quinta-feira, 20 de abril de 2017

Armata Brancaleone

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Até uma criancinha de sete anos sabe da periculosidade do ditador Norte Coreano, mas não será ela que tomará as medidas para contê-lo. Nem ela e nem, por enquanto assim parece, Donald Trump, o Commander in Chief da mais poderosa força armada do planeta.

O jogo nuclear iniciado pelo norte coreano chegou ao ponto de preocupar, seriamente, os interesses americanos no quadrângulo geopolítico desenhado pela China, Rússia, Japão e Coréia do Sul. Esta região, vital para os cinco players, somente poderá ser pacificada após identificado o complexo emaranhado de interesses comuns ou conflitantes, os quais, dentro da ótica asiática, o tempo é fator indispensável. A pressa, em contrapartida, poderá levar ao confronto, possivelmente nuclear.

Ainda, buscar-se a solução para tão complexo problema sem dar ouvidos aos atores principais, ou seja, o recurso à diplomacia, parece de extrema imprudência. Optar-se pela violência é criar-se um cenário cujo preço para os envolvidos é uma incógnita. Para China a queda de um governo amigo em estado tampão, substituído, talvez, por governo antagônico (leia-se pró Estados Unidos) parece ser inaceitável. Para o Japão, qualquer solução violenta por parte dos americanos poderá gerar um novo perigo nuclear para seu território, condição incabível. Para a Coreia do Sul, a capacidade retaliatória de seus irmãos ao Norte, representa perigo, também, intolerável. 

Talvez seja a Rússia o único player que veria efeitos negativos e positivos; quanto ao primeiro, mais uma cabeça de ponte norte-americana criada junto às suas fronteiras; quanto ao segundo, um elemento desestabilizador nas fronteira da China pode convergir, em certas circunstâncias, com os interesses de Moscou.

Para qualquer relação negocial entre partes conflitantes, credibilidade é fator primordial. Como em toda negociação, tanto a ameaça do chicote quanto a dádiva da cenoura, oferecidas por um ou outro, para que sejam eficazes, devem ser insuspeitas. Donald Trump declara-se usuário do chicote, não tendo ainda revelado ter seu arsenal estoque de cenouras.

Para ilustrar sua determinação, invoca os misseis enviados à Síria e a super bomba lançada no Afeganistão. Seus emissários, generais, diplomatas e, ainda, seu Vice Presidente, propalam, sombrios, que todas as opções estão on the table. Para dar dentes às palavras ameaçadoras dirigidas à Coréia do Norte, the Donald declara estar enviando uma armada em sua direção, liderada pelo porta-aviões Carl Vinson, incluindo submarinos muito, muito poderosos (sic).

A ameaça é séria e crível. O Sr Kim Jong-Un não pode ignorá-la. Seu Estado Maior, mobilizado, sem dúvida estuda as mais complexas alternativas. Seu conselheiros políticos discutem até onde podem ceder sem perder a face. Aliados observam, entre satisfeitos e temerosos. O cenário está construído. O gigante despertou. Quem cederá, e quanto, e como?


Breaking news!    A  Armada Trump acaba de perder o rumo! Em vez de ter a Coréia do Norte por destino, navega feliz e pacificamente em direção oposta, a dos mares da Austrália.  

Chamem a menina de sete anos!  

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