sexta-feira, 17 de maio de 2019

Novo capítulo de uma possível guerra

ORIENTE MÉDIO

A map of the Persian Gulf.

Uma fragata espanhola, recebe ordens de Madrid para que abandone o grupo de proteção do Abraham Lincoln, imenso porta-aviões norte-americano, em rota para o Golfo Pérsico. Madrid não quer envolver-se em nova guerra

O general britânico, Chris Ghika, sub-comandante da coalizão militar ocidental na guerra contra os remanescentes do Estado Islâmico, diverge de seu superior, o general norte-americano, quanto à ameaça iraniana no Iraque.

Em emergencial encontro, Mike Pompeo, rotundo falcão, pede solidariedade mas ouve de Federica Mogherini, portavoz da política externa da União Europeia,  advertência para que aja com  moderação.

O pentágono anuncia o envio de 120.000 soldados à região. Não esclarece o destino exato. Qual país desejará recebê-los? Dificilmente o Iraque os acolherá, uma vez que o seu governo comunga com o Irã sua religião xiita.

Tão pouco a Arábia Saudita, pois "infiéis" não são aceitos em seu solo, seguindo preceito Wahabita. Uma centena de soldados americanos foram, no passado, explodidos por fanáticos da seita Saudita.

Nem o Catar, próximo geográfica e politicamente à Turquia e ao  Irã, os receberia.

O que deixa, como alternativa mais provável, as boas vindas dos Emirados Árabes, não por acaso,  vizinho ao Estreito de Ormuz, peça chave na estratégia de ambos adversários, USA e Irã.

Assim, as peças vão se posicionando, seja para um jogo de intimidação, seja para chegar-se às vias de fato.

Washington insiste em reagir ao que considera  seus interêsses na região. Tem-se, assim, ampla latitude do potencial casus belli que poderá causar o conflito, uma vez que tais interesses , não sendo pré-indentificados, permitem inúmeras possibilidades e interpretações.

Trump deixa entender que é contra nova guerra na região, mas não tranquiliza os observadores que vêem em seus pontas-de-lança, Bolton e Pompeu, os reais objetivos de regime change.

A campanha ora em curso de criar imagem de Teerã como provocador  de iminente conflito traz aos mais céticos lembraça da fábula de La Fontaine, ou será de Êsopo, onde o lobo, à montante, acusa a ovelha, à jusante, de sujar-lhe a água...




Nenhum comentário: