quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Uma singular oportunidade

Os Estados Unidos tornou-se o país mais desenvolvido e rico do planeta não somente pela expansão territorial através do dinheiro (foram comprados a Flórida, Alaska, Louisiana), do fuzil (os territórios Mexicanos e Porto Rico), e da infiltração emigratória (Texas e Havaí). A enorme riqueza mineral, as terras extensas,  férteis e planas do Meio Oeste, deram-lhe prosperidade incalculável. A situação geográfica, debruçando-se sobre dois oceanos e ainda o Golfo do México  protegeu a  Nação qual fosso de imensa fortaleza, contra a cobiça do Velho Continente; abriu-lhe, ainda, as portas para o comércio com os quatro cantos do mundo. Porém  sua grandeza atual deve-se, também, à maciça imigração, contribuindo os recursos humanos essenciais para as universidades, as fábricas e o campo.

A oportunidade repete-se hoje, ainda que em escala bem menor,  em benefício do Brasil. É inegável o gargalo qualitativo da mão de obra brasileira. Tal óbice limita a expansão e a exploração das incontáveis avenidas que podem levar à aceleração e consolidação da economia nacional. O atual déficit educacional é notório, impondo lenta expansão da oferta qualificada.

Este é o momento de aproveitar-se, não somente da baixa taxa de desemprego brasileira, mas também do alto desemprego na Europa Mediterrânea (26% na Espanha, 11% na França, 12,5% na Itália).  O ingresso qualitativo deste contingente, distribuído dentre as mais diversas disciplinas,  deveria  merecer a atenção coordenada  dos setores responsáveis,  facilitando e estimulando a imigração. Pari passu,  a iniciativa privada deve, com urgência, lançar-se a procura dos quadros que tanto lhe faltam, assim acelerando a modestíssima taxa de crescimento do PIB nacional.

Entretanto, não será fácil. Aos olhos do Europeu, sua transferência para o Brasil representa singular desafio. Para derrubar barreiras, burocráticas e culturais, os dois setores, governamental e privado, deveriam entrosar-se de forma a priorizar a demanda e reduzir drasticamente o emaranhado administrativo que poderia ameaçar o projeto. Ainda, incentivo fiscal deveria ser concedido ao imigrante qualificado, quanto ao rendimento e ingresso de seu patrimônio, durante seu período de adaptação e fixação no Brasil. Assim, uma vez interiorizados, estes cientistas,  engenheiros, físicos, químicos,  soldadores e outros técnicos enriqueceriam o tecido  da força de trabalho, essencial ao desenvolvimento sustentável.

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