Com
justiça, cumpre-se neste ano solenidade que homenageia as vítimas
do Holocausto.Tamanho genocídio racial não encontra similar na
história mundial. A indignação mescla-se com a incompreensão de
como sociedade tão civilizado tenha sido palco para semelhante
barbaridade.
Hoje compreende-se que a degradação dos valores e
costumes não se dá de um momento para o outro mas sim
sorrateiramente, lentamente, propelida pela manipulação da opinião
pública, embasada na raiva, no medo e na vingança que lhe trazem a história,
e, forçoso dizê-lo, pela concepção distorcida e megalômana de
ser o "Ariano" um povo eleito e superior.
O
Holocausto(1) que se seguiu aos eventos relatados encontra
origens, inicialmente, no anti judaísmo que dominava não só a
Alemanha mas todos os países Cristãos, tendo por base dois fatores:
- a diferença de seus costumes e religião
- a história de Cristo e seu martírio conforme ensinada pela Igreja à época.
É verdade que era grande a diferença na intensidade praticada desta rejeição racial, sendo tênue na Grã Bretanha e aguda no Império Russo. Contudo, o caso Alemão revela idiossincrasias próprias.
A
derrota em 1918 e as condições impostas por seus vencedores levou a
Alemanha à ruína econômica. França e Inglaterra, contornando as
ideias liberais e condescendentes de Woodrow Wilson, foram
implacáveis. A república de Weimar que sucedeu ao Império, ao
alijar os antigos protagonistas, foi dominada por políticos de
extração judaica que tiverem a habilidade de instaurar a
democracia numa sociedade até então autoritária.
Contudo,
em busca de "responsáveis!" pela derrota no campo de batalha e do
desastre econômico que se seguiu, a culpa foi posta aos pés da nova elite
política alemã. Simultaneamente, infectados pela vitória
Bolchevique na Rússia surgem na Alemanha os movimentos
contestatários comunistas, ameaçando a sociedade de índole ordeira
e conservadora. Sob o Primeiro Ministro Philipp Scheidemann, alemão
de extração judaica, a República de Weimar se mostra incapaz de
restabelecer a ordem política e econômica.
A
classe média empobrecida e os milhões de soldados desmobilizados e
desiludidos tornam-se eleitores e, em 1933, elegem Hitler ao
parlamento tendo por base sua mensagem de ordem e progresso. A
sucessão de eventos a partir de sua promoção de deputado à
Primeiro Ministro (Chanceler) inicia o processo que terminaria em
catástrofe.
Tendo
por base a ânsia de normalidade do povo alemão, bem como o desejo
de vingança pelo debacle de 1918, dois culpados são designados: as
nações vencedoras, como inimigos externos, e os Judeus, como
inimigos internos.
Já sob o comando Nazista seguiram-se, no campo
nacional, a promulgação de leis e regulamentos e, ainda, práticas criadas para subjugar e
manietar a população judaica-alemã:
- tornava-se cidadão de segunda classe, cujos direitos eram inferiores aos do povo alemão
- sua propriedade era sujeita à confisco
- seu livre trânsito era suspenso
- a etnia vitimada era encarcerada ou assassinada, dentro e fora dos campos de concentração.
Já
no front externo, a busca por mais território tornou-se a
prioridade. Atropelando as fronteiras internacionalmente aceitas,
desrespeitando direitos históricos, aprisionando os habitantes
invadidos, a maquina militar lançou-se em busca do “lebensraum” (2),
ou seja mais espaço e riqueza para seu povo às expensas do povo
invadido. Não tardou em subjugar a Checoslováquia. A sequência é bem conhecida dos leitores.
Voltando
ao presente, observamos esta terrível história; que ela não se
repita, nem com o povo judeu, nem com qualquer outro povo.
- Dicionário Google: Sacrifício, praticado em que a vítima era inteiramente queimada.
- Lebensraum: espaço vital
2 comentários:
Muito bom artigo Pedro!
Adoro ler suas publicacoes, so me falta tempo! Um abraco Maggui
Feliz de tê-la por leitora. Forte abraço,
Pedro
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