segunda-feira, 30 de julho de 2018

Bandidagem ou terrorismo?



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Lei contra o terrorismo:

“Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas e clandestinas ou subversivas: Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. Parágrafo único: Se do fato resulta lesão grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta morte, aumenta-se do triplo”.


Já faz tempo que as cidades brasileiras sofrem da ação de quadrilhas de facínoras. Outrora, tais bandidos, sobretudo motivados pelo tráfico de drogas, vêm enfrentando a polícia, executando rivais, matando civis. A coreografia do crime explícito era previsível; à ação ostensiva do crime seguia-se a contra-ação policial. Os criminosos se retraiam e a paz era restabelecida. Ainda que temporariamente, os bandidos escondiam-se e a lei prevalecia.

Hoje a realidade é bem outra. O desafio do crime à ordem social e política tornou-se escancarado. Comunidades desamparadas, na ausência da polícia, sofrem o domínio e ocupação dos criminosos, estabelecendo-se a sua lei, cessando a da República. Aqueles cidadãos do espaço dominado  que porventura se rebelem, são sumariamente executados. Qual território autônomo, retirado ao Brasil, recebe a polícia e o exército a tiros, estes proveniente de armamento moderno proveniente do exterior.

Ainda, pari passu com as ações armadas, verifica-se atos de desestruturação cívica organizados por facções criminosas cujos tentáculos atingem todos os pontos do território nacional. Neste momento constata-se, alem de confrontos armados, o incêndio de veículos de transporte público, explosões de caixas eletrônicos, assaltos a bancos. Estas ações, de âmbito nacional, são cuidadosamente organizadas por facções criminosas, trazendo o terror aos brasileiros.

Este assalto, organizado e armado contra a sociedade civil brasileira,  configura-se como Crime de Terrorismo. E como tal deve ser tratado. Constata-se, porém,  que a aplicação das leis ora prevalentes é inócua contra a atual emergência. Se sua tipificação parece correta, as penas nela contidas são distantes da severidade que se lhes deve impor.

Trata-se de crime contra a Pátria, crime de traição. A ocupação de território nacional, a chacina de cidadãos, o confronto com as forças de segurança clamam por reação correspondente ao crime. A atual lei que pune o terrorismo peca, na sua punibilidade, pela sua leniência.

O terrorista condenado deve ser objeto de severidade, em cárceres especiais, isoladas,  com guarda especializada sujeita a continua fiscalização e rotação. Suas penas devem refletir o teor hediondo de seu crimes, o que não  parece ocorrer com a lei vigente. Tal severidade teria o duplo objetivo de punir e desencorajar.

Nas ações policiais e militares contra terroristas, as leis da guerra devem aplicar-se. O terrorista armado deverá ser alvo lícito, e sua perseguição garantida pelo Estado, esteja onde esteja escondido.

Sem uma profunda revisão nas leis e métodos de combate ao terrorismo, o país continuará a sofrer o imenso custo em sangue e dinheiro que oprime e desmoraliza a nação




sábado, 21 de julho de 2018

A história se repete

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Netanyahu e Trump

"O Knesset, órgão governante, acaba de promulgar lei que estabelece Israel como Estado Judeu, onde os cidadãos de confissão judaica terão supremacia e prioridade na república. Somente o hebraico será o idioma oficial, relegando o árabe à status inferior. Jerusalém é proclamada capital da nação.  Ainda,lei estabelece prioridade para a criação de assentamentos judaicos na Palestina."


A oposição à esta lei por forças importantes no cenário Israelense, dentre os quais o Presidente de Israel e perto da metade do senado israelense, não impediu sua adoção.  Constitui-se importante passo no distanciamento do Estado Judeu das outras nações democráticas ao redor do planeta.

O conteúdo religioso nesta lei magna, dá à Israel  a feição de teocracia, elevando o Judaísmo à religião de Estado, subordinando as minorias religiosas. Desta forma, rui o formato moderno estado democrático, tornando inevitável a redução e a insignificância dos cidadãos não judeus.

A lei sob questão acentua a clivagem entre o povo Judeu e as minorias Muçulmanas e Cristãs dentro de suas fronteiras e no entorno palestino. Ainda, a priorização da construção de novos assentamentos constante da lei recém promulgada terá por efeito acelerar e completar a absorção oficial do território  Palestino, hoje militarmente subjugado.  

