Quem votou em Crivela não sabia que em ninguém tinha votado. Sim, porque o prefeito do Rio de Janeiro torna-se, cada vez mais, uma figura virtual. Sabe-se que ele existe, mas pouco se comprova dado à sua perene ausência.
Após
uma verdadeira batalha na Rocinha, durante a qual nada se ouviu de
quem tem por obrigação dela cuidar, surge o Prefeito despejando
abobrinhas para a imprensa. Nada melhor disse do que identificar um
“banho de loja” como elemento relevante para resolver os
problemas da “comunidade”.
O que terá na cabeça tão digno
político? Certamente, não faltam lojas na Rocinha; pelo contrario é
substancial o volume do comercio local. Então, será que, como
ocorre na expressão por vezes usada tratando-se do upgrade na
aparência de uma dama, o Bispo/Prefeito (ou Prefeito/Bispo?) pretende embelezar a favela
com lojas Hermès, Vuitton, etc...?
Como
se não bastassem tais visitas póstumas, surge, também, uma
simpática atriz Global, mergulhando em análise arguta para a
pacificação da favela: faça-se “uma ocupação cultural”!
Sugere instalar um cinema esquecendo que nem escolas escapam de balas
perdidas e longa interrupção.
Não que o entretenimento não tenha
seu valor, mas talvez, em vez de construir-se um cinema com o
dinheiro público, melhor direcioná-lo para mais creches, mais
postos de saúde, mais iluminação, mais retirada de lixo. Voltando
ao cinema, que o empregador da bela atriz financie sua construção,
assim demonstrando a solidariedade do capital privado no trato da
cousa pública.
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