Ao assumir a presidência do país, Michel Temer atrai sobre si a esperança de milhões de brasileiros. Para estes, o novo governo que se instala deve ter por objetivo, sobretudo, corrigir o rumo da economia, porém com o extremo cuidado para não frustrar o enorme contingente que se viu beneficiado pelos avanços sociais empreendidos pelo governo Lula. Negar esta realidade apenas aumentará a dificuldade do desafio.
Não só será complexa
a tarefa, mas Temer e seu partido, longe de serem impolutos, pagam o
preço de sua longa associação com o PT. Terão pela frente o
difícil exercício de como melhor andar sobre o fio de uma navalha.
Para atingir o objetivo
politico de manter afastado o Partido dos Trabalhadores do poder, o
atual governo terá que vencer dois obstáculos; o primeiro, confirmar
o impeachment da presidente Dilma Rousseff; o segundo, permitir às forças do Centro político terem condições de vencer as eleições em 2018.
Torna-se essencial a
inversão das expectativas tanto das classes produtoras como da massa
consumidora. Para a conquista da confiança empresarial, serão necessárias medidas como
a simplificação do atual emaranhado fiscal, a revisão normativa
dos marcos regulatórios, a despolitização das funções técnicas
da administração publica (onde se inserem as empresas estatais), o
reequilíbrio da Previdência Privada, o estancamento e redução dos
gastos da administração pública, a desindexação da economia e
muitas outras providências de importância.
Quanto ao segmento
consumidor, importante será a adoção de iniciativas que, no tempo,
permitam restaurar e manter a capacidade de consumo dos novos
contingentes da base da pirâmide inseridos na economia pelo primeiro governo Lula. Seria sério
engano da atual administração ameaçar os benefícios que
permitiram o aumento da massa consumidora, precavendo-se, porém, o
governo Temer contra os seus aspectos de artificialismo decorrente do
uso atabalhoado de incentivos insustentáveis tão usados pelo PT.
Nesta conjuntura, difícil será difícil a conquista do apoio do eleitorado de recursos mais
modestos. Talvez o elemento de maior elasticidade política será a redução da inflação e seu impacto no poder de compra. Este segmento, dado à penúria e às dificuldades que o dia a dia
se lhe impõe, tendem a limitar seus interesses em proteger
conquistas e almejar novas, relegando à segundo plano considerações macro-econômicas bem mais complexas.
Se apoio houver, este virá do segmento que abrange a classe média até o topo da
pirâmide social. A classe empresarial terá de conscientizar-se do
excepcional momento ora vivido, e abster-se de manifestações
imediatistas, colocando em risco, pela ameaça de retirada de seu
apoio, às medidas de efeito a prazo mais longo, essenciais ao
aperfeiçoamento do modelo econômico-social brasileiro. O restabelecimento do equilíbrio monetário terá que passar, necessariamente, por acréscimo, ainda que temporário, de impostos.
Mais uma vez,
fundamental será a união de propósitos no campo político neste difícil período. A
escolha de nomes respeitáveis para o ministério vem consolidando a imagem e as
expectativas do governo que se inicia. Porém, mais necessária
será, ainda, a convergência das agremiações politicas, onde se
destaca o PSDB, subordinando suas aspirações táticas as imposições
do objetivo estratégico.
O fracasso do governo Temer será o fracasso de todos, com a provável volta de Luis Inácio Lula da Silva e suas hordas.
O fracasso do governo Temer será o fracasso de todos, com a provável volta de Luis Inácio Lula da Silva e suas hordas.
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