Rowhani do Irã e Obama dos EEUU |
Trava-se intensa luta para determinar quem comanda a política externa dos Estados Unidos
da América quando se trata do Oriente Médio.
De um
lado do “ring” temos o esguio e ágil Barack Obama, em plena forma, com clara
força muscular; do outro temos um homem mais baixo, certamente acima do peso
desejado, porém com extenso cardápio de golpes altos e baixos, e uma invejável
experiência de como usá-los. Seu nome é Bejamin Netanyahu. O prêmio a ser
conquistado pelos contendores será a ratificação ou a rejeição do Tratado anti-nuclear
com o Irã.
O
primeiro “round” da peleja ocorreu quando da visita auto engendrada pelo
Primeiro Ministro Israelense ao
Congresso norte-americano em março deste ano.
Nesta ocasião revelou sua enorme influência ao mobilizar a nata
bipartidária do estamento político
norte-americano e, em excepcional
discurso, atacar a presidência e a política externa do país anfitrião. O Premier Israelense
tinha por foco a contundente rejeição do
Tratado sendo negociado entre os “ 5+1” (as potências do Conselho de Segurança
da ONU mais a Alemanha) e o Irã.
Já, o
segundo round aconteceu quando da
assinatura do Tratado, contendo as concordância das principais nações do
planeta, a Alemanha e China, França e Rússia, Estados Unidos e Inglaterra. A
aceitação dos seus termos pelas mais poderosas das nações concedeu ao projeto
alta credibilidade, reforçando a posição de Obama.
Boehner, Republicano e Netanyahu |
Entre um
“round” e outro, luta-se nos salões e corredores do Congresso, nos escritórios dos parlamentares. Já, na Casa
Branca, argumentos e intrigas são levados aos
gabinetes da Casa Branca, onde circulam lobistas e políticos. Obama, escudado no apoio
de seus aliados co-signatários e, ainda,
em Carta Aberta recebida de 29
cientistas nucleares norte americano (dentre eles seis prêmios
Nobel), insiste que este será o caminho
para a pacificação do Oriente Médio.
Já
Netanyahu aciona sua temível máquina
arrebanhadora de votos parlamentares, o
AIPAC, o maior e poderosíssimo lobby Judeu. Segundo a imprensa americana, este
já mobilizou mais de 700 lobistas e mais de 25 milhões de dólares para a tarefa
de “convencer” Republicanos e Democratas a votar contra o acordo proposto.
O ardor
da batalha é tal que o presidente Barack
Obama, em reação inédita, convoca os dirigentes da AIPAC para dizer-lhes,
formalmente, de sua contrariedade face à
ação diretamente hostil à formulação da política externa de seu país, ação esta tomada por agência intimamente
ligada a país estrangeiro, Israel.
Rejeita sua intromissão como sendo contrária aos interesses
norte-americanos.
Caminha-se,
assim, para o terceiro “round”. O presidente parece contar com a maioria dos
eleitores de seu país, porém não no parlamento. Provavelmente será derrotado na votação para a ratificação do
Tratado. Obama se vê acuado, tendo em vista a simultaneidade dos debates das
Primárias Republicanas, onde os pré-candidatos se unirão contra a proposta da
Casa Branca. Ainda, na intimidade do
Capitólio, importante dissidência
Democrata unir-se-ia ao Partido Republicano.
Finalmente chega-se ao último “round”. Caso a oposição prevaleça, seguir-se-á o veto Presidencial. Este embate derradeiro ocorrerá quando da tentativa Republicana de derrubá-lo. Até lá, muita torcida. Quem vencerá, Obama ou Netanyahu ?
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