terça-feira, 17 de maio de 2016

O grande desafio


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Ao assumir a presidência do país, Michel Temer atrai sobre si a esperança de milhões de brasileiros. Para estes, o novo governo que se instala deve ter por objetivo, sobretudo, corrigir o rumo da economia, porém com o extremo cuidado para não frustrar o enorme contingente que se viu beneficiado pelos avanços sociais empreendidos pelo governo Lula. Negar esta realidade apenas aumentará a dificuldade do desafio.

Não só será complexa a tarefa, mas Temer e seu partido, longe de serem impolutos, pagam o preço de sua longa associação com o PT. Terão pela frente o difícil exercício de como melhor andar sobre o fio de uma navalha.

Para atingir o objetivo politico de manter afastado o Partido dos Trabalhadores do poder, o atual governo terá que vencer dois obstáculos; o primeiro, confirmar o impeachment da presidente Dilma Rousseff; o segundo, permitir às forças do Centro político terem condições de vencer as eleições em 2018.

Torna-se essencial a inversão das expectativas tanto das classes produtoras como da massa consumidora. Para a conquista da confiança empresarial, serão necessárias medidas como a simplificação do atual emaranhado fiscal, a revisão normativa dos marcos regulatórios, a despolitização das funções técnicas da administração publica (onde se inserem as empresas estatais), o reequilíbrio da Previdência Privada, o estancamento e redução dos gastos da administração pública, a desindexação da economia e muitas outras providências de importância.

Quanto ao segmento consumidor, importante será a adoção de iniciativas que, no tempo, permitam restaurar e manter a capacidade de consumo dos novos contingentes da base da pirâmide inseridos na economia pelo primeiro governo Lula. Seria sério engano da atual administração ameaçar os benefícios que permitiram o aumento da massa consumidora, precavendo-se, porém, o governo Temer contra os seus aspectos de artificialismo decorrente do uso atabalhoado de incentivos insustentáveis tão usados pelo PT.

Nesta conjuntura, difícil será difícil a conquista do apoio do eleitorado de recursos mais modestos. Talvez o elemento de maior elasticidade política será a redução da inflação e seu impacto no poder de compra.  Este segmento, dado à penúria e às dificuldades que o dia a dia se lhe impõe, tendem a limitar seus interesses em proteger conquistas e almejar novas, relegando à segundo plano considerações macro-econômicas bem mais complexas. 

Se apoio houver, este virá do segmento que abrange a classe média até o topo da pirâmide social. A classe empresarial terá de conscientizar-se do excepcional momento ora vivido, e abster-se de manifestações imediatistas, colocando em risco, pela ameaça de retirada de seu apoio, às medidas de efeito a prazo mais longo, essenciais ao aperfeiçoamento do modelo econômico-social brasileiro. O restabelecimento do equilíbrio  monetário terá que passar, necessariamente, por acréscimo, ainda que temporário, de impostos.


Mais uma vez, fundamental será a união de propósitos no campo político neste difícil período. A escolha de nomes respeitáveis para o ministério vem consolidando a imagem e as expectativas do governo que se inicia. Porém, mais necessária será, ainda, a convergência das agremiações politicas, onde se destaca o PSDB, subordinando suas aspirações táticas as imposições do objetivo estratégico.

O fracasso do governo Temer será o fracasso de todos, com a provável volta de Luis Inácio Lula da Silva e suas hordas. 

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