É o momento de celebrar o eleitorado francês, que exibiu
excepcional maturidade. Talvez movidos por profundo temor, resultado da
tenebrosa vitória do Front Nacional no primeiro turno das eleições regionais,
os franceses manifestaram seu incisivo repúdio ao radicalismo xenófobo e
racista.
De uma vitória ampla, tanto na verticalidade do voto quanto na horizontalidade geográfica, Marine le Pen viu sua supremacia esvair-se uma semana depois. De vitoriosa em seis das doze regiões que divide a França própria deixando seus adversários atônitos, tornou-se derrotada de forma conclusiva.
Lícito supor-se que a vitória do bom senso deveu-se a
decisão do povo francês de, abandonando a letargia invernal, acorrer às urnas,
assim reduzindo a abstinência verificada no primeiro embate de 50% para 40% no
seguinte. Assim, mobilizou-se um
contingente adicional de eleitores, capaz de assegurar a derrota da candidata
radical.
Estas eleições também surpreenderam pelo equilíbrio de
forças entre direita e esquerda. Ao campo de Nicholas Sarkozy coube modesta
maioria de duas regiões, apenas, sobre àquelas conquistadas por François
Hollande e seus correligionários. Os resultados para o Partido Socialista
superaram as expectativas devido, possivelmente, ao ganho de popularidade do
presidente na condução da nação após os atentados.
Ainda, não apenas a França, mas também a União Européia
beneficiaram-se da derrota do Front Nacional, enfraquecendo lideranças e
movimentos anti-europeus na Inglaterra,
Hungria e outros.
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