sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Finalmente


Após décadas de vetos, o governo Obama resolveu abster-se. Desta forma permitiu que a unanimidade dos demais membros do Conselho de Segurança  condenassem o estado de Israel por apropriar-se, ilegalmente face ao direito internacional, das terras palestinas na Cisjordânia.

A contínua e inexorável ampliação dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, mediante ocupação ilegal de terras secularmente pertencentes aos cidadãos palestinos, vem inviabilizando qualquer tentativa de paz naquela região. A redução do seu território já atingiu o ponto de inviabilizar, econômica, demográfica e politicamente a criação do Estado Palestino conforme determinado por  resolução da Nações Unidas, quando da criação do Estado de Israel.

Esta expansão geográfica, por muitos comparada com o projeto nazista do Lenbensraum,  vem corroendo paulatinamente a outrora admiração e simpatia que a nova nação dos judeus conquistara mundo afora. 

Ao romper a tradição de vetar toda resolução do Conselho de Segurança crítica à Israel, Barack Obama parece ter decidido, nas últimas horas de seu governo,  honrar o  prêmio Nobel da Paz, recebido nas suas primeiras horas. Por outro lado, Donald Trump revela seu temperamento impulsivo e o que prometem os dias por vir.  Em direta  intervenção na política externa norte-americana, estabeleceu contato direto junto ao presidente egípcio autor da resolução condenatória. Seus argumentos foram suficientemente intimidadores para levar o ditador Abdel al-Sissi a retirar sua proposição.


No entanto, de nada valeu a iniciativa; os 14  votos a favor dentre os quinze membros do Conselho de Segurança, no qual incluem-se a França, o Reino Unido, a Nova Zelândia, a Espanha, o Japão a Rússia e a China,  bem evidenciam o opróbrio internacional  a que é exposto o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu  e  seus seguidores. 

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