quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Post impeachment

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É bem possível que o país entronize, em setembro próximo, um novo presidente. Será uma vitória azeda, não pela derrota infligida, mas pela vitória alcançada. Uma vitória que nasce comprometida, cujo exército vencedor sofre de muitos dos vícios dos derrotados. A baixa qualidade do estamento político não promete a redenção dos costumes legislativos, pelo contrário, faz antever o continuo confronto onde o meio, o poder, se choca com o fim, o interesse público. A priorização do eleitorismo ameaça soterrar o esforço pelo bem estar nacional.

O afastamento do PT e seus aliados, por temporário que seja, reduz, na mente de muitos,  a urgência que as reformas impõem. Sem a vigilância da opinião pública, das redes sociais, e até mesmo das ruas, fácil será para os “representantes do povo”  deitarem-se sobre os louros do poder.

A proximidade de novo pleito eleitoral em 2018 traz no seu bojo o veneno do populismo, onde as iniciativas de efeito popular se sobrepõem às reformas essenciais à consolidação dos fundamentos republicanos.  
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        Estas exigem, dentre outras,  a reforma política, onde a representatividade eleitoral seja aprimorada, substituindo no todo ou em parte o voto proporcional por um forte conteúdo distrital, onde a redução no número de partidos aos níveis de efetiva representatividade possa derrubar a atual  torre de Babel multi partidária.
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         Urgente deve ser a reforma econômica onde o equilíbrio das contas públicas  e a consequente eliminação da inflação permita a retomada do crescimento e o aumento do bem estar do seu povo.
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        Também, empreender a reforma administrativa, declarando guerra à burocracia, retirando da sociedade este peso que a imobiliza e empobrece.  
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        Consolidar o atual  momentum no âmbito da Justiça, desencorajando a corrupção e eliminando ineficiências.

É grande o desafio. As medidas para o ajuste econômico exigirão sacrifício impedindo  as benesses costumeiras que precedem as eleições. Dificilmente poder-se-á obter, a tempo, uma relevante redução do desemprego. Improvável será atingir-se a plena retomada da economia. Ao chegar-se às portas da eleição presidencial as promessas suplantarão as realizações. O voto será conquistado pela coligação de maior credibilidade.


Tanto maior será esta credibilidade quanto maiores os acertos alcançados nos próximos meses. Hesitações, tergiversações  retirarão do curto tempo que resta a capacidade de atingir-se as metas essenciais à conquista da opinião pública. Necessário se faz criar um clima vencedor, construindo os degraus que levam à saída do abismo em que o país se encontra.

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