A tragédia que assolou
Paris teve por efeito uma profunda reavaliação pelo governo
Hollande quanto aos próximos passos a tomar no Oriente Médio. Até
então acompanhando os tímidos passos até agora seguidos por Barack
Obama, optando por uma estratégia dupla de combater, tanto o Estado
Islâmico quanto o governo Assad (apoiando o minusculo Exercito
Livre da Síria), o presidente francês, instado pela real ameaça à
segurança da França, reconhece a conveniência de juntar-se à
lógica de Vladimir Putin.
Seguindo as prioridades
enumeradas pelo Kremlin, Paris inverte sua posição e agora concorda
que a deposição de Bashar al Assad deve ser postergada, tornando-se
o combate contra o EI o objetivo prioritário. A deposição daquele governo apenas aumentaria o caos reinante, fortalecendo os terroristas.
Neste quadro,
Washington já terá constatado a baixa contribuição que seu aliado
Saudita tem oferecido no combate ao EI. Contrariamente aos interesses
norte-americanos, observa-se que os estados Sunitas do Golfo Pérsico
concedem prioridade, não contra as forças de Al Baghdadi, mas sim
ao combate aos Xiitas, estes desvinculados do terrorismo, por
considerá-los a maior ameaça a sua segurança.Validando esta
visão, a prometida ofensiva aérea da Arábia Saudita e seus aliados
contra os terroristas não se materializou, sendo ela alocada ao
combate à rebelião Xiita no Iêmen.
Assim, os Estados
Unidos se vêem manietados por um tenaz conflito de interesses. Terá
que escolher, nos próximos dias, entre manter seu alinhamento
histórico com a Arábia Saudita, na tentativa de derrubar o
ditador Sírio com ataques de baixa intensidade ao EI, ou uma aliança
com a Rússia e França, esta reforçada pela infantaria Xiita
disponível na Síria, Líbano, Iraque e Irã, pronta para atacar e
derrotar o Estado Islâmico com o apoio aéreo ocidental.
Por um lado o atentado à Paris, por outro o poder do petróleo determinarão esta decisão.
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