sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Economia e eleições


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Falar de política sem levar em conta o imenso desemprego e a estratosférica taxa de juros bancários será, ao ver de muitos, clara rejeição da realidade. Quanto maior for o tempo para a solução destes dois desafios, maior será a radicalização das soluções oferecidas pelo estamento político, já exacerbado pelas iminentes eleições.

Para o observador dos meandros de nossa economia, tem-se por destaque o enorme desemprego que fustiga o país, e a consequente morosidade na melhoria da economia brasileira. Será o desemprego causa ou efeito? Ou terá sido efeito de medidas econômicas inapropriadas mas que, agora, se torna causa da estagnação vigente? Ainda, a penúria e sofrimento  que afeta o desempregado são  potencializados pelas taxas de juros inéditas no planeta que, pela sua magnitude, impedem qualquer re-equilíbrio financeiro do devedor. Os desempregados já somam 13,5  milhões de brasileiros enquanto  o número de inadimplentes bancários chega a 61 milhões.

A ortodoxia econômica indica que a solução do desemprego adviria da recuperação dos investimentos, por sua vez resultado de maior segurança política, fiscal e jurídica, o que exigiria profundas e difíceis negociações na esfera política. Sem dúvida, o conceito é correto.  Porém, será possível esperar tanto, 5 ou 6 anos, para retornar-se ao pleno emprego? Ou torna-se premente buscar-se medidas administrativas que induzam à absorção, o quanto antes, da massa desempregada?

E, ainda, pergunta-se: deveria ser a contenção de gastos prioritária, conforme propugna a ortodoxia econômica  e como defendia o presidente Hoover acentuando a Grande Depressão americana, ou, inversamente, dever-se-ia buscar no aumento de gastos e investimentos públicos, conforme preferência de Roosevelt em 1933 bem como as intervenções de  Bush e Obama na primeira década do Século XXI em busca da retomada econômica?

Deveria a taxa de juros manter-se nos píncaros atuais, ou deveria ser drasticamente reduzida, conforme ocorrido ao reverter-se a recente Grande Recessão norte-americana?

Tudo indica que o adiamento na solução destes problemas que esmagam uma relevante parte da população brasileira poderá redundar em forte desequilíbrio sócio-político, ameaçando a segurança nacional. Para os que julguem exagerada tal avaliação, basta observar-se o acentuado aumento da criminalidade no país, onde o número de  assassinatos excedeu 63 mil no ano de 2017.

A falta de perspectiva para tão grande segmento de cidadãos, alijado da vida digna e financeiramente segura, poderá levar estes desamparados à exasperação e à radicalização.

Mesclam-se estas importantes tensões sociais ao ambiente eleitoral, onde os candidatos buscam suas prioridades, prometendo tudo que se lhes passa pela cabeça. Dentre eles destaca-se candidato imbuído de bem servir o país, porém com personalidade impositiva tendente ao radicalismo, pronto a atropelar obstáculos que impeçam o que considera ser necessário. Ao eleitor convém a reflexão de que tal candidato, apesar de tido por ser de direita, parece sugerir que não favorecerá este ou aquele espectro segmento da sociedade, podendo a criatura voltar-se contra as instituições e seus criadores que tolham seus objetivos.

Agravando o cenário político brasileiro, observa-se que aproximadamente 50% do eleitorado manifesta-se alheio à escolha de candidato. Tal alienação sugere perda de confiança no processo eleitoral e naqueles que o representam. Tamanha massa de manobra poderá desfazer e criar novos cenários, ao que tudo indica, contrários ao status quo.

Vale a opinião que nunca foi tão difícil, na história política brasileira, bem escolher o próximo Presidente da República.


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