O apoio intransigente  de Trump à Netanyahu deu a este último  as condições políticas para a passagem desta lei, tão ambiciosa e necessária à sua política expansionista. O reconhecimento de Jerusalem como capital do Estado Judeu foi o "coup de grâce" no frágil diálogo pro-paz até então defendido de forma anêmica por Washington.

Com o efeito duplo da retirada do apoio pacificador norte americano e da nova lei Judaica, os dias da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) estão contados, seu controle sobre a Cisjordânia e seus cidadãos esgarçado. Valoriza-se, assim,  a intransigência da facção Hamas e sua visão violenta, onde sua aposta nas armas substituí a opção do diálogo, até hoje defendido pela OLP.  Pergunta-se, qual será a reação do povo subjugado quando confrontado com a impossibilidade de sua independência? 

Ascende-se, assim novo estopim no Oriente Médio, berço do terrorismo moderno, onde os conflitos se sucedem, onde o radicalismo religioso impera. Com base nesta nova lei, a expansão de Israel terá por consequência, além do aborto da esperada nação Palestina, ter-se-a a intranquilidade das demais nações em seu entorno, uma vez que o "animus dominandi" de Jerusalem trará insegurança aos regimes vizinhos. Egito, Jordânia, Síria e Líbano estarão sob permanente tensão ou submissão. Os demais países da região, como a Turquia e o Irã, relevantes pela sua dimensão física e demográfica, buscarão reforçar alianças externas à região para garantir sua integridade.

Um Israel eugenizado, possuidor de arsenal nuclear, sob a proteção dos Estados Unidos, e tendo por ânimo a expansão territorial, dificilmente será contido.

Faz  83 anos, uma ditadura implacável promulgou uma lei dando aos cidadãos germânicos o poder  sobre as demais etnias, relegando Negros, Ciganos e Judeus à categoria secundária para, depois, encarcerá-los.  Pouco depois, este mesmo país buscou o lebensraum(¹), expandindo seu território e suas fronteiras.

(1) Espaço Vital

sábado, 14 de julho de 2018

The Art of the Deal


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Ao pousar o Air force 1, dele salta um homem corpulento e de expressão agressiva. Chega coroado por um topete dourado,  feições brutas, queixo empinado e olhar arrogante. A expressão corporal ameaçadora, prometendo  exigências e imposições.

Precedido por uma barragem de críticas deselegantes, contrariando os centenários hábitos da diplomacia, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, o homem da nova America, chega à velha Europa. La têm poucos amigos, mas não importa. É o homem mais poderoso do planeta e saberá impôr suas idéias, sua vontade.

Apesar do aviso prévio, a reunião com os principais mandatários da Europa superou as expectativas. Admoestando seus pares, mas não tão pares assim, o Donald não hesitou em criticar a  timidez financeira dos membros da OTAN, cuja contribuição mantêm-se, segundo ele, muito aquém da compromissada. O fez de forma brutal, usando palavras grosseiras, chegando a criticar a  chanceler Angela Merkel por sua política energética, naturalmente infensa à intromissão de outra nação.

Finda a reunião, após o tratamento de choque, os dignatários europeus sentaram-se à mesa e apuseram docilmente suas assinaturas em texto que não ousava distanciar-se daquele determinado por Trump. Depreende-se desta singular experiência diplomática que as prioridades da Europa ainda estão vulneráveis aos ditâmes dos Estados Unidos. Se ignorados, ter-se-ia por consequência a perda gradativa dos benefícios decorrentes de sua dependência econômica e, ainda mais importante, do guarda-chuva  militar que a protege? Ou seria o momento da União Européia, sem comprometer as melhores relações com os Estados Unidos, iniciar o processo de liberação em busca de sua plena autonomia?

Já, em sua visita à Grã-Bretanha, o presidente norte-americano não conteve sua agressividade so criticar a forma pela qual a Primeira Ministra Britânica tratava do Brexit. Disse-lhe que o divórcio europeu deveria, ser duro, radical, sem o que Washington não aceitaria firmar acordo comercial e bilateral com Londres. Em outras palavras, Donald Trump revelou cabal e explícita interferência em assuntos internos de seu aliado. Para completar o quadro, Trump revelou, em artigo publicado pelo jornal Sun,  sua preferência pela substituição de Theresa May, sua anfitriã,  por seu rival Boris Johnson !.

De tal ordem foi ao descalabro diplomático que, à noite, o staff americano fez ver ao presidente a necessidade de retratação, por embaraçosa que fosse. Foi feito. Porém, qual a política que de fato prevalecerá, a que precedeu, o a posterior ao desmentido?

