Fazem 70 anos desde que
a primeira ”Bomba” foi lançada contra o inimigo. Desde então são incessantes
os argumentos e debates quanto à justificativa de tão cruel ato. O inferno bíblico
criado pelo homem, levou à morte 100.000 civis em Hiroshima, e, em seguida à
40.000 em Nagasaki. A maior parte em poucos minutos, outros ao longo dos anos
em que o câncer carcomia os que pareciam sobreviventes.
Face à estupefação
trazida pelo uso deste engenho de devastação,
coube a recorrente indagação quanto ao seu uso. O governo
norte-americano justificava-se pelas vidas salvas ao acelerar o término da
guerra, resultante da arma atômica. Mas que vidas? A dos militares em luta
feroz tendo por missão a vitória e, talvez, a morte? Ou a dos civis impotentes,
indefesos? Foram eles, então, os reféns do objetivo militar, executados como
moeda de troca para a rendição?
E a segunda bomba,
teria sido necessária? Teria sido decorrente da impaciência de Washington em
obter a rendição nipônica? Teria o Imperador declarado-se derrotado ao
apercerber-se dos danos causados em Hiroshima? Os curtos três dias que mediaram
entre a primeira e segunda bomba, teria sido ele suficiente para o governo
japonês declarar sua rendição? Teria sido necessária a destruição de Nagasaki?
Sem que as respostas
possam ser dadas, ou que tenham relevância prática, o tempo diluiu o crime, se
crime houve. O ódio do derrotado, transformou-se em submissão, em aceitação, em
associação, e, finalmente, em aliança.
Apesar da oposição de
relevantes segmentos da política norte-americana, à viagem a Hiroshima
empreendida por Barack Obama.Ao render homenagem aos mortos do holocausto
nuclear, deu ao nobre gesto o sentido de expiação do pecado cometido.
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