terça-feira, 26 de março de 2019

Uma nova aliança?



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O Presidente Bolsonaro iniciou notável aproximação com os Estados Unidos quando de sua recém viagem à Washington.

A reunião com Donald Trump revelou a empatia pessoal esperada entre os dois dirigentes; não escondeu, contudo, a abissal diferença de poder político que cada qual comanda. Ostensivamente assessorado por seu Chanceler, Ernesto Araújo e, obliquamente influenciado por seu filho Eduardo, Jair Bolsonaro revelou sua admiração pelo dono da casa e, de imediato, ofereceu-lhe suas cartas, sem que conhecesse as de seu parceiro.

Ofereceu, de pronto, a liberação de visto para o cidadão norte-americano, sem que demandasse, como contrapartida, por exemplo, isenção similar para brasileiros com histórico positivo em suas viagens para o Norte. Pelo contrário, submeteu seus cidadãos em posição de nítida inferioridade.

Já, em resposta ao pedido brasileiro de apoio norte-americano à sua pretensão de juntar-se à OCDE, Jair Bolsonaro acedeu à condição formulada por Trump para que o Brasil abandonasse sua participação na Organização Mundial do Comércio*, responsável pelas vantagens compensatórias em seu comércio internacional por ser, ainda, país emergente.

O histórico desta longa participação oferece alguns episódios emblemáticos onde o Brasil se viu protegido. O primeiro se refere aos benefícios compensatórios outorgados ao Brasil para compensar subsídios irregularmente  oferecidos por Washington ao  algodão norte americano.

Já noutro exemplo, O Brasil teve ganho de causa no uso de patentes farmacêuticas americanas quando de  ocorrência emergencial na saúde pública.

Também, a associação à OMC beneficiou a produção e venda de aviões da Embraer, punindo a concorrente canadense por práticas anticompetitivas.

Em resumo, o abandono do Brasil da Organização Mundial do Comércio contraria seus interesses. Enquanto os benefícios (vide acima) oferecidos pela  participação na  OMC são diretos e atuais. Já a a participação brasileira na OCDE ofereceria benefícios no que tange a credibilidade internacional de seus associados, assim  fortalecendo imagem do país. São, contudo vantagens indiretas que não tem porque substituir as compensações diretas oferecidas à país emergente.

Já, no campo tecnológico, o Brasil outorgou o direito de utilização da Base de Alcântara para o lançamento de foguetes norte americanos. Esta base será guarnecida por segurança daquele país e terá salvaguardas quanto à tecnologia dela resultante. Os termos exatos não são conhecidos. O valor de tal concessão não pode ser minimizado, pois oferece aos Estados Unidos condições operacionais excepcionais, resultando em economia bilionária ao arrendatário da base, quando se leva em conta o valor econômico do ganho de eficiência operacional e dos exclusivos benefícios decorrente, nos campos operacional e tecnológico.

Como contrapartida deveria ser exigida o compartilhamento de know how para o desenvolvimento de foguetes brasileiros para fins pacíficos, tal como o lançamento de satélites. Porém, um exame do histórico neste setor revela os Estados Unidos ativamente impedindo o acesso brasileiro à tal "know how", interferindo, inclusive, junto à fornecedores internacionais de equipamento e tecnologia para este fim.

Apesar de não ter sido formalizada, a Aliança militar proposta por Donald Trump, "elevando" o Brasil à condição de Aliado Especial encerra consequências reais e potenciais que devem ser cuidadosamente analisadas pelo Brasil. Sendo uma aliança, terá ela duas mãos. Dada a enorme disparidade de força nacional e prestígio internacional entre as partes, tal aliança teria, por necessária, a submissão do Brasil à política externa norte-americana, incluindo a tomada vigorosa de partido nos contenciosos internacionais. Estes  envolveriam tanto China quanto Russia, ambos parceiros comerciais e financeiro no âmbito dos BRICS. Não seria demais lembrar que sem o comércio e os investimentos provenientes da China, a estabilidade econômica do país brasileiro seria seriamente afetada.

