quinta-feira, 30 de maio de 2019

Atalho desastroso

    ERTISEMENT
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Agora é tarde. A venda feita, a chance perdida. Sim, porque estivesse a Embraer permanecido empresa integra e brasileira este seria o momento.

Momento de oferecer seus aviões para cobrir a lacuna que se amplia, ou seja, a insuficiência de novos aviões de porte médio que o colapso do Boeing 737 causou.

Por outro lado, a compra à Embraer da produção de seus aviões comerciais dará à empresa norte-americana condições de atendimento imediato de parte da demanda internacional, em vias de perdê-la para a Bombardier ou Airbus no caso de aviões maiores.

É verdade que a Boeing pretende retomar a produção do 737 Max o mais cedo possível, mas quão cedo? Seus comunicados à empresa, insistindo em seu histórico de aviões seguros não parece ter conquistado os hearts and minds do mercado, seja de seus usuários, seja das agências reguladoras internacionais. Recém divulgação da agência norte-americana promete longo processo de auditoria técnica.

Acumula-se, assim, prejuízos potenciais relevantes. Àqueles que a direção da empresa tentou evitar ao descartar um totalmente novo projeto de avião que concorresse com o Airbus 320 por um remendo no projeto do 737 anterior. Ganhou tempo mas a decisão se revelou errada.

Talvez tivesse dado certo se não buscasse ganhar mais um pouco (e o que segue não é jocoso) ao oferecer uma versão "opcional", mais cara, para alertar e corrigir a deficiência do equilíbrio do avião. Fosse ela incorporada ao projeto básico é reconhecido que os pilotos dos aviões sinistrados poderiam ter evitado o desastre. Ora, segurança de voo não pode ser vendida como  "opcional".

Assim, a empresa escancarou uma falha profunda por privilegiar o lucro imediato sobre a segurança de seus passageiros. Sofreu, portanto, uma perda moral e ética que, infelizmente baliza tantas decisões no mundo extra-competitivo de hoje.

Cabe à Boeing rever não apenas seus projetos  areonauticos mas sim a forma pela qual suas decisões são tomadas. Alem das quinhentas mortes evitáveis a outra baixa deveria ser, pelo menos, a de seu presidente e, quiça, o seu Board. 

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