segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Altos juros e baixo consumo

ESTE  BLOG TRANSCREVE  O ARTIGO ABAIXO, DE AUTORIA DO SR. JOÃO ANTONIO MOTTA, POR ACHÁ-LO DE INTERÊSSE GERAL E COMUNITÁRIO. CONSIDERA IMPORTANTE AÇÕES QUE TENHAM POR RESULTADO A REDUÇÃO DAS ABSURDAS TAXAS DE JUROS COBRADAS PELA MAIORIA DO SISTEMA BANCÁRIO, RESPOSÁVEIS, EM PARTE, PELO BAIXO NÍVEL DE ATIVIDADE NA ECONOMIA.




"O BANCO PODE COBRAR JUROS ACIMA DA PROPAGANDA. SAIBA COMO IDENTIFICAR

João Antônio Motta
18/02/2019 04h00
Em dezembro de 2007 o Banco Central publicou a Resolução n.º 3.517, onde determinou que os bancos informassem em seus contratos o CET, o custo efetivo total da operação.
Com isso o Banco Central sinalizou ao mercado que a política de crédito deveria ser sempre transparente, com o máximo de informação ao consumidor, ao cliente bancário.
Mas o que é CET? Nada mais nada menos que os juros do seu empréstimo, junto com todos os penduricalhos que os bancos estão autorizados a cobrar. Por exemplo: os tributos, seguros, tarifas, pagamentos de serviços de terceiros, registro do contrato e todas e quaisquer tarifas existentes.
Assim, os bancos estão obrigados a demonstrar, com tudo isso incluso, quanto realmente é a taxa de juros final que o cliente terá que pagar.
Mas como entender o que está sendo realmente cobrado no meio naquela montanha de páginas de letras miúdas e sem qualquer sentido para você?
Não é simples, mas vou tentar explicar com um exemplo. Digamos que você precise de R$ 20 mil, vá ao banco e o gerente lhe diga que a taxa de juros para pagamento em 12 parcelas é de 3,35% ao mês.
Ocorre que o gerente também diz que deve ser pago o imposto de R$ 255,52 e lhe empurra um seguro de perda de renda, no valor de R$ 329,38. Você não tem estes valores, afinal você está pedindo um empréstimo porque não tem dinheiro.
Imediatamente o gerente apresenta a solução: o valor destas despesas será somado ao total do empréstimo, ficando R$ 20.584,90 para pagamento em 12 parcelas de R$ 2.111,45. Como você conhece matemática financeira, imediatamente verifica que o valor da prestação e a taxa estão corretos. Na verdade não é isso que ocorre, você não conhece matemática financeira, e apenas vê se cabe ou não a parcela no seu salário.
Enfim, tudo certo, você vai assinar o contrato. É neste momento que o gerente lhe informa que há ainda uma tarifa para liberar o crédito no valor de R$ 600,00. Aqui, você já à beira de um ataque de nervos, informa que a parcela não pode mudar, o que acontecerá com a soma desta tarifa ao seu financiamento.
Mais uma vez o gerente lhe socorre. Propõe "seu amigo" que do valor recebido seja descontada aquela tarifa. Então você tomou emprestado R$ 20.584,90 e vai receber o crédito de R$ 19.400,00 e, se fizesse a conta em uma calculadora financeira, veria que a taxa de juros subiu para 4,37% ao mês. Esta taxa é o que se chama CET, custo efetivo total, e deve também estar informada em seu contrato.
Por isso, os clientes devem estar atentos não só à oferta da propaganda sobre os juros desta ou daquela operação, mas sim ao CET do negócio todo.
Isso vale dizer que cautela e leitura atenta, ao menos aos quadros de resumo dos contratos, são absolutamente necessárias. Assim, não tenha receio de perguntar e de tirar todas as suas dúvidas sobre o que está assinando, pois os juros podem não ser exatamente aqueles anunciados."

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