Ryan Lochte e as "assaltantes" |
No conforto de seus bairros manicurados, protegidos por uma polícia impecável, com o benefício de state of the art televisores, a audiência Yankee admira a façanha dos seus atletas, tão maior por enfrentar, com valentia, as águas turvas da Lagoa, as nuvens de mosquitos Zika, e as gangues de malfeitores. Justa admiração.
E assim chegamos a nova façanha da equipe de natação, desta feita liderada por Ryan Lochte. Valeu-lhe o inédito prêmio, a Medalha da Lorota.
Aparentemente atraídos pelas ninfas brasileiras os jovens atletas perderam a hora e adentraram a madrugada. Seu líder, preocupado com que iria dizer em casa e jejuno nas artes de manejo uxório, optou por inventar elaborado melodrama. Sua estória foi por ele oferecida à televisão americana, que, qual urubu contemplando carniça lançou-se sobre a presa, Assalto, pistola na cabeça. ameaças, roubo dos pertences. Prato cheio para uma mídia em busca de escândalo. Aceito com entusiasmo, mais uma vez os perigos da vida brasileira voltou ao horário nobre, corroborando o que já vinham alertando. O Rio é perigoso.
E de fato, o é. Mas não, tão somente, esta bela metrópole. Também perigosos são aqueles de má fé, num misto de arrogância e mau caráter, potencializados pela fama de seus feitos, encobertos pela presunção da ética olímpica, usam seu capital para malpagar o bem que recebem.
Quanto à nossa polícia, demonstrou do que é capaz quando decide cumprir seu dever, elucidando um fábula contada por bruxo bisonho. Não se espere, contudo, ajuda do judiciário norte-americano, para responsabilizar os faltosos. E nem é preciso. Desvendado o mistério, a desmoralização resultante é castigo suficiente.
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