sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Uma discreta aliança




São muitas as Alianças que povoam o planeta. A mais conhecida é a OTAN, aliança militar, que inclui diversos países europeus, comandados pelos Estados Unidos. É uma espécie de “Nações Unidas Alternativa”, sobrepondo-se ao Conselho de Segurança quando conveniente a Washington. Seus mais fiéis componentes, fora a Grã Bretanha,  são os países  da Europa do Leste, ainda gratos aos Estados Unidos pela vitória sobre o Comunismo. Já os da Europa Ocidental são menos constantes na sua fidelidade.

Outra aliança, menos falada por ser quase implícita, é a que une a China e a Rússia, a qual se manifesta de maneira mais clara nas discussões no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Tem por adubo o receio dos Estados Unidos. Cada qual é a maior potência militar no seu continente, a Rússia na Europa e a China na Ásia. Contudo, parece ser  uma aliança instável, face à imensa fronteira que separa os dois países, fruto de incontáveis contenciosos no passado. Tanto esta como a OTAN são as Alianças nucleares, com o poder de destruir o planeta.

Importante é lembrar a aliança “indissolúvel” de Israel com Estados Unidos, ainda que, habitualmente, de uma só mão. O primeiro faz  o que quer e o segundo acompanha, muitas vezes,  a contragosto. Tem por base, sobretudo, o apoio da grande maioria do Congresso norte-americano.  A fidelidade de Washington é inabalável, evidenciada pelos  seus vetos no Conselho de Segurança,  desafiando, por vezes,  a coerência de seu discurso que pretende a imparcialidade.

Existe aquela entre o Japão e a América do Norte (Canadá e México que perdoem a apropriação indébita do Continente); neste caso o primeiro faz o que o segundo quer, em reverência que presta ao imenso mercado consumidor e segurança, nuclear se necessário for.  Aliança semelhante une Seul à Washington, endemicamente ameaçada pela imprevisível Coréia do Norte, único país sujeito a surtos psicóticos. Ainda, face  à exuberância econômica e militar do Império de Meio, estas alianças são reforçadas pelas bases militares  que concedem  aos Estados Unidos.

Quanto às micro alianças dificilmente visíveis na America Latina e África e Oriente Médio, fica seu relato para momento mais propício, quando atingirem real significância..

Finalmente chegamos àquela mais relevante e menos comentada: a Aliança dos Povos de Língua Inglesa. Abrange, evidentemente os países  que compartilham o idioma anglo-saxão,  e cuja população e domínio político pertençam monoliticamente aos descendentes dos povos  da Grã Bretanha.  Os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá, a Austrália  e, finalmente a Nova Zelândia compõem esta fraternidade,  unida por profundas raízes culturais.

Fica a pergunta: até onde vai esta Aliança? Solidariedade militar é indiscutível, porém que mais?  A recente divulgação da bisbilhotice Canadense, que teria se aproveitado da tecnologia intrusiva da NSA americana para espionar  assuntos minerais  brasileiros, de extremo interesse de Ottawa, parece validar a teia de interesses comuns que a lhe dão substância. Lógico será presumir que a  Austrália (nossa forte concorrente no campo da mineração) e sua vizinha Nova Zelândia compartilhem deste privilégio.


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