Difícil será argumentar contra o controle de despesas
públicas. Depois do descalabro promovido
pelo governo petista, onde ordenação das
despesas foi substituída por artifícios populistas, as consequências
inevitáveis não poderiam ser evitadas. O
desregramento aconteceu, a economia soçobrou e o povo, aquele que realmente
sofre, viu-se, mais uma vez enganado e abandonado por aqueles que pretendiam
representá-lo.
Numa reação surpreendente e admirável, a sociedade parece
ter dado a volta por cima. Alijou do poder uma verdadeira máfia cuja missão
aviltou-se na determinação de empolgar e
manter o poder a qualquer custo, sobretudo o moral. Desmontou a estrutura corroída
que abrigava um misto de idealismo e esperteza, o primeiro se desfazendo no
tempo em benefício do segundo.
Assim, tem-se hoje um governo de coalizão suficientemente
forte para redirecionar a economia para o caminho do crescimento e do bem comum.
Hoje mesmo, o governo e seus novos aliados, partidos da antiga oposição,
levaram a PEC do Teto das Despesas a vencer a barreira
da Câmara, o que lhe permite antever sucesso quando da etapa senatorial. Pari
passu, o Banco Central obtêm sucesso em sua luta anti-inflacionária, o
BNDES se reorganiza contendo excessos anteriores, a Petrobras se redime
estancando a hiper corrupção.
Caminha o Brasil para a solução de seus problemas...ou
não? As medidas corajosas prometidas e até hoje tomadas obedecem ao receituário
da administração prudente e eficaz, porém parece falta-lhe a outra perna, a
busca do pleno emprego* e a consequente
evolução do consumo.
Sem a recuperação do poder de compra da classe média e
remediada o restante da economia empaca.
As empresas não crescem, a receita fiscal estagna, e, sobretudo, aumenta-se
exponencialmente a tensão sócio-política. Para os que duvidam da validade
causal, basta observar os efeitos da prolongada recessão no quadro político
norte americano, onde um socialista bem perto chegou e um populista ameaça
chegar às portas do poder.
A permanecer o atual cenário em que prepondera o desemprego,
difícil será alcançar o sucesso a que se propõe o governo.
É bem verdade que o mundo de hoje não é o mesmo dos anos
30 do século passado. Enquanto a
economia mundial, longe de pujante, hoje trilha em modesta melhoria, naqueles
idos o mundo enfrentava séria depressão.
No entanto, os países como a Alemanha post-Weimar e a Itália foram aqueles que
mais rapidamente recuperaram suas economias no cenário europeu, através de robustos programas pró-emprego. Franklin D. Rooseveldt,
abraçando as teses de John Maynard Keynes, alcançou a inversão da tendência negativa
iniciando uma recuperação consagrada pela
economia de guerra que se seguiu.
Sendo outros tempos, outras serão as formulas. A enorme liquidez internacional
que se observa promete predisposição ao
investimento no Brasil, a prazo longo e custo razoáveis, onde oportunidades no campo da infra estrutura
trarão consigo rápido e relevante impacto no nível de emprego. Contar apenas com os benefícios da trickle down economy promete ser
imprudente. As tensões sociais, aguçadas pela ubiquidade da internet e da
mídia, dificilmente serão contidas pela
lenta resposta do já questionável gotejamento
econômico.
O calendário eleitoral de 2018 recomenda a pronta
inversão das expectativas das classes média e trabalhadora. Cumprida a reversão
renascerá a esperança e a blindagem
contra o resurgimento da demagogia populista.
*com os aperfeiçoamentos
necessáriobs na CLT
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