Outro ponto que recomenda atenção será a posição anti-multilateralismo do governo Trump, condição essencial para a evolução política e brasileira no planeta, cuja proteção mais reside no respeito à  Lei Internacional do que na relevância de suas forças armadas. O recente reconhecimento pelo presidente americano das Colinas do Golan como parte integrante do território israelense, apesar da unânime oposição (sim,incluindo Washington) do Conselho de Segurança da ONU é mais um exemplo do seu descaso quanto ao consenso dos organismos internacionais.

Parece ser o momento de reflexão e avaliação. Sob Bolsonaro, a política externa mostra-se seduzida, tal qual os índios no encontro com Cabral, pelas vantagens brilhantes e imediatas. Por elas corre-se o risco de vender-se o futuro da Nação..



*World Trade Organization

domingo, 17 de março de 2019

Redesenhando o Mundo?



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Será difícil encontrar na história moderna um momento que rivalize com a confusão e indefinição que ora afeta os países líderes do planeta.

Na Europa encontramos a outrora magestatica Inglaterra(1) em busca de uma identidade perdida. Após sua vitória de Pirro contra o Nazismo, onde a vitória das armas custou-lhe todo um império, e constatando a inviabilidade de, solitária, manter-se em pé restrita à pequena ilha, buscou  redenção   ao juntar-se à  Comunidade Européia. Porém, o preço da solução trazida pela solidariedade econômica com a Europa continental  tornou-se, pela diluição de sua soberania,  preço político insustentável.

Hoje, dividida e perplexa, busca no retorno ao passado, ou seja, num post-nacionalismo, sua redenção na modesta grandeza que lhe trará o Brexit.

Já, na Alemanha parece esgotar-se a formula, até então vitoriosa,  na aliança dos partidos Democratas Cristão e Social, face ao ressurgimento da extrema direita e do ethos teutônico de anterior grandeza. Parece movimento pela  reconquista de seu auto-respeito, sufocado pelo tanto assumido quanto imposto complexo de culpa. A emergência da extrema direita  parece buscar o término de décadas de expiação.

Almeja, talvez, a reinserção da frase "Deutschland Uber Alles" em seu hino, prometendo uma herança dominadora às forças da Direita, e seu retorno ao protagonismo, não apenas econômico, mas, também, politico.

Na França, Macron parece ter perdido o magnífico dom que lhe concedeu uma vitória eleitoral apartidária, por ter prometido demais aos dois extremos do espectro político. Hoje parece enredar-se nas amargas vinhas da discórdia, por ter concedido menos do que esperado e exigido mais do que prometido. Seguindo a vocação francesa pelas barricadas, a violência empolga a insatisfação política, e ameaça a sobrevivência eficaz do governo. Cria-se um vácuo a ser preenchido por aventureirismo.

Em mimetismo inevitável, a Europa menor  reflete, ela também, os des-acertos e hesitações, contaminada pela diluição das lideranças tradicionais. Espanha, em suas dores de integridade territorial, Itália ferida pela aliança da esquerda irresponsável e a direita extremada. Já, a Europa oriental, sucumbindo ao canto da sereia da extrema direita, nelas incluidas a Hungria, a Polonia, a Austria, vê-se levada pelo caudal da discórdia que inunda uma União que ameaça  dissolver-se.

Será que a força centrífuga que ora parece afetar as nações do Velho Continente decorre da constatação que a união política e econômica imposta tem por efeito a mediocrização?  Quão possível será atingir-se um almejado "ponto fora da curva" em universo onde os componentes são contidos pelas mesmas regras?  E talvez mais grave, até que ponto a "grandeza nacional" é possível em quadro de solidariedade impositiva? Até onde as amarras da União Europeia, onde as fronteiras se diluem e as finanças se confundem,  tornam impossível  o caminho  nacional e excepcional?

Será que hoje, afastados pelo tempo da tragédia da guerra, esquecidos que estão de seus horrores, o europeu gaté  busca o frisson do diferente?

O mal estar das populações europeias, tanto no político quanto no econômico, parece claro. Os efeitos psicológicos sobre os povos que a compõem, causados , em parte, pela gradual perda de identidade nacional talvez não devam ser descartados como irrelevantes. A reação se faz mais evidente nos  países menos sofisticados que compõem a Europa oriental, sujeitos a reações mais primárias e grupais, donde o  nacionalismo acentuado.

