segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Aniversário de Obama


Fazem hoje 5 anos da eleição de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos da America.  Poucas, ou talvez nenhuma, eleições tanto empolgou, não apenas os norte-americanos, mas os cidadãos do mundo inteiro.

Após a política de terra arrasada empreendida por George W Bush, lançando suas hostes em busca de inimigos e inocentes, eliminando os “bad guys” que muitas vezes eram os “good guys”, atropelando os direitos básicos de seus conterrâneos,  ressucitando  nova versão da “Santa Inquisição”, porém ainda mais cruel pela adição do tecnológico ao perverso, destruindo o equilíbrio fiscal da sua nação, inviabilizando as instituições a duras penas criadas para proteger o mercado,  e acentuando a penúria dos mais pobres, surge um negro, culto, generoso, filho de cristã branca e muçulmano negro,  com a mensagem de “sim, podemos” redimir nossa nação, reencontrar o bom caminho, estabelecer a justiça sócio-econômica.

Longa frase sobre um longo período de desmandos e angustia. Obama chegou para mudar, com promessa de recuperar o bom senso, os valores morais que deveriam nortear seu país, reconquistando para sua pátria a admiração perdida, o seu "soft power". Em suma, ganhou a esperança.

Cinco anos decorridos, vemos o jovem envelhecido presidente, ferido pela tempestade que assolou a economia, pelo precipício que ora divide e paralisa a política, inviabilizando o sonho que mobilizou a juventude, as minorias e as forças progressistas que clamavam por mais justiça, mais compreensão, mais tolerância dentro e fora de fronteiras.


Hoje, vê-se um Barack Obama,  grisalho, tenso,  exaurido pela missão que abraçou. Carrega consigo o prêmio Nobel da Paz, longínqua paz. Triste aniversário.

sábado, 2 de novembro de 2013

Comentários sobre "A desestruturação da Petrobrás"


"Pedro ,so vc mesmo p/ me representar junto a essa vergonha toda que nos foi imposta pelo PT"
Beatriz

"É isto aí, Pedro! A gente abre o jornal todo dia e só vê calamidade! Dá até vergonha de ser brasileiro! E nós nos sentindo cada vez mais impotentes! Fazêoquê??? Reclamar onde?? Só fazendo um blogspot!!!por isto te dou a maior força! Vc segue nos representando!"
Moema

"Pobre Brasil !!!"
Lina

É que eles sabem que na hora H tem 200 milhões de otários para cobrir o prejuízo!"
Carlos Alexandre

"E o pior meu caro Pedro é a falta de reação do empresariado e do publico em geral ! Ou a alienação é total ou....... sei lá ! A dupla formada no comando da barcaça, diuturnamente tripudia sobre nossa inteligência como se fossem "ases da cultura e gestão de alguma coisa" !!! Não dá p/ aguentar mais !!!!"
Antonio Carlos

Caro Pedro, foram brilhantes e exatas as suas considerações, tanto sobre a Petrobrás, quanto sobre o sistema financeiro americano.
Alfredo

Sobre "Ganância, audácia e outras qualidades"

Incrível e mais estarrecedor ainda e q Madoff rides again!!!
Carmo

Sobre "Uma discreta aliança"

adorei seu texto.... sabe que estou justamente nesse momento lendo um livro que chama "O segundo mundo, impérios e influência na nova ordem global", de Parag Khanna.
Estou adorando, pois estou conhecendo um pouco sobre o domínio e alianças estratégicas de alguns países.
Deise 






O pesadelo de Eike

Não foi por menos que as hienas foram por Deus inventadas. Servem para devorar mortos e feridos, assim apagando de nossas consciências a culpa coletiva do desastre.

Eike Batista é resultado de sua imensa vaidade e audácia e, porque não dizê-lo, de sua ambição e ganância. Enfim, aquelas qualidades que se espera de todo bom empreendedor capitalista. Mas teria ele chegado tão longe caso a sociedade em que prosperou não lhe fosse cúmplice?  Bancos privados e estatais, fundos de pensão (pobres trabalhadores que mal sabiam para onde ia seu futuro) fundos de  investimento, capitalistas e especuladores, e, tristemente, a raia miúda viram-se arrastados ao prejuízo pela crescente maré triunfalista, insuflada pelas declarações nacionalistóides dos mais diversos escalões do executivo, pela operosa mídia e pelos  analistas de duvidosa isenção.   

Hoje, os mesmos áulicos que outrora aclamavam o novo Midas, contra ele voltam-se, implacáveis na critica, professando uma  pretensa previsão do desastre constatado, pretendendo apagar da memória a anterior incontida admiração.


