quinta-feira, 17 de abril de 2014

Descalabro


Surge a explicação que a compra da refinaria Pasadena deveu-se a um infeliz detalhe; os conselheiros não foram informados das cláusulas de Put Option e Marlin. Conclui-se que, tivesse o Conselho acesso à estas condições, a compra não seria realizada. Pelo menos é o que a Presidente Dilma declarou. Pagou-se 190 milhões de dólares (os outros 170 milhões compraram o estoque de petróleo pertencente à refinaria) por 50% da empresa. Já a segunda parcela (os remanescentes 50%) custou aos cofres da empresa 820 milhões de dolares, ou seja, 4,3 vezes mais do que o pagamento inicial.


Como poderia o Diretor Presidente, José Gabrielli, participante do Conselho e Chefe Executivo da empresa, obrigatóriamente conhecedor de todos os detalhes relevantes do negócio, não estar a par das cláusulas em questão. Não relatá-las ao Conselho de Administração. Tratava-se matéria de sua alçada.


A desculpa apresentada pelo governo, com o triste aval de Dna Maria das Graças Foster, longe de isentar o Conselho da Petrobrás de suas responsabilidades, acentua e oficializa sua incompetência.


Ainda, de difícil compreensão, constatar-se a presença de respeitáveis empresários privados neste triste Conselho, que, não demonstraram sua habitual argucia no questionamento deste investimento. Certamente, em suas empresas, tais dirigentes teriam comportamento mais inquiridor.


Mas, não. Passou-se tudo como em agradável clube, onde perguntas desagradáveis devem ser evitadas. Infelizmente, a cortesia e o cavalheirismo não pode tolher a procura pelos fatos relevantes em decisões empresariais. A omissão não tem lugar em Conselho Deliberativo.


As melhores práticas que regem a operação de um conselho deliberativo, recomendam que vários comitês sejam constituidos, formados por conselheiros afeitos às disciplinas propostas. Comitês que examinem, para posterior debate no plenário do Conselho, assuntos tais como aquisições, auditoria, jurídico, política salarial, e até recomendação para a contratação de quadros de alta relevância. Não é cabível que empresa que se situe dentre as maiores do mundo, seja submetida a praticas arcaicas, onde decisões são tomadas com base em informações incompletas.


Quanto a eventual fraude ou intenção ilícita, deve seguir-se a maxima “a quem interessa?”.  Vale inquirir-se de que forma pessoa física e ou juridica, se beneficiaram com esta acquisição. Até que se desvende o mistério, o Chefe Executivo da Petrobrás, à época, é o responsável.




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