domingo, 27 de outubro de 2013
A desestruturação da Petrobras
O Governo não explica, o Congresso não cobra. Até quando veremos este espetáculo deprimente, onde a maior empresa brasileira se esvai, vítima de intermináveis trapalhadas e nebulosas negociatas? A descida da Petrobras às profundezas do abismo empresarial é inquestionável. Suas ações perderam perto de 60% de seu valor nos últimos cinco anos, só comparável com o desempenho de empresas pré falimentares. Dezenas de milhares de pequenos poupadores sofreram imenso prejuízo sem que satisfações lhes sejam oferecidas, sem que perspectivas confiáveis de recuperação lhes sejam acenadas.
Pelo contrário, o uso político da empresa, coloca em risco nosso desenvolvimento econômico, nossa grade energética, nossa segurança como país soberano e autônomo. Trata-se de questão de Segurança Nacional, que exige a atenção prioritária daquelas instituições à ela afetas.
A manipulação do preço do diesel e da gasolina como instrumento anti-inflacionário desafia a mais benévola análise. Uma vez capturado por esta armadilha, o Governo torna-se cada vez mais incapaz de trazer de volta o justo preço dos derivados de petróleo, face ao impacto político negativo decorrente dos aumentos de custos básicos para a economia e seu impacto na inflação. Fica refém de sua esperteza.
A significativa perda de caixa e lucro pela Petrobrás reduz sua capacidade de inovar, explorar e produzir, tornada-a de gigante para franzino agente neste mercado altamente competitivo. O recente leilão de Libra demonstrou sua fragilidade, sendo o valor pago no limite mínimo da licitação. Nenhum outro lance foi apresentado, a não ser o do vencedor; triste e perigosa realidade, revelando a fragilidade da empresa.
A nomeação da Sra. Graça Foster foi passo importante para a moralização da empresa, porém não é claro quanto sua indicação possibilitou, até este momento, a despolitização da Petrobrás. A relevante queda no lucro da empresa, atingindo 42% no último semestre evidencia a inadequação do modelo político-gerencial da empresa. A importação diária de petróleo, ao ritmo de 500 mil barris por dia sepulta o mito da auto-suficiência propalada pelo governo Lula, gerando enorme ônus.
Assim, torna-se imperativo o imediato ajuste dos preços aos níveis internacionais para o restabelecimento da rentabilidade minima necessária ao cumprimento de seus objetivos e, ainda mais premente, sua viabilidade financeira. Urge, também, uma análise isenta da produtividade desta empresa, comparando-a aos padrões internacionais, onde trava a sua luta.
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