Marine Le Pen |
O avanço da direita radical surpreendeu pela intensidade de sua vitória no primeiro
turno das eleições regionais da França. O partido de Marine Le Pen defende o
abandono da União Europeia, o retorno às fronteiras nacionais e
restabelecimento integral da soberania francesa. Ainda, defende medidas
populistas de apoio social e colaboração estreita (tutela?) do empresariado com
o governo.
Três fatores parecem justificar o sucesso alcançado:
A crise econômica iniciada em 2008 ainda se arrasta pela
Europa, gerando enorme desemprego, especialmente dentre os jovens. Estes, em
busca de saída , veem na mensagem do Front Nacional um misto de populismo e
autoritarismo capazes de reverter as decepcionantes forças do mercado.
Também impulsionando o FN seria sua oposição às fronteiras abertas da União
Europeia, fruto do acordo de Schengen, estimulando o que é visto como uma invasão de mão de obra
concorrente oriunda do leste europeu. A
estes juntam-se as hordas de refugiados do Oriente Médio e norte da África, etiquetados pelo FN
como desleal concorrência de imigrantes econômicos (assim aguçando a rejeição)
e não como refugiados.
Ainda, surge a revolta e o medo decorrente do atentado em
Paris. O racismo, parte relevante da
plataforma do Front Nacional, desvalorizando muçulmanos e judeus, encontrou na recente
matança promovida pelo Estado Islâmico a justificativa de sua mensagem xenófoba ora abraçada por parte relevante do
eleitorado .
Levando-se em conta as 13 regiões da França metropolitana e da
Córsega o Front Nacional foi vencedor em
6 delas. Beneficiado por importante abstenção de 50% do eleitorado , o FN
tornou-se a mais poderosa agremiação política do país. Conquistou 27,9% da totalidade
dos votos, superando os partidos tradicionais.
Analistas estimam que
e o FN perderá duas ou três regiões
quando do segundo turno, uma vez que o voto socialista, como mal menor, deverá apoiar os Les Republicains de Sarkozy.
Ainda assim, notável será a vitória de Marine Le Pen, lançando à França e à Europa
o desafio da direita radical.
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