sábado, 23 de fevereiro de 2019

O imbroglio venezuelano

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A politica externa do Brasil atravessa um de seus mais delicados momentos. Desde o conflito com o ditador argentino  Rosas e o  término vitorioso da guerra do Paraguai, a política externa brasileira tem priorizado  boas relações com as nações sul americanas.

Ciente de seu poder intimidador, seja pela extensão territorial, seja pela sua crescente população e, mas tarde, pela sua singular industrialização, a diplomacia brasileira tenta dirimir e neutralizar hostilidade que decorra do temor  de pretensos impulsos hegemonicos ou imperialistas do Brasil.

As boas relações e, ainda, o constante diálogo com todos os níveis influentes dos países vizinhos têm por objetivo garantir a paz nas fronteiras da Nação.

Desta forma, o Brasil considera ser a América do Sul a região prioritária, onde a influência do país deve, por conta de sua relevância, manter preponderância. Não tendo o poder para declarar uma "Doutrina Monroe" que impeça uma influência excessiva dos principais "players" internacionais, seja da América do Norte, seja dos demais continentes, o Brasil, através de sua diplomacia, tem se posicionado, invariavelmente, contra ingerência militar externa ao continente.

Ainda, em todos os casos de conflito armado sul-americano, o Brasil tem atuado pro-ativamente na resolução destas discórdias, repudiando interferência extra-continental. É evidente que a instalação de poder militar externo ao continente teria por consequência a drástica redução da influência do país junto aos demais estados da região, assim colocando em risco sua política centenária de garantia de suas fronteiras pela pacificação de seu entorno.

A  atual situação da Venezuela coloca em cheque a manutenção desta política. Tendo o atual governo venezuelano revelado sua incapacidade em atender os interesses  de seu povo, tornam-se necessárias urgentes medidas que levem à Venezuela ao restabelecimento de um governo democrático. Pressões político-diplomáticas são essenciais ao aprofundamento do diálogo com Caracas de forma a facilitar a retirada do governo Maduro.

A interrupção de diálogo que ora se observa e, ainda, a ameaça de militarização da crise, conforme sugerida pelo governo Trump, tenderá à agravar a crise, exacerbando a facção nacionalista em adição àquela socialista. Neste momento a inexistência de comunicação dentre os militares e políticos de ambas as nações reduz a eficácia de medidas a tomar.

Qualquer operação militar porventura iniciada contra o governo Maduro será vista como operação orientada pelos Estados Unidos e seu efeito político será. a longo prazo, desagregador. Fortalecerá o discurso da esquerda latino-americana, influindo eleições posteriores. Inversamente, a solução negociada onde a porta pode se abrir para a retirada do presidente, apesar de mais lenta, envolve menores riscos, seja pela renúncia à um possível derramamento de sangue, seja pelo reduzido trauma de sua execução. Maior será a perenidade que tal solução oferece.

O atual governo da Venezuela está por cair de maduro. Que não se dê a Maduro a oportunidade de tornar-se vítima.
   

         

Um comentário:

roberto leal disse...

Na verdade, o ditador venezuelano, cairá, sim, mas não de maduro, visto que já apodreceu desde há muito.