Apesar da forma atabalhoada escolhida, observa-se por parte de Washington a execução de uma política eficaz de desestabilização e enfraquecimento da União Europeia, favorecendo o Hard Brexit,, a aplicação de novas e maiores tarifas no comércio exterior, o cancelamento do fluxo de energia barata para a Alemanha e o aumento de seus gastos militares. Tudo isto em menos de um mês!

Ainda, a programada visita a Wladimir Putin teria, dentre seus objetivos, manter a União Européia intranquila quanto à sua segurança, estimulando-a à maiores gastos militares?

Face a tão mercurial e impositivo presidente, prudente será a leitura de seu livro, The Art of the Deal, para melhor entender os meandros de tão complexa mente. Já no passado, outro líderes revelaram em seus livros o que estava por vir.

domingo, 8 de julho de 2018

Cartas dos leitores re: Embraer




VEJAM A SEGUIR, COMENTÁRIOS RECEBIDOS DE LEITORES SOBRE O ASSUNTO EMBRAER




Pedro,

A sua análise está perfeita, meus parabéns.
Talvez você ainda pudesse ter dado maior ênfase ao valor do acervo tecnológico acumulado na própria Embraer e nas empresas a montante na linha de produção dos aviões, ao longo dos mais de 40 anos de existência da Embraer, que foi criada em 1.969, situando-se em São José dos Campos precisamente para ficar ao lado do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), que tinha sido criado em 1950 e, depois, foi alcançando a sua excelência internacionalmente reconhecida graças a uma estreita interação com a Embraer.
A construção de aviões em São José dos Campos estimulou o desenvolvimento da tecnologia nacional nos campos da ciência dos materiais, eletrônica de instrumentação e controle, mecânica fina e de precisão, mecânica dos fluidos, etc. É, portanto, inegável que, na estruturação desse complexo industrial, foi decisiva a participação do Estado, com sua capacidade de investimento e compra de equipamentos e, principalmente, sua liberdade para reinvestir parte dos lucros na transferência e adaptação de tecnologias provenientes de países desenvolvidos, assim como na formação de engenheiros, técnicos e operários especializados. Foi assim que se consolidou no Brasil uma importante indústria de equipamentos eletromecânicos, criaram-se firmas de engenharia e formaram-se milhares de engenheiros e técnicos altamente qualificados, não apenas no campo da construção de aeronaves, mas também em diversos segmentos industriais nas áreas da construção mecânica e da eletroeletrônica. Até as indústrias de autopeças e de eletrodomésticos progrediram muito no Brasil,  graças a tecnologias desenvolvidas no ITA. 
Penso que o “ativo imaterial” representado pelo know-how acumulado nesse “Vale do Silício brasileiro” vale muito mais do que o capital aí investido.
Se a Embraer for vendida, os novos controladores não terão nenhum interesse por contratar serviços com firmas de engenharia locais, muito menos por adquirir componentes fabricados no Brasil, exatamente como fizeram os grupos estrangeiros que compraram as empresas brasileira do setor elétrico.  
Como você diz no artigo, “a venda desse extraordinário núcleo tecnológico redunda em amputar-se o futuro”.

Abraço,

Joaquim

Seja bem-vinda a NovaFrenteNacionalista Pedro & Joaquim!!! Sucesso!!!Posso repassar pro Ciro Gomes? Brincadeiras à parte, acredita viável contratar a Boeing para ser agente de vendas de uma (ainda então ) concorrente? ABS cb

Claudio


Caro Pedro.
A forte queda das ações da Embraer logo após o anúncio do acordo parece sinalizar que o negócio não foi bom.para ela.
Acredito que novas etapas do processo pode permitir melhorias a favor da Embraer e do Brasil. 
Concordo que já está na hora de o Brasil perder o complexo de vira-lata e perder o medo de ser Grande. 
ABS

Alberto


 Pedro,
O que me surpreende é que 
se não me engano, um dos sócios 
da Embraer sendo a Dassault, ela não tenha
tentado interferir neste negócio. Teria ela 
Interesse nessa divisão da empresa?
Abs

Philippe


Pedro querido.
Mais um excelente artigo de grande alcance.
Cortaram mais uma perna de nosso crescimento.
Somos predestinado mesmo, ao subdesenvolvimento. Tudo que criamos e que representa lucratividade, dura pouco e é transferido para os gerentes globais.
Perdemos mais um fator de exibição ao Mundo da nossa capacidade técnica industrial, num fator comercial de longo e profundo alcance, inclusive de segurança do país.
Lamento essa vil transferência não somente de capital mas de um grande “know-how” que conseguimos exibir para os países desenvolvidos.
Continuaremos uma republiqueta instável política e economicamente falando.
Parabéns por suas sábias e bem colocadas letras.
Grande e fraternal abraço desse leitor que o admira,