E aí temos aquele que seria um dos mais ricos empresários do planeta, reduzido e humilhado, torturado mesmo, por não lhe restarem nada além de alguns míseros bilhões de dólares.

domingo, 27 de outubro de 2013

A desestruturação da Petrobras


O Governo não explica, o Congresso não cobra. Até quando veremos este espetáculo deprimente, onde a maior empresa brasileira se esvai, vítima de intermináveis trapalhadas e nebulosas negociatas?  A descida da Petrobras às profundezas do abismo empresarial é inquestionável. Suas ações perderam perto de 60% de seu valor nos últimos cinco anos, só comparável com o desempenho de empresas pré falimentares. Dezenas de milhares de pequenos poupadores sofreram imenso prejuízo sem que satisfações lhes sejam oferecidas, sem que perspectivas confiáveis de recuperação lhes sejam acenadas.

Pelo contrário, o uso político da empresa, coloca em risco nosso desenvolvimento econômico,  nossa grade energética, nossa segurança como país soberano e autônomo. Trata-se de questão de Segurança Nacional, que exige a atenção prioritária daquelas instituições à ela afetas.

A manipulação do preço do diesel e da gasolina como instrumento anti-inflacionário desafia a mais benévola análise. Uma vez capturado por esta armadilha, o Governo torna-se cada vez mais incapaz de trazer de volta o justo preço dos derivados de petróleo, face ao impacto político negativo decorrente dos aumentos de custos básicos para a economia e seu impacto na inflação. Fica refém de sua esperteza.

A significativa perda de caixa e lucro pela Petrobrás reduz sua capacidade de inovar, explorar e produzir, tornada-a de gigante para franzino agente neste mercado altamente competitivo. O recente leilão de Libra demonstrou sua fragilidade, sendo o valor pago no limite mínimo da licitação. Nenhum outro lance foi apresentado, a não ser o do vencedor; triste e perigosa realidade, revelando a fragilidade da empresa.

A nomeação da Sra. Graça Foster foi passo importante para a moralização da empresa, porém não é claro quanto sua indicação possibilitou, até este momento, a despolitização da Petrobrás. A relevante queda no lucro da empresa, atingindo 42% no último semestre evidencia a inadequação do modelo político-gerencial da empresa. A importação diária de petróleo, ao ritmo de 500 mil barris por dia sepulta o mito da auto-suficiência propalada pelo governo Lula, gerando enorme ônus.

Assim, torna-se imperativo o imediato ajuste dos preços aos níveis internacionais para o restabelecimento da rentabilidade minima necessária ao cumprimento de seus objetivos  e, ainda mais premente, sua viabilidade financeira. Urge, também,  uma análise isenta da produtividade desta empresa, comparando-a aos padrões internacionais, onde trava a sua luta.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ganância, audácia e outras qualidades.



No seu nascedouro, o banqueiro entendeu que sem confiança não poderia haver negócio bancário.  Afinal, como dar a alguém seu tesouro se o risco de recebê-lo de volta fosse duvidoso?  Assim, a evolução histórica destas instituições essenciais ao desenvolvimento mundial, se não mantivessem a virgindade das Vestais, pelo menos mostravam à sociedade e aos poupadores a imagem de seriedade e responsabilidade.

Sem dúvida, número incontável de bancos soçobrou ao longo da jornada, mas aqueles que cumpriam suas tarefas honrando seus compromissos, assumindo riscos cuidadosos, evoluíram para o que é hoje a liderança da banca internacional. De crise em crise bancária, novas regras, maior supervisão, mantinham o rumo do aperfeiçoamento. Até a chegada dos radicais do “livre mercado”, para quem o perfeito equilíbrio decorreria das espontâneas  e desimpedidas forças do mercado. Defendiam a auto-regulação. O resultado já conhecemos:  a Grande Recessão.  Seguiu-se o conceito de “too big to fail”, quando só a raia miúda, os pequenos bancos regionais,  pagou o preço de sua incúria enquanto os grandes vicejaram irrigados pelo complacente Tesouro público.

Dentre aqueles poucos sistemas bancários que resistiram ao Tsunami está o Brasil, cujo Banco Central tem acompanhado os bancos sob sua guarda, desestimulando os excessos, e punindo os  desonestos e imprudentes. Já no berço do capitalismo, cujas imperfeições afetam o planeta globalizado, vemos o inverso, onde a ganância aliada à irresponsabilidade não redunda em punição aos responsáveis pelas audácias de altíssimo risco. Pelo contrário, o governo norte-americano demonstra preferir multar o banco infrator a punir os profissionais responsáveis, concedendo-lhes extensa blindagem .

Neste momento observamos episódio surpreendente, relatado pelo New York Times, onde o banco  JP Morgan,  o mais nobre dentre os príncipes da banca internacional, é multado em 13 bilhões de dólares por ter induzido a erro dezenas senão centenas e milhares de clientes ao vender-lhes títulos  subprime cujo risco não lhes fora revelado. Mas não cessa o espanto, pois a mesma fonte traz a tona, neste momento, uma possível conivência entre setores deste mesmo banco e o criminoso Bernard Madoff, cuja infame “pirâmide” estarreceu e empobreceu milhares de poupadores.  

