terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pugilato em Washington


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Rowhani do Irã e Obama dos EEUU
Trava-se  intensa luta para determinar quem comanda a política externa dos Estados Unidos da América quando se trata do Oriente Médio.

De um lado do “ring” temos o esguio e ágil Barack Obama, em plena forma, com clara força muscular; do outro temos um homem mais baixo, certamente acima do peso desejado, porém com extenso cardápio de golpes altos e baixos, e uma invejável experiência de como usá-los. Seu nome é Bejamin Netanyahu. O prêmio a ser conquistado pelos contendores será a ratificação ou a rejeição do Tratado anti-nuclear com o Irã.

O primeiro “round” da peleja ocorreu quando da visita auto engendrada pelo Primeiro Ministro Israelense  ao Congresso norte-americano em março deste ano.  Nesta ocasião revelou sua enorme influência ao mobilizar a nata bipartidária  do estamento político norte-americano e, em  excepcional discurso, atacar a presidência e a política externa  do país anfitrião. O Premier Israelense tinha  por foco a contundente rejeição do Tratado sendo negociado entre os “ 5+1” (as potências do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha)  e o Irã.

Já, o segundo round aconteceu  quando da assinatura do Tratado, contendo as concordância das principais nações do planeta, a Alemanha e China, França e Rússia, Estados Unidos e Inglaterra. A aceitação dos seus termos pelas mais poderosas das nações concedeu ao projeto alta credibilidade, reforçando a posição de Obama.

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Boehner,  Republicano e Netanyahu
Entre um “round” e outro,  luta-se  nos salões e corredores do Congresso,  nos escritórios dos parlamentares. Já, na Casa Branca, argumentos e intrigas são levados aos  gabinetes da Casa Branca, onde circulam  lobistas e políticos. Obama, escudado no apoio de seus aliados co-signatários e, ainda,  em Carta Aberta recebida de 29  cientistas nucleares norte americano (dentre eles seis prêmios Nobel),  insiste que este será o caminho para a pacificação do Oriente Médio.


Já Netanyahu aciona sua temível  máquina arrebanhadora  de votos parlamentares, o AIPAC, o maior e poderosíssimo lobby Judeu. Segundo a imprensa americana, este já mobilizou mais de 700 lobistas e mais de 25 milhões de dólares para a tarefa de “convencer” Republicanos e Democratas a votar contra o acordo proposto.

O ardor da batalha é tal  que o presidente Barack Obama, em reação inédita, convoca os dirigentes da AIPAC para dizer-lhes, formalmente,  de sua contrariedade face à ação diretamente hostil à formulação da política externa de seu país,  ação esta tomada por agência intimamente ligada  a país estrangeiro, Israel. Rejeita sua intromissão como sendo  contrária aos interesses norte-americanos. 

Caminha-se, assim, para o terceiro “round”. O presidente parece contar com a maioria dos eleitores de seu país, porém não no parlamento. Provavelmente será  derrotado na votação para a ratificação do Tratado. Obama se vê acuado, tendo em vista a simultaneidade dos debates das Primárias Republicanas, onde os pré-candidatos se unirão contra a proposta da Casa Branca. Ainda,  na intimidade do Capitólio, importante  dissidência Democrata unir-se-ia ao Partido Republicano.

Finalmente chega-se ao último “round”. Caso a oposição prevaleça, seguir-se-á o veto Presidencial. Este embate derradeiro ocorrerá quando da tentativa Republicana de derrubá-lo. Até lá, muita torcida. Quem vencerá, Obama ou Netanyahu ? 

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