O título não é nosso*. É copiado de jornalista colaborador do
maior jornal do Rio de Janeiro. É, também,
Cônsul Honorário de Israel. Em extenso e bem escrito artigo esposa a
tese, já tão desgastada, que a todos cabe a culpa pelo incendiado Oriente Médio,
menos ao governo Israelense. Alega ser o Oriente Médio “uma selva de mata
fechada” onde somente Israel conhece seus meandros. Desqualifica, assim, os
demais “amadores”.
Refere-se, especialmente, ao Irã e à Palestina como fulcros responsáveis
pela instabilidade. Rejeita as
tentativas de acordo como Irã, e condiciona a negociação Palestina. Esta última
depende do reconhecimento de Israel, não apenas como nação, pois já merece reconhecimento da Autoridade Palestina, mas
como um “Estado Judeu”.
Ora, a modernidade política, abraçada pela esmagadora
maioria das nações Ocidentais da qual Israel
considera-se parte, adota o formato laico, separando o Estado da Religião.
Assim, obedece e assegura o princípio da tolerância e
igualdade para todos os seus cidadãos, protegidos que devem ser da imposição ideológica.
A contra sensu da prática de governança internacional, a
exigência ora formulada pelo governo Netanyahu, e defendida pelo articulista,
torna-se condição sine qua non, para Tel
Aviv re-encetar as negociações para o reconhecimento da nação Palestina. Ameaça que, sem esta
submissão ao imposto reconhecimento teocrático, não haverá paz nem libertação.
Assim, a exigência do governo Israelense descarta, ou despreza ser 25% de sua população composta de Árabes, do
credo Muçulmano. São eles cidadãos, no
mínimo, mal absorvidos, e sua deslegitimização será mais acentuada uma
vez cumprida a demanda de Tel Aviv. É lícito presumir-se que, com a oficialização
de “Estado Judeu”, os direitos dos gentios também sofrerão constrangimento.
Este quadro provoca, sim, a frustração mencionada no título do artigo, mas para aqueles que respeitam
Israel e lamentam seu crescente afastamento da comunidade internacional. É difícil compreender a miopia, ou malicia, que leva seus atuais dirigentes a
descartar os princípios de reconciliação defendidos pelo notável Yitzhak Rabin. Cabe a dúvida se a persistência
na recusa do reconhecimento do Estado Palestino revela estratagemas em série para a contínua
e definitiva absorção, ilegal e imoral, das terras da Cisjordânia.
Um comentário:
Muito bom Pedro!
Desde que me conheço por gente, esses povos estão em conflito. Será que um dia surgirá algum político por lá que terá a sensatez de reconhecer o Estado palestino?
Talvez seja necessário, além de sensatez, muita coragem para ir conrra esse status quo.
Postar um comentário