segunda-feira, 30 de maio de 2016

Crime ou castigo?

Resultado de imagem para foto explosão nuclear 

Fazem 70 anos desde que a primeira ”Bomba” foi lançada contra o inimigo. Desde então são incessantes os argumentos e debates quanto à justificativa de tão cruel ato. O inferno bíblico criado pelo homem, levou à morte 100.000 civis em Hiroshima, e, em seguida à 40.000 em Nagasaki. A maior parte em poucos minutos, outros ao longo dos anos em que o câncer carcomia os que pareciam sobreviventes.

Face à estupefação trazida pelo uso deste engenho de devastação,  coube a recorrente indagação quanto ao seu uso. O governo norte-americano justificava-se pelas vidas salvas ao acelerar o término da guerra, resultante da arma atômica. Mas que vidas? A dos militares em luta feroz tendo por missão a vitória e, talvez, a morte? Ou a dos civis impotentes, indefesos? Foram eles, então, os reféns do objetivo militar, executados como moeda de troca para a rendição? 

E a segunda bomba, teria sido necessária? Teria sido decorrente da impaciência de Washington em obter a rendição nipônica? Teria o Imperador declarado-se derrotado ao apercerber-se dos danos causados em Hiroshima? Os curtos três dias que mediaram entre a primeira e segunda bomba, teria sido ele suficiente para o governo japonês declarar sua rendição? Teria sido necessária a destruição de Nagasaki?

Sem que as respostas possam ser dadas, ou que tenham relevância prática, o tempo diluiu o crime, se crime houve. O ódio do derrotado, transformou-se em submissão, em aceitação, em associação, e, finalmente, em  aliança.


Apesar da oposição de relevantes segmentos da política norte-americana, à viagem a Hiroshima empreendida por Barack Obama.Ao render homenagem aos mortos do holocausto nuclear, deu ao nobre gesto o sentido de expiação do pecado cometido.

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