E pairando sobre todos, eis a Águia norte americana pilotada por Donald Trump. Vitorioso graças ao apoio de "blue collars" e dos campos do Middle West, pela regra perversa do Colégio Eleitoral americano, e, apesar de rejeitado pela maioria  do eleitorado, o "business man" tornou-se presidente da maior potência planetária.

Egresso do feroz micro-cosmo dos negócios imobiliários de Nova York e jejuno nas disciplinas necessárias ao estadista, o novo presidente vem desequilibrando a cuidadosa estrutura que rege as  relações internacionais, e, por consequência, fragilizando as relações comerciais e políticas construídas desde a a vitória sobre o Eixo. Assim, altera-se, gradualmente, o equilíbrio econômico que deram substância às atuais, e talvez caducas, alianças políticas.

A crescente alteração das "regras do jogo" favorece um remanejamento das vantagens comparativas dentre as nações "aliadas", causando tensões e reposicionamentos até então administráveis. Altera-se, assim, o quadro politico, aumentando a geração do contencioso.

Onde o perigo torna-se mais agudo será na mudança abrupta nas relações dos Estados Unidos com a China, podendo causar efeitos negativos no Ocidente. Aflito pela meteórica evolução da potência econômica Oriental, e, pari passu, com a sua expansão e modernização militar, Washington exerce seu poder para conter esta tendência, usando para tal instrumentos políticos e econômicos tradicionais e, até mesmo, impedimentos leoninos.

As severas sanções econômicas, por diversas vezes aplicadas,  além de inviabilizar, em certas circunstâncias, o uso da moeda reserva internacional, o dólar, causam, também,  efeitos devastadores nas economias do eventual adversário. Ainda, a proibição de acesso ao mercado norte americano, como ocorre no "caso Huawey", compõe um novo cenário de desestabilização nas finanças e comércio  internacionais.

Já se observa que o surgimento de um protagonista internacional da dimensão chinesa, que torna-se a segunda economia mundial, cria crescente tensão face ao reordenamento da  ordem política mundial.

Nestas circunstâncias, a confrontação das duas grandes potências, aumenta a insegurança que à todas nações afeta. Neste novo quadro as alianças se fortalecem ou se diluem, face à cada vez mais presente opção militar.

A crescente intensidade de tais procedimentos, que ora se observa,  lembram o infausto precedente onde  o embargo de petróleo ordenado pelo governo americano em 1940, levou o Japão à guerra face à sua iminente paralisação econômica.



(1) Sem incluir Escócia e Galles
































domingo, 3 de março de 2019

Redes sociais e sombras


Artificial Intelligence, Brain, Think


A revolução digital já se instalou no planeta.Trouxe consigo maravilhas antes inexistentes. A possibilidade da comunicação instantânea e livre. O acesso à informação quase ilimitada através dos sites de busca. A organização de dados e a consequente eficiência, e inúmeros outros benefícios.

Mas dentre às dádivas insinuam-se as  distorções e imposições que passam a dominar os internautas. As redes sociais surgiram e expandiram qual virus incontrolável, arrastando idéias e opiniões em enxurrada incontida, expressas numa sub realidade digital onde a responsabilidade pelo dito se dilui pela imensidão da interlocução.

Apesar do autor exposto,  a tela torna a palavra autônoma em impessoal instrumento, desligando-se de sua origem, como se ajustada ao nível imposto pelo cadente denominador comum, pelo gradual abandono da qualidade pelo magnetismo da quantidade.

Pessoas que em condições normais de diálogo mantêm a racionalidade educada transformam-se, diante da tela acesa,  em radicais impacientes e, não raro, profanos. O radicalismo se exacerba, vítima da penúria léxica e de ambiente que favoreça a argumentação lógica.

Se, outrora, a carta escrita submetia o autor à perenidade do pensamento exposto, já o texto submerso nas redes sociais sugere instantânea degradação  por ser ele levado na torrente de milhares  d'outras expressões  e opiniões.

