeiros. Dentre os melhores analistas políticos e
financeiros observa-se convergente opiniões sobre prováveis perdas
nas economias regionais.
Seguindo
secular hábito, tece Albion os fios que hão de enredar as
engrenagens europeias. Desta vez, coube ao Primeiro Ministro
britânico, David Cameron, a responsabilidade por engendrar tão
imprudente cenário sem atentar para os substanciais prejuízos que seu próprio país poderá sofrer.
N.R.
Para outras observações sobre a matéria, ver publicação de 4 de
junho p.p. nesta coluna, entitulado “Tiro pela Culatra”
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