É bem possível que o país entronize, em setembro próximo, um
novo presidente. Será uma vitória azeda, não pela derrota infligida, mas pela
vitória alcançada. Uma vitória que nasce comprometida, cujo exército vencedor sofre
de muitos dos vícios dos derrotados. A baixa qualidade do estamento político
não promete a redenção dos costumes legislativos, pelo contrário, faz antever o
continuo confronto onde o meio, o poder, se choca com o fim, o interesse
público. A priorização do eleitorismo ameaça soterrar o esforço pelo bem estar
nacional.
O afastamento do PT e seus aliados, por temporário que seja,
reduz, na mente de muitos, a urgência
que as reformas impõem. Sem a vigilância da opinião pública, das redes sociais,
e até mesmo das ruas, fácil será para os “representantes do povo” deitarem-se sobre os louros do poder.
A proximidade de novo pleito eleitoral em 2018 traz no seu bojo o veneno do populismo, onde as iniciativas de efeito popular se sobrepõem às reformas essenciais à consolidação dos fundamentos republicanos.
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Estas exigem, dentre outras, a reforma política, onde a representatividade
eleitoral seja aprimorada, substituindo no todo ou em parte o voto proporcional
por um forte conteúdo distrital, onde a redução no número de partidos aos
níveis de efetiva representatividade possa derrubar a atual torre de Babel multi partidária.
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Urgente deve ser a
reforma econômica onde o equilíbrio das contas públicas e a consequente eliminação da inflação permita
a retomada do crescimento e o aumento do
bem estar do seu povo.
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Também, empreender a reforma administrativa, declarando
guerra à burocracia, retirando da sociedade este peso que a imobiliza e
empobrece.
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Consolidar o atual momentum
no âmbito da Justiça, desencorajando a corrupção e eliminando
ineficiências.
É grande o desafio. As medidas para o ajuste econômico exigirão
sacrifício impedindo as benesses costumeiras
que precedem as eleições. Dificilmente poder-se-á obter, a tempo, uma relevante
redução do desemprego. Improvável será atingir-se a plena retomada da economia.
Ao chegar-se às portas da eleição presidencial as promessas suplantarão as
realizações. O voto será conquistado pela coligação de maior credibilidade.
Tanto maior será esta credibilidade quanto maiores os
acertos alcançados nos próximos meses.
Hesitações, tergiversações retirarão do
curto tempo que resta a capacidade de atingir-se as metas essenciais à conquista
da opinião pública. Necessário se faz criar um clima vencedor, construindo os degraus que levam à saída do abismo em que o país se
encontra.
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