segunda-feira, 13 de maio de 2019
Mais uma guerra?
As diversas providências tomadas pelos alto comando norte americano, político e militar, parecem indicar que uma nova gerra estaria por eclodir.
O fato de ter o chanceler Mike Pompeu abruptamente cancelado importantes reuniões com líderes da União Europeia e da Ásia, substituindo-os por encontros improvisados e urgentes com líderes de Israel e Arábia Saudita parece indicar a iminência de conflito na região.
Tal avaliação é validada pelo envio por Washington de uma força-tarefa naval, liderada por porta-aviões, e, ainda, bombardeiros B52 com destino ao Golfo Pérsico.
Conforme já comentado nesta coluna, premidos por Israel e a Arábia Saudita em invulgar aliança, os Estados Unidos parece contemplar uma guerra contra o Irã.
Para Israel os objetivos são claros: eliminar o apoio militar e financeiro ao Hezbollah libanês e inviabilizar o apoio iraniano ao regime de Assad na Síria próximos à suas fronteiras, e, ainda, preventivamente destruir a infra estrutura nuclear bem como o complexo balístico iraniano.
Já a Arábia Saudita, de confissão sunita, tem seus objetivos geopolítico e religioso, como o domínio do Iêmen e o enfraquecimento da "mancha" shiita no Oriente Médio, inimigos centenários. Abrange o Iraque e a Síria de Haffez Assad. Porém, seu inimigo mais poderoso é o Irã.
Em resposta ao boicote total das exportações de petróleo iraniano ordenado por Donald Trump, o Irã vem ameaçando retaliar, fechando o estreito de Ormuz que, sob sua soberania, representa o mais relevante gargalo exportador de petróleo do planeta.
Diante deste clima de hostilidade inibindo o fluxo de tão essencial commodity, acoplado à iminente chegada de força naval americana, cujo poder excede, em muito, àquelas necessárias às operações de patrulhamento até agora empreendidas, razoável será concluir-se que uma faísca, por involuntária que seja, poderá levar à deflagração do paiol que lá se concentra.
Ao quadro acima prudente será avaliar-se a reação de dois players, potencias nucleares.
A interrupção do fluxo de petróleo iraniano é para China séria ameaça à sua segurança. Deixa aos Estados Unidos e seus aliados árabes o controle da torneira que regula a expansão de sua economia e a operacionalidade de suas forças armadas. Assim sendo, será lícito esperar-se a manutenção do fluxo Irã-China apesar da oposição norte-americana, assim favorecendo maior estreitamento político-militar entre os dois países. Pequim aceitaria mudança de regime no Irã?
Já, para a Rússia, uma guerra contra o Irã e a eventual substituição do atual regime Iraniano por outro subordinado à Washington e, por conseguinte, hostil à Moscou, traria forte reação deste último. O Irã é contíguo ao que seria o "under-belly" da Rússia, constituído pelos "Stãos", anteriormente parte do Império tsarista, hoje sob influência desta última. Uma reviravolta do equilíbrio de forças nesta região poderia ter consequências graves, repetindo-se a experiência ucraniana em diversas instâncias,
Certamente já ocorreu ao Estado Maior norte americano a tomada, manu-militari, da região de Ormuz, sob pretexto de garantir o livre trânsito do comercio marítimo internacional. Contudo, razoável supôr-se que as consequências seriam imprevisíveis, uma vez que ocasionariam a re-arrumação involuntária de poderosos interesses internacionais.
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