Noutra dimensão, as redes estimulam, exponencialmente, a vaidade, a qual, de mero defeito de personalidade, torna-se ímpeto comportamental, envolvido numa incontida competição com próximos e distantes, conhecidos e desconhecidos em busca de uma supremacia que diminui, de uma auto-estima que se avilta pela inconsequência do prêmio que deseja.

A rede social torna-se irmã bastarda do consumismo, subordinada à Inteligência Artificial que tem por missão a extensa colheita dos mais recônditos estímulos, assim  obtendo o domínio, não da vontade, mas dos impulsos que dominam seus seguidores.

Trata-se da degradação do livre arbítrio consciente, substituído pelo desejo inconsciente, manipulado pelos algoritmos do milagre digital.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

O imbroglio venezuelano

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A politica externa do Brasil atravessa um de seus mais delicados momentos. Desde o conflito com o ditador argentino  Rosas e o  término vitorioso da guerra do Paraguai, a política externa brasileira tem priorizado  boas relações com as nações sul americanas.

Ciente de seu poder intimidador, seja pela extensão territorial, seja pela sua crescente população e, mas tarde, pela sua singular industrialização, a diplomacia brasileira tenta dirimir e neutralizar hostilidade que decorra do temor  de pretensos impulsos hegemonicos ou imperialistas do Brasil.

As boas relações e, ainda, o constante diálogo com todos os níveis influentes dos países vizinhos têm por objetivo garantir a paz nas fronteiras da Nação.

Desta forma, o Brasil considera ser a América do Sul a região prioritária, onde a influência do país deve, por conta de sua relevância, manter preponderância. Não tendo o poder para declarar uma "Doutrina Monroe" que impeça uma influência excessiva dos principais "players" internacionais, seja da América do Norte, seja dos demais continentes, o Brasil, através de sua diplomacia, tem se posicionado, invariavelmente, contra ingerência militar externa ao continente.

Ainda, em todos os casos de conflito armado sul-americano, o Brasil tem atuado pro-ativamente na resolução destas discórdias, repudiando interferência extra-continental. É evidente que a instalação de poder militar externo ao continente teria por consequência a drástica redução da influência do país junto aos demais estados da região, assim colocando em risco sua política centenária de garantia de suas fronteiras pela pacificação de seu entorno.

A  atual situação da Venezuela coloca em cheque a manutenção desta política. Tendo o atual governo venezuelano revelado sua incapacidade em atender os interesses  de seu povo, tornam-se necessárias urgentes medidas que levem à Venezuela ao restabelecimento de um governo democrático. Pressões político-diplomáticas são essenciais ao aprofundamento do diálogo com Caracas de forma a facilitar a retirada do governo Maduro.

A interrupção de diálogo que ora se observa e, ainda, a ameaça de militarização da crise, conforme sugerida pelo governo Trump, tenderá à agravar a crise, exacerbando a facção nacionalista em adição àquela socialista. Neste momento a inexistência de comunicação dentre os militares e políticos de ambas as nações reduz a eficácia de medidas a tomar.

Qualquer operação militar porventura iniciada contra o governo Maduro será vista como operação orientada pelos Estados Unidos e seu efeito político será. a longo prazo, desagregador. Fortalecerá o discurso da esquerda latino-americana, influindo eleições posteriores. Inversamente, a solução negociada onde a porta pode se abrir para a retirada do presidente, apesar de mais lenta, envolve menores riscos, seja pela renúncia à um possível derramamento de sangue, seja pelo reduzido trauma de sua execução. Maior será a perenidade que tal solução oferece.

O atual governo da Venezuela está por cair de maduro. Que não se dê a Maduro a oportunidade de tornar-se vítima.
   

         

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Altos juros e baixo consumo

ESTE  BLOG TRANSCREVE  O ARTIGO ABAIXO, DE AUTORIA DO SR. JOÃO ANTONIO MOTTA, POR ACHÁ-LO DE INTERÊSSE GERAL E COMUNITÁRIO. CONSIDERA IMPORTANTE AÇÕES QUE TENHAM POR RESULTADO A REDUÇÃO DAS ABSURDAS TAXAS DE JUROS COBRADAS PELA MAIORIA DO SISTEMA BANCÁRIO, RESPOSÁVEIS, EM PARTE, PELO BAIXO NÍVEL DE ATIVIDADE NA ECONOMIA.




"O BANCO PODE COBRAR JUROS ACIMA DA PROPAGANDA. SAIBA COMO IDENTIFICAR

João Antônio Motta
18/02/2019 04h00
Em dezembro de 2007 o Banco Central publicou a Resolução n.º 3.517, onde determinou que os bancos informassem em seus contratos o CET, o custo efetivo total da operação.
Com isso o Banco Central sinalizou ao mercado que a política de crédito deveria ser sempre transparente, com o máximo de informação ao consumidor, ao cliente bancário.
Mas o que é CET? Nada mais nada menos que os juros do seu empréstimo, junto com todos os penduricalhos que os bancos estão autorizados a cobrar. Por exemplo: os tributos, seguros, tarifas, pagamentos de serviços de terceiros, registro do contrato e todas e quaisquer tarifas existentes.
Assim, os bancos estão obrigados a demonstrar, com tudo isso incluso, quanto realmente é a taxa de juros final que o cliente terá que pagar.
Mas como entender o que está sendo realmente cobrado no meio naquela montanha de páginas de letras miúdas e sem qualquer sentido para você?
Não é simples, mas vou tentar explicar com um exemplo. Digamos que você precise de R$ 20 mil, vá ao banco e o gerente lhe diga que a taxa de juros para pagamento em 12 parcelas é de 3,35% ao mês.
Ocorre que o gerente também diz que deve ser pago o imposto de R$ 255,52 e lhe empurra um seguro de perda de renda, no valor de R$ 329,38. Você não tem estes valores, afinal você está pedindo um empréstimo porque não tem dinheiro.
Imediatamente o gerente apresenta a solução: o valor destas despesas será somado ao total do empréstimo, ficando R$ 20.584,90 para pagamento em 12 parcelas de R$ 2.111,45. Como você conhece matemática financeira, imediatamente verifica que o valor da prestação e a taxa estão corretos. Na verdade não é isso que ocorre, você não conhece matemática financeira, e apenas vê se cabe ou não a parcela no seu salário.
Enfim, tudo certo, você vai assinar o contrato. É neste momento que o gerente lhe informa que há ainda uma tarifa para liberar o crédito no valor de R$ 600,00. Aqui, você já à beira de um ataque de nervos, informa que a parcela não pode mudar, o que acontecerá com a soma desta tarifa ao seu financiamento.
Mais uma vez o gerente lhe socorre. Propõe "seu amigo" que do valor recebido seja descontada aquela tarifa. Então você tomou emprestado R$ 20.584,90 e vai receber o crédito de R$ 19.400,00 e, se fizesse a conta em uma calculadora financeira, veria que a taxa de juros subiu para 4,37% ao mês. Esta taxa é o que se chama CET, custo efetivo total, e deve também estar informada em seu contrato.
Por isso, os clientes devem estar atentos não só à oferta da propaganda sobre os juros desta ou daquela operação, mas sim ao CET do negócio todo.
Isso vale dizer que cautela e leitura atenta, ao menos aos quadros de resumo dos contratos, são absolutamente necessárias. Assim, não tenha receio de perguntar e de tirar todas as suas dúvidas sobre o que está assinando, pois os juros podem não ser exatamente aqueles anunciados."

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Atravessando o Rubicão

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Seguindo o curso determinado pela área econômica e impulsionado pela enérgica voz do competente ministro Paulo Guedes e validado pelo presidente Jair Bolsonaro, o bem estar do Brasil depende da passagem da reforma da lei que rege a Previdência. É um momento seminal. O sucesso na empreitada sugere a abertura de uma segura estrada para a redenção econômica do país.  Inversamente, a mensagem lançada ao público sugere que o fracasso na passagem desta Lei Magna significará o fracasso da redenção econômica do Brasil.

Certamente o posicionamento da questão pelo governo  deve sofrer exageros, seja na projeção favorável, seja na negativa. Mas o que importa é a percepção pública do desafio, tanto dentro fronteiras, quanto nos mercados financeiros internacionais.

Ao conceder à matéria importância máxima, o governo criou expectativa de tal peso político que o fracasso parece tornar-se inaceitável.

