sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Quo vadis?


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Uma boa parte do país terminou o dia 24 de janeiro de 2018 com renovada esperança na redenção do país. O veredito lavrado por admiráveis, jovens desembargadores exibia uma nova Justiça. Despidos das frases grandiloquentes, infensos às mesuras de adulação recíproca, os três mosqueteiros esgrimiam com maestria, elegância e economia as estocadas que perfuravam a ôca defesa do malfeitor. Assim era condenado um homem que muito tinha para ser um grande brasileiro. Não soube lidar com a sedução do poder. Vendeu-se, a si e sua visão de uma país justo.

Os gregos não fariam melhor. Uma tragédia humana que devora o entorno. Um sonho que aos poucos foi sendo subordinado aos apetitis subalternos que nada como a cobiça sabe engendrar.

Mas este é o Brasil, a terra da inconstância, da imponderabilidade, da volubilidade. Sob a abóbada pública  pouco é confiável ou garantido. As regras de hoje submetem-se ao inigualável talento nacional de alterar o que era certo, torcer o que era crível, re-interpretar o que fora concluido. E eis que surgem diversas teses, pelas quais a pretensa inelegibilidade do ex presidente perde sua inevitabilidade. Ruem as certezas que a unanimidade da segunda instância traria, substituidas por infindáveis teses que levam ao Tribunal Eleitoral ou, ainda, ao Supremo Tribunal Federal. A este caberá à última (ou será a penúltima) palavra sobre o que parecia ter sido a última decisão.
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Retorna o país, assim, ao seu estado natural, o da insegurança jurídica. Nem mesmo o Supremo Tribunal oferece à cidadania a tranquilidade do transitado em julgado na mais alta das instâncias. Trata-se de re-questionar a autorização de prisão após condenação pela segunda instância; abre-se, assim, novo túnel de incertezas. 

Por razões misteriosas para o cidadão comum, volta ao STF uma decisão por ele já tomada e até hoje válida. A aplicação desta decisão reflete a realidade que enfrenta a esmagadora maioria dos condenados. Parece justa. Somente os criminosos abastados dela escapavam, a custa de milionários processos.  Nas próximas semanas saber-se-á se o país manterá a rota da responsabilidade jurídica ou se escancará, novamente, as portas que levam à impunidade concedida aos poderosos, aos que mais ferem a nação.






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