sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Democracia posta em dúvida


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ENCONTRE O ESTADISTA

Apesar da pressão do Politicamente Correto, onde a defesa da ditadura não emerge na imprensa ou nos debates partidários, nota-se, e esta sim é debatida, a crescente perda de confiança no processo democrático. Recentemente, na França, país da derrubada do absolutismo, da revolução popular e da igualdade dos homens, uma pesquisa constata que 40% dos franceses preferem um governo autoritário, e que dois terços dos franceses entrevistados veriam com bons olhos um governo montado em torno de experts apolíticos. Se na esquerda francesa o apoio ao autoritarismo é menor, na direita ele se torna majoritário.

Em busca de indicação partidária para tornar-se o candidato dos Republicains (nova designação para o antigo UMP Gaulista) na próxima eleição presidencial, Nicholas Sarkozy, captando o animo do eleitorado, defende, em praça pública, a “restauração da autoridade do Estado”. No momento sua mensagem focaliza a atividade policial, ampliando sua presença e ingerência. A julgar pelos seus arroubos passados em prol de uma “France forte” e uma “Identité nationale”, pode-se prever um deslocamento em direção ao autoritarismo.

Mas não só na França constata-se a perda de confiança na democracia. Sua imperfeição pode ser observada em diversos países, ainda que as causas variem entre si.

Na Rússia aplica-se o que poderia ser chamado de “democracia dirigida”. Em esquema estabelecido com seu parceiro Dimitri Medvedev, Vladimir Putin mantem o poder alternando os cargos de presidente e primeiro ministro. Quanto maior o perigo externo (vide Ucrânia e Síria), maior sua popularidade, o que recomenda acentuar o primeiro para benefício do segundo.

Em Israel, sua democracia poderia chamar-se a “democracia do medo”, assegurando a eleição do falcão Netanyahu e o seu Likud através da demonização da vítima (Palestinos). Quanto mais vítima se torna mais a vitima se rebela e mais votos oferece ao partido que a oprime.

Nos Estados Unidos, o presidente se vê atropelado e subjugado pelas campanhas bilionárias e por lobies poderosos, onde a “democracia financeira” privilegia os interesses das corporações e seus controladores, assim subordinando a equidade do “American Dream” aos limitados objetivos da acumulação, revelada estéril na disseminação do bem estar nacional.

Na Grã Bretanha, o governo Cameron busca reforçar seu governo, sob continuo ataque da esquerda municiada pela estagnação das classes populares, e inicia vigoroso contencioso com a União Européia. Dando rédeas a natural desconfiança inglesa pelo que se passa do outro lado do canal da Mancha, o primeiro ministro espera reforçar seu apelo eleitoral para as eleições subsequentes. O faz para proteger, sobretudo, a City, pondo em risco o interesse econômico da massa de cidadãos e a participação de seu país no mais civilizatório projeto do planeta.

No Brasil tem-se a “democracia da corrupção”, quando influência e voto são comprados com recursos desviado das empresas estatais e daqueles que as servem. Ainda, contrariando a democracia seminal, a Ateniense, analfabetos que não sabem ler e escrever, e jovens que não começaram a viver para saber, tem o direito a influir sobre qual o destino do país. Acresce a multidão de semi alfabetizados, facilmente iludidos por promessas douradas e inexequíveis de uma esquerda malandra, sem princípios, a não ser o da sua perpetuação.

Nestes, e noutros países observa-se crescente insatisfação. É crescente a desilusão com as estruturas políticas, porém, resta saber como reorientar o processo sem a perda de liberdades cívicas. Parece estar a democracia sub júdice, em busca de nova estrada, em busca de estadistas.

Neste momento, o único conhecido reside no Vaticano.


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