Para que o projeto tenha chance de vencer com a maioria que lhe permita superar as exigências mínimas do quadro legislativo, é necessário mobilizar-se todas as forças políticas disponíveis em apoio ao governo Bolsonaro. Ou seja, não há voto à perder, tanto na Câmara quanto no Senado.

Isto posto, vê-se com considerável desalento, às vésperas da votação anunciada a inexistência de essencial coordenação no seio politizado da família real, digo, presidencial. Não bastasse o curioso comportamento do Senador Flávio Bolsonaro, onde sugere-se, talvez erroneamente,  acumpliciamento com elementos indesejáveis da milícia que assola o Rio de Janeiro, vê-se o comportamento do jovem Carlos Bolsonaro investindo contra o Ministro Bebianno,  peça política importante na constituição da maioria parlamentar tão desejada. Escolher este momento para acusar um político de proferir inverdades, apesar de aproximar-se da redundância, ocorreu no menos adequado dos momentos, à véspera da votação crucial.

Surpreende, ainda mais, se possível fosse, constatar-se o apoio do Presidente às acusações do filho, cuja recente linhagem aufere singular credibilidade. Aliando-se às acusações do herdeiro, Jair Bolsonaro provoca um desequilibrio político que demanda correção. Apesar do Poder Moderador, constituído pelo pelotão de generais em prol do desarmamento dos espíritos, o sangue falou mais alto. Talvez  mais alto do que o interesse nacional.

E assim, aproxima-se o primeiro grande teste, que perante Urbi et Orbi determinará a confiança dos grandes capitais na recuperação da economia nacional. Havendo vitória, pode-se esperar um aumento, inicialmente gradual e crescente no influxo de investimentos em direção ao Brasil, impulsionando sua economia e revertendo as dificuldades que afligem a população. Inversamente, a ser derrotada a magna proposta, os efeitos imediatos serão severos, afetando bolsas e câmbio e, ainda mais relevante, castrando-se as expectativas favoráveis essenciais ao crescimento da Nação.

Cabe, assim, perguntar-se: estamos presenciando as passageiras dificuldades na relação de pai e filhos, ou, inversamente, teremos a gradual instituição de mais um  poder na Nação, o da Descendência, trazendo mais uma insegurança ao processo político que há décadas aflige o país?

domingo, 3 de fevereiro de 2019

Na direção certa

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As últimas notícias são alvisareiras. As eleições, de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados, e de Davi Alcolumbre na presiência do Senado, ambos aliados do governo, lhe propiciam boa base para comandar as necessárias reformas dentre as quais ponteia a da Previdência.

As eleições em ambas as casas mostram que está em curso uma revisão das práticas nocivas até bem pouco adotadas no parlamento brasileiro. Os novo quadro político, recém eleito, parece encampar o espirito reformista do goveno Bolsonaro.

Noutro campo de atuação, a administrativa, a pronta e eficaz reação do Executivo face à tragédia de Brumadinha, revelou uma nova fase. A mobilização imediata dos qudros responsáveis pelas áreas  pertinentes, a enumeração das providências emergenciais, e a  sua pronta execução revelam a inserção do espírito militar no enfrentamento da crise. Treinado para identificar, quantificar, prover e executar as providências necessárias dentro do chronograma exigido, o governo Bolsonaro agiu na direção correta. 

Nem parece Brasil, isto é, o Brasil que quer-se deixar para tráz.
Mais lembra a atuação de Estado Maior.

Tudo indica que a prática militar, no que tange eficiência operacional já pode ser observada. Já, a compreensão geo-política, onde melhor se desenham os interesses da Nação, esta ainda está por vir.

O enfantilismo e o simplismo ideológico que ora se observa no trato da política externa nacional deverá sofrer correção em breve. O estudo metódico e cuidadoso dos elementos que devem nortear a posição do Brasil no mundo, assim maximisando os benefícios que poderá trazer a inter-relação com as demais nações e organizaçõe multilaterais no planeta ainda está por acontecer. Mas os generais estão atentos e não será surpresa que uma correção de rumo chegue ao presidente de forma convincente.

A ver...