quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Radicalismo francês


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Marine Le Pen

O avanço da direita radical surpreendeu  pela intensidade de sua vitória no primeiro turno das eleições regionais da França. O partido de Marine Le Pen defende o abandono da União Europeia,  o  retorno às fronteiras nacionais e restabelecimento integral da soberania francesa. Ainda, defende medidas populistas de apoio social e colaboração estreita (tutela?) do empresariado com o governo.

Três fatores parecem  justificar o sucesso alcançado:

A crise econômica iniciada em 2008 ainda se arrasta pela Europa, gerando enorme desemprego, especialmente dentre os jovens. Estes, em busca de saída , veem na mensagem do Front Nacional um misto de populismo e autoritarismo capazes de reverter as decepcionantes forças do mercado.

Também impulsionando o FN seria sua oposição às fronteiras abertas da União Europeia, fruto do acordo de Schengen, estimulando  o que é visto como uma invasão de mão de obra concorrente oriunda do leste europeu.  A estes juntam-se as hordas de refugiados do Oriente  Médio e norte da África, etiquetados pelo FN como desleal concorrência de imigrantes econômicos (assim aguçando a rejeição) e não como refugiados.

Ainda, surge a revolta e o medo decorrente do atentado em Paris.  O racismo, parte relevante da plataforma do Front Nacional, desvalorizando muçulmanos e judeus, encontrou na recente matança promovida pelo Estado Islâmico a justificativa de sua mensagem  xenófoba ora abraçada por parte relevante do eleitorado .

Levando-se em conta  as 13 regiões da França metropolitana e da Córsega  o Front Nacional foi vencedor em 6 delas. Beneficiado por importante abstenção de 50% do eleitorado , o FN tornou-se a mais poderosa agremiação política do país. Conquistou 27,9% da totalidade dos votos, superando os partidos tradicionais.


Analistas  estimam que e o FN perderá   duas ou três regiões quando do segundo turno, uma vez que o voto socialista, como mal menor,  deverá apoiar os Les Republicains de Sarkozy. Ainda assim, notável será a vitória de Marine Le Pen, lançando à França e à Europa o desafio da direita radical.

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