Porem, fato mais estarrecedor emana da artimanha jurídica que ameaça manter incólume a impunidade dos eventuais malfeitores. Relata o New York Times que os promotores federais contemplam a aplicação do “Acordo Condicional com a Promotoria” (Deferred Prosecution Agreement) onde o crime seria apagado pelo volume da multa exigida. A prevalecer este artifício, novamente veremos os indivíduos envolvidos fugirem à sua responsabilidade. Por incrível que possa parecer, o Ministério da Justiça (Justice Department) determina que a Promotoria deverá avaliar os efeitos colaterais da denúncia contra  a empresa, levando em conta prejuízos sistêmicos, perda de emprego e outros dados econômicos. Assim, os bancos (e seus dirigentes)  tornam-se por demais grandes, não apenas para quebrarem, mas, também,  para serem denunciados pelos seus malfeitos.


À falta de responsabilização prevalecerá a impunidade, a qual leva à repetição  criminal. Quando virá a próxima crise bancária?

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Uma discreta aliança




São muitas as Alianças que povoam o planeta. A mais conhecida é a OTAN, aliança militar, que inclui diversos países europeus, comandados pelos Estados Unidos. É uma espécie de “Nações Unidas Alternativa”, sobrepondo-se ao Conselho de Segurança quando conveniente a Washington. Seus mais fiéis componentes, fora a Grã Bretanha,  são os países  da Europa do Leste, ainda gratos aos Estados Unidos pela vitória sobre o Comunismo. Já os da Europa Ocidental são menos constantes na sua fidelidade.

Outra aliança, menos falada por ser quase implícita, é a que une a China e a Rússia, a qual se manifesta de maneira mais clara nas discussões no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Tem por adubo o receio dos Estados Unidos. Cada qual é a maior potência militar no seu continente, a Rússia na Europa e a China na Ásia. Contudo, parece ser  uma aliança instável, face à imensa fronteira que separa os dois países, fruto de incontáveis contenciosos no passado. Tanto esta como a OTAN são as Alianças nucleares, com o poder de destruir o planeta.

Importante é lembrar a aliança “indissolúvel” de Israel com Estados Unidos, ainda que, habitualmente, de uma só mão. O primeiro faz  o que quer e o segundo acompanha, muitas vezes,  a contragosto. Tem por base, sobretudo, o apoio da grande maioria do Congresso norte-americano.  A fidelidade de Washington é inabalável, evidenciada pelos  seus vetos no Conselho de Segurança,  desafiando, por vezes,  a coerência de seu discurso que pretende a imparcialidade.

Existe aquela entre o Japão e a América do Norte (Canadá e México que perdoem a apropriação indébita do Continente); neste caso o primeiro faz o que o segundo quer, em reverência que presta ao imenso mercado consumidor e segurança, nuclear se necessário for.  Aliança semelhante une Seul à Washington, endemicamente ameaçada pela imprevisível Coréia do Norte, único país sujeito a surtos psicóticos. Ainda, face  à exuberância econômica e militar do Império de Meio, estas alianças são reforçadas pelas bases militares  que concedem  aos Estados Unidos.

Quanto às micro alianças dificilmente visíveis na America Latina e África e Oriente Médio, fica seu relato para momento mais propício, quando atingirem real significância..

Finalmente chegamos àquela mais relevante e menos comentada: a Aliança dos Povos de Língua Inglesa. Abrange, evidentemente os países  que compartilham o idioma anglo-saxão,  e cuja população e domínio político pertençam monoliticamente aos descendentes dos povos  da Grã Bretanha.  Os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá, a Austrália  e, finalmente a Nova Zelândia compõem esta fraternidade,  unida por profundas raízes culturais.

Fica a pergunta: até onde vai esta Aliança? Solidariedade militar é indiscutível, porém que mais?  A recente divulgação da bisbilhotice Canadense, que teria se aproveitado da tecnologia intrusiva da NSA americana para espionar  assuntos minerais  brasileiros, de extremo interesse de Ottawa, parece validar a teia de interesses comuns que a lhe dão substância. Lógico será presumir que a  Austrália (nossa forte concorrente no campo da mineração) e sua vizinha Nova Zelândia compartilhem deste privilégio.


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Comentários sobre A polêmica dos médicos


Sobre os médicos: que venham do exterior ou mesmo de outro planeta, tudo bem. O espantoso é a forma como o geverno cubano vê a matéria como forma de ganhar "algum" na coisa.
Aliás, negar asilo a atleta cubano que queria ficar aqui ja foi péssimo... Pagar ao governo o que o médico não vai ganhar é um escândalo... 

Edgar

Faltou explicar porque tinham que ser cubanos… Será o único país do mundo com sobra de "médicos"que poderia nos atender? Ingenuidade tem limite!

Phillip