sábado, 12 de abril de 2014

Proliferação Nuclear


Ayatolah Khameney   ibn-tv.com

O Ayatolah Khamenei deve estar confuso. Depois de diversos anos de sanções e ameças de violenta punição por enriquecer seu urânio em míseros 20%, constata que o Japão vem estocando plutonio enriquecido a porcentagens suficientes para a construção de bombas nucleares. A notícia divulgada pelo New York Times comenta que o estoque japones é suficiente para produzir 50 bombas nucleares. Contudo, o teor exato de enriquecimento não foi revelado.


Indagado a respeito, o portavoz do Departamento de Estado Americano revela completa depreocupação com o potencial arsenal Nipônico. Inquirido, o Sr. Yukiya Amano, cidadão japonês e Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, órgão das Nações Unidas, declara-se, também, despreocupado. Surpreendente tranquilidade.


Já o governo de Pequin, de imediato, manifestou sua mais profunda preocupação. Não perdeu a oportunidade para relembrar às potências amnésicas da ferocidade dos exercitos do Sol Nascente em sua malograda guerra com a China. Vale acentuar que todos os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas são potências nucleares, impacientes com qualquer adesão subreptícia a este seleto clube.


Confrontado com a reação assimétrica de Washington, quando tão díspare se revela o tratamento dispensado a Teerã e Tokio, a explicação oferecida foi ter o governo Iraniano se recusado a assinar o “Protocolo Adicional” que limita o teor de enriquecimento de urânio. A explicação deixou uma névoa de incompreensão pelo “non sequitur” do raciocínio. Vale lembrar que diversos países signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear, inclusível o Brasil, se recusaram a a assinar aquele adendo.


Torna-se, assim, mais aparente a aplicação subjetiva de tratados que buscam proteger o planeta da ameaça nuclear. Esta inconstância interpretativa tornará, possívelmente, menos eficaz a sua imposição aos pretensos calouros deste funesto e exclusivo clube.




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