Paulo


                      Pedro
Queria deixar um comentário com relação ao seu artigo sobre a EMBRAER , que estou plenamente de acordo, mas não consegui.
Antigamente tinha um item – comentários – que se clicava nele  e escrevia o comentário. Agora aparece google, pede senha , etc ,etc.....Pra que facilitar se pode complicar....
Queria mencionar o fim das ENGESA, onde trabalhei, também ação dos americanos.
Me instrua o que se faz para  “comentar” seus artigos.
Abraços

Alexandre












sábado, 7 de julho de 2018

Embraer e a Nação





O Brasil despertou, há poucos dias, sob a mais extensa propaganda já vista em defesa de um solitário negócio. Todos os jornais de renome trouxeram a mesma matéria como se notícia fosse, e não um excepcional exemplo de “lobby” magistralmente executado. Todos eles exibiram a mesmíssima apresentação, não se dando o trabalho de aparentar independência de pesquisa. Tudo estava lá, os dados financeiros elencados da mesma forma, os argumentos dos “analistas” perfeitamente coordenados. Até mesmo manifestações oficiais, em singular unanimidade, favoraves à transação.

Porém, contrariamente ao aparente “genuíno entusiasmo”, a proposta defendida talvez não seja do interesse na Nação. O desmembramento da Embraer, empresa de evidente interesses nacional, e sua transferência para empresa estrangeira, tem o sabor de país minguando, retrocedendo, abandonando o sonho de algum dia ser grande. Independentemente dos valores financeiros em questão, assunto abordado mais abaixo, a venda de um núcleo tecnológico extraordinário redunda em amputar-se o futuro.

Dir-se-á que tal comentário seria xenófobo, atrasado, antiglobalista; porém todos os países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos, negam a venda do controle acionário ao capital estrangeiro de empresas privadas cuja tecnologia envolva segurança nacional. É, inegavelmente, o caso em questão.

Ao transferir-se o controle da industria aeronáutica, amputa-se o desenvolvimento de uma das principais fontes de tecnologia da nação, essencial ao progresso neste Século XXI. Não se pode desprezar a força multiplicadora do desenvolvimento tecnológico, que se derrama sobre toda a economia, trazendo know-how para as mais dispares atividades. Inversamente, ao apagar-se este núcleo de modernidade e inovação, consolida-se a aceitação do sombrio subdesenvolvimento.

Afim de iludir o público, os promotores desta operação citam a "venda" da Bombardier canadense para a Airbus para justificar, maliciosamente, a Joint Venture brasileira proposta pela Boeing e aceita pela Embraer. Ocorre que estas duas operações são totalmente distintas no que tange tanto a parte societária quanto a operacional.

A empresa canadense, para melhorar seu acesso ao mercado de seus aviões, aliou-se em joint venture com a Airbus para a promoção e venda de seus aviões da linha "C". Contudo, a produção dos aviões permanece na empresa canadense. O controle acionário desta nova empresa, será paritariamente detido pela Airbus com 50,1%, e o restante (49,99%) pertencendo à entidades canadenses. (¹) Trata-se de uma associação equilibrada.

Já o negócio Embraer-Boeing é bem diferente. Não se trata de associação com a Boeing para fins meramente comerciais. Trata-e, sim, da criação de uma nova empresa onde a Boeing deterá mais de 80% do capital, cabendo à Embraer menos de 20%. Importante notar que, tendo o acionista estrangeiro, nesta formulação, mais de ¾ das ações da joint-venture, poderá ele tudo decidir quanto ao seu destino.

Será uma questão de tempo para a Boeing, sujeita às pressões decorrentes de “America First” de Donald Trump, impor seus interesses. Em tal cenário, se assim ocorrer, difícil será manter a produção em solo brasileiro. Perder-se-á, assim, tanto o benefício econômico quanto o núcleo tecnológico. O elefante americano pouca atenção dará às pretensões da pulga brasileira.

Como se não bastasse, o preço proposto pela Boeing por estes 80% é de 4,75 bilhões de dólares, soma desprezível. O ágio de 57% pago sobre o valor patrimonial pelo controle efetivo da Embraer não parece levar em conta o valor da marca Embraer, o valor do “share of market”, o “cash flow” futuro, as instalações físicas, e o “know how” adquirido. Leva-se um acervo insubstituível por preço de banana.

Outro elemento de fundamental importância para a nação deve ser abordado. Qual a probabilidade de sobrevivência da produção e inovação de aviões militares após a perda do fluxo de caixa gerado pela venda das aeronaves comerciais ora sendo descontinuada? A probabilidade parece ser mínima. Tudo indica que o erário brasileiro, semi falido, não poderá suprir os incentivos para a continuidade da produção militar.

A formula proposta pelas duas empresas, não parece atender o interesse nacional. Atenderia, talvez, os interesses dos acionistas, mas não os do Brasil, uma vez que a venda de empresa proprietária de tecnologia altamente relevante para a nação enfraquece o presente, e, mais ainda, o futuro, pela perda do momentum científico criado. Do ponto de vista do interesse nacional, a construção e venda de aviões comerciais e militares devem permanecer na Embraer, cabendo a ela formar empresa para a comercialização de seus aviões, tanto civis quanto militares.

Para este fim, uma associação com a Boeing seria de conveniência nacional. Assim, tanto os Tucanos quanto os KC-390, este excepcional avião militar de transporte, terão melhores condições de lutar pelo seu espaço no mercado internacional.


(1) Under the agreement, Airbus will provide procurement, sales and marketing, and customer support expertise to the C Series Aircraft Limited Partnership (CSALP), the entity that manufactures and sells the C Series. At closing, Airbus will acquire a 50.01% interest in CSALP. Bombardier and Investissement Québec (IQ) will own approximately 31% and 19% respectively.



domingo, 1 de julho de 2018

Futuro a venda


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Com relação ao Brasil, pouca tem sido a atenção dedicada pelos arautos da política externa norte-americana. Esta frieza diplomática já vem de longe, mas parece agravar-se com o governo Trump. Poucos, a não ser os experts, conhecem nem o visual nem o nome do embaixador dos Estados Unidos que ora vive em Brasilia. Já, no seu périplo pela America Latina, o ex Secretário de Estado, Mr. Rex Tillerson, teve o cuidado de evitar as fronteiras brasileiras após visitar diversos países da região. Em suma, não existem indícios de calor diplomático entre as duas nações.

Mas o que vai acima é a boa notícia. Os problemas começam quando a atenção de Washington se centra em Brasilia. Enquanto o intercâmbio com o setor privado americano é de indiscutível interesse para o Brasil, onde a soma dos benefícios é altamente positiva para os dois parceiros, o mesmo não acontece quando a atenção emana do establishment estatal.

O  fortalecimento político, econômico e tecnológico de um Brasil continental de 200 milhões de habitantes, situado  na sua próxima vizinhança, pouco convêm aos objetivos hegemônicos de Washington. Uma política robusta do Itamaraty no âmbito latino americano nem sempre será coincidente com os planos de Foggy Bottom e o mesmo por vezes ocorre com a política diversificada que Brasilia adota junto às grandes capitais mundiais. É razoável estimar-se que Washington prefere um interlocutor dócil e débil, evitando qualquer desgarramento de seus interesses geo-políticos.

Assim verificamos a interferência norte americana ao vedar o desenvolvimento da tecnologia pacífica  de foguetes para lançamento de satélites, e o desenvolvimento de tecnologia para a propulsão nuclear.

Constrangido e limitado por este cenário e pela sua aguda anemia política, o presidente Michel Temer recebe o Vice Presidente norte americano, Mike Pense. A imprensa informa que o emissário de Donald Trump tem por objetivo arrendar a base de foguetes de Alcântara. Ora, o assunto versa sobre foguetes, aqueles que Washington, a socapa, tem neutralizado o desenvolvimento  pela Agencia Espacial Brasileira, mesmo quando associada à tecnologia estrangeira.(¹). Ao oferecer a base de Alcântara, o Brasil assumiria alto custo estratégico.

Por dinheiro o enfraquecido presidente não parece hesitar em abrir mão  de uma base, ainda que não operacional hoje, de relevante valor estratégico para o futuro desenvolvimento tecnológico do país.(²) Ainda, Temer ignora um regra milenar, "não traga à sua casa  quem não possa ser despejado". Neste caso, o imenso poder de pressão do arrendatário inviabilizará qualquer tentativa de despejo. O quisto estará inserido no organismo nacional por prazo determinado por Washington.

(1) Tratado com a Ucrânia desfeito por pressão norte americana.
(2) Vide a plethora de bens de capital e consumo derivados da tecnologia espacial