segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Rocinha II


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Quem votou em Crivela não sabia que em ninguém tinha votado. Sim, porque o prefeito do Rio de Janeiro torna-se, cada vez mais, uma figura virtual. Sabe-se que ele existe, mas pouco se comprova dado à sua perene ausência.

Após uma verdadeira batalha na Rocinha, durante a qual nada se ouviu de quem tem por obrigação dela cuidar, surge o Prefeito despejando abobrinhas para a imprensa. Nada melhor disse do que identificar um “banho de loja” como elemento relevante para resolver os problemas da “comunidade”. 

O que terá na cabeça tão digno político? Certamente, não faltam lojas na Rocinha; pelo contrario é substancial o volume do comercio local. Então, será que, como ocorre na expressão por vezes usada tratando-se do upgrade na aparência de uma dama, o Bispo/Prefeito (ou Prefeito/Bispo?) pretende embelezar a favela com lojas Hermès, Vuitton, etc...?


Como se não bastassem tais visitas póstumas, surge, também, uma simpática atriz Global, mergulhando em análise arguta para a pacificação da favela: faça-se “uma ocupação cultural”! Sugere instalar um cinema esquecendo que nem escolas escapam de balas perdidas e longa interrupção. 


Não que o entretenimento não tenha seu valor, mas talvez, em vez de construir-se um cinema com o dinheiro público, melhor direcioná-lo para mais creches, mais postos de saúde, mais iluminação, mais retirada de lixo. Voltando ao cinema, que o empregador da bela atriz financie sua construção, assim demonstrando a solidariedade do capital privado no trato da